#Dia1 | A voz da espera
Na ausência da voz, o silêncio. No excesso dela, a confusão e tudo que atrapalha o período da espera. Esperar que algo aconteça, a expectativa mesmo.
A voz que pode ser interna e muitas vezes é, por sinal. A voz que pode ser externa, seja a sua ou a de outros.
Pode ser a voz do silêncio à espera, o equilíbrio, a meditação ou a separação. Mas no silêncio também está o espaço. Espaço de tempo, espaço de gente, a ausência, ausência de interação, ausência do som da voz. Mas o som é só uma parte da voz e não o resumo dela. Assim, o espaço do silêncio, pode ser preenchido sem seleção, ou pode permanecer vazio, mudo. Em nenhum desses casos há um equilíbrio saudável, porque a chave do silêncio é escolher como vamos preencher os nossos espaços. Nem de mais, nem de menos, o silêncio precisa ser uma medida. Não pode deixar de existir, mas não pode ser o resumo da existência.
Nós fomos criados para nos comunicarmos e a voz é ferramenta. Não exclusiva, mas adequada.
Você pode se comunicar sem a voz. Existem linguagens criadas para adaptar a ausência da voz. Todo o seu corpo fala e diz muito sobre você, ok! Mas a voz, tem um “quê” a mais, as palavras que saem da sua boca tem poder determinante, ou seja, o poder de determinar que as coisas aconteçam. É o poder das palavras que trazem as ideias à existência.
É assim: algo que estava só na sua cabeça se torna real, se materializa em som toda vez que você fala. Saiu de você. Foi determinado. Foi liberado. E todas essas liberações têm poder.
Nessas horas o silêncio é de fato uma medida, é o tempo de pensar no que vamos falar. São aqueles milésimos de segundos entre o seu pensamento e o comando do seu cérebro que fará sair a sua voz.
A voz de hoje é o silêncio.
A voz de hoje é o cuidado para que a própria voz seja ajustada.
À espera. O tempo. A medida. O equilíbrio.
