A RAINHA VERMELHA, DE VICTORIA AVEYARD

Letícia Santos
Leticia Inside
Published in
2 min readAug 10, 2018
Foto: Blog Modernagem

Estou num impasse. Eu até gostei de A Rainha Vermelha, mas ao mesmo tempo tive uma grande dificuldade de gostar. Não faz muito sentido, mas vocês já entenderão o motivo.

Ainda no começo, foi impossível não fazer comparações com A Seleção. As divisões pelo sangue são como castas, a Guarda Escarlate é como os rebeldes do Sul, Kilorn é como Aspen, Cal é como Maxon. Mesmo as famílias das protagonistas são muito parecidas: irmãos mais velhos que vivem distantes, irmã mais nova que precisa proteger, um relacionamento afetuoso com o pai mas não tanto com a mãe. Quando Mare chega no palácio, e está havendo uma seleção para o príncipe herdeiro escolher uma noiva, foi como um grande déjà vu. E fica pior.

Mare acaba manisfestando os seus poderes nesse evento, bem no meio da nobreza toda, e choca todo mundo porque afinal ela é uma vermelha, e vermelhos não são nada, não deveriam ter poder algum. Então o Rei decide inventar uma grande mentira para mantê-la perto e, principalmente, para usá-la contra os rebeldes. Mare é obrigada a mentir para controlar uma revolução. Isso te lembra alguma coisa?

Então sim, o livro pode ser legal, mas é impossível dizer se eu achei isso por causa do próprio livro ou porque ele é simplesmente muito parecido com tantos outros que eu gosto.

Outra coisa é que a autora às vezes trata o leitor como idiota. Acontecem algumas coisas bem óbvias, que a gente percebe imediatamente, então, quando a protagonista só percebe no final, não é surpresa pra ninguém além dela mesma. É fazer a Mare de burra, e tentar fazer o mesmo com a gente.

A coisa dos poderes, da divisão pelo sangue, faz o livro ser legal mas, todo o resto, foi apenas desanimador. Vou querer ler a continuação, mas espero sinceramente que seja bem melhor.

Texto originalmente publicado em 27 de outubro de 2015.

--

--

Letícia Santos
Leticia Inside

“Nothing ever ends poetically. It ends and we turn it into poetry. All that blood was never once beautiful. It was just red.”