EVA, DE ANNA CAREY

Letícia Santos
Leticia Inside
Published in
2 min readAug 10, 2018
Foto: Um Oceano de Histórias

Não gosto de ficar me repetindo, mas o fato é: se é distopia, a probabilidade de eu gostar do livro é de uns 90%. Na verdade, esse é outro daqueles livros que eu queria desde quando foi lançado em inglês e tinha certeza que ia amar.

O plot principal tinha me encantado logo de cara: um futuro onde 98% da população foi morta por uma praga, onde jovens órfãs são forçadas a serem parideiras e os meninos a serem escravos em campos de trabalho. Tinha tudo para dar certo mas, pra mim, não deu.

Achei que poderia ser muito mais desenvolvido. Achei meio raso, sem a devida importância, afinal estamos falando de um apocalipse. Talvez eu esteja falando besteira — até porque é em primeira pessoa e só sabemos o que Eva sabe -, mas se a autora tivesse focado mais no mundo que ela construiu e menos naquele romance chato, teria sido bem melhor.

Isso me lembra que não temos triângulo amoroso aqui, o que já é uma benção por si só. Mas talvez, apenas talvez, uma terceira pessoa seria alguém pra gente realmente torcer entre esse casal irritante. Casal insuportável, eu diria. Um cara que se faz de vítima quando a garota que ele gosta quase é estuprada. Uma garota que provoca a morte de pessoas inocentes por mimimi por causa de um babaca que largou ela sozinha com outro babaca que atacou ela. Sério?

Ou seja, é difícil gostar ou se identificar com qualquer personagem nessa história. Estou apostando na Arden e espero mesmo que ela não me decepcione.

O final não entrega nada e nem tem grandes reviravoltas, acontece algo que eu já imaginava e pronto. A autora deixou tudo para a continuação, Uma Vez, que eu pretendo ler sim, mas provavelmente só no ano que vem.

Texto originalmente publicado em 23 de outubro de 2015.

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Letícia Santos
Leticia Inside

“Nothing ever ends poetically. It ends and we turn it into poetry. All that blood was never once beautiful. It was just red.”