O que você vai fazer quando se aposentar?

No final de 2016 eu conversava com um grande amigo meu sobre a minha meta financeira de 2017. Era uma meta muito audaciosa, eu precisaria economizar bastante e ainda fazer com que essas economias rendessem acima da média. Logo em seguida a organização em que eu trabalho abriu um novo plano de previdência privada e com o mesmo amigo analisamos as ’N’ possibilidades entre aderir ou não àquele plano. Mas o mais importante daquele bate papo foram algumas perguntas que ele me fez: “Leo, para que são essas economias? Você pretende se aposentar por aqui? O que vai fazer depois de aposentado? ”. O mais engraçado é que eu não faço ideia sobre o que responder a cada uma destas perguntas. Então vos pergunto: O que vocês pretendem fazer quando aposentar?

Já pararam para pensar sobre isso? Independente da sua idade, você já se fez essa pergunta? Talvez esteja na hora de começar a pensar sobre isso. O curioso é pensar que talvez nem seja mais possível “se aposentar” daqui a alguns anos. Talvez você nem chegue até lá. Talvez você — ou eu — fiquemos no meio do caminho.

Uma certa vez, em uma palestra muito boa que assisti, o palestrante fez a seguinte reflexão (mais ou menos assim): “Imagine o palco de um auditório lotado. Neste palco existem apenas duas cadeiras para dois personagens que, no final de suas vidas, irão conversar sobre aproximadamente duas horas. Lá estarão a pessoa que você se tornou e a pessoa que você poderia ter sido. Como será esse diálogo? ”

O humano é o ser vivo mais adaptável que existe. Suporta o frio, o calor, aprende outro idioma, outra cultura. Come ovo ou ovas. Engorda, emagrece. Engatinha, anda, corre, pilota, voa. Nós temos essa vantagem competitiva, mas nem parece, né? Às vezes nós passamos anos e anos “na mesma”. Na mesma cidade, no mesmo bairro, na mesma casa. Com as mesmas ideias, assuntos e sonhos. Ah, os sonhos… Estamos sempre com eles. Que pena que quando o despertador toca nós nem nos lembramos mais sobre o que era. No máximo tentamos voltar a dormir para continuar dentro daquele cenário, mas o tempo é cruel. Não dá para voltar atrás.

Preciso escrever um parágrafo sobre a (des)culpa. Esta é a saída padrão para qualquer problema: ou você culpa algo e/ou alguém ou se desculpa! Não tem erro! Ou o trabalho é injusto porque você trabalha muito e ganha pouco ou você não tem mais tempo e nem idade para trocar de emprego, afinal, você tem uma família para criar e/ou o mercado de trabalho não está aquecido o suficiente. Mas e o que você faz para mudar? Você tem se desenvolvido? Tem dado o seu melhor? Lembre-se de todas as vezes que você não teve a quem recorrer, lembre-se de quando você esteve completamente só (se ainda não te ocorreu, aguarde, ainda irá ocorrer). Lembre deste tempo. Tenho certeza que você “se virou”, “deu um jeito”. Não te julgo, geralmente somos todos assim. A (des)culpa é f%$# mas é na necessidade que o sapo aprende a pular.

A minha primeira meta de 2018 (já concluída) foi tirar uma certificação importante para a minha área de atuação, então tive que estudar bastante o SCRUM. Em resumo, o SCRUM é “um framework para resolver problemas complexos em um ambiente adaptativo. Define pequenas metas a serem cumpridas dentro de pequenos intervalos denominados de sprints. Esta meta é monitorada diariamente de maneira a entregar o maior valor possível no final deste período de tempo. E quando uma Sprint acaba, tem-se que olhar o que deu certo, o que deu errado e procurar melhorar na próxima Sprint e tudo dever ser feito da maneira mais transparente possível” (espero que não tenha ficado complexo).

Mas beleza, Leo? O que isso tem a ver com todo o texto acima? Ora, vamos lá…

O que é a vida se não um grande período de tempo que dividimos em sprints — ou aniversários — onde estamos a todo tempo resolvendo problemas complexos?

Isto é imutável! Não tem jeito…. Temos muitos problemas complexos para resolver ao longo da vida. O que talvez nos diferencie uns dos outros seja a capacidade de estabelecer — e cumprir — metas ao longo deste período e de se adaptar. Percebe onde quero chegar?

Quais são seus sonhos ou metas? Você tem olhado para trás e visto o que deu errado? Tem olhado para frente e tentado melhorar a cada dia, ou a cada Sprint, ou a cada aniversário?

O que você tem feito para trazer o máximo de valor para a sua vida?

Você tem sido honesto consigo mesmo ou usa toda a sua criatividade para culpar ou se desculpar por não ser aquele que você realmente pode ser?

Reflita um pouco sobre isso!

Pois é, no final de 2016 eu comecei a pensar no que faria ao me aposentar. De cara me veio a ideia: “Vou viajar o mundo!!!”. Quem sabe depois que viajar o mundo eu não aprenda a cozinhar? Talvez um dia abra um restaurante e até aprenda a tocar um instrumento musical. Talvez até escreva um livro sobre qualquer assunto e conte histórias sobre muitas aventuras da minha vida.

E enquanto pensava sobre isso percebi que este futuro me parecia muito distante. Mas ora bolas, talvez eu nem chegue lá! Não posso esperar a “aposentadoria” para fazer tudo isso! Tem que ser agora!

De uns anos para cá eu tento ter objetivos anuais mensuráveis e corro atrás para cumpri-los. E isso é massa! Experimentem. A sensação de “dever cumprido” consigo próprio é uma das mais gostosas que existem.

Foi neste contexto de autodesafio que passei o ano de 2017 todinho aprendendo a cozinhar. 52 receitas para quem não fazia nem um café com leite. Foi massa!

E agora? E em 2018?

Eu quero mais!!!

Chegou a hora de dar um chute na minha própria canela e tentar ousar mais.

Afinal, a vida é feita de escolhas.

Você escolheu ter o carro do ano, ela escolheu mobiliar a casa nova com os móveis da tok & stok, eles escolheram ter um casamento de cinema e o resto da galera foi passar o carnaval em salvador.

São escolhas. Ninguém está certo ou errado. São apenas opções que cada um faz para si e eu fiz as minhas.

Neste ano, decidi “largar tudo” e viajar sozinho pelo mundo por no mínimo 6 meses. Além disso, vou relatar muita coisa desta aventura no instagram @eueumesmoeomundo.

Ah, e vou escrever também 12 artigos. Sobre qualquer coisa.

Este foi o primeiro deles. :)