O HOBBIT, DE TOLKIEN

Letícia Santos
Leticia Inside
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2 min readAug 10, 2018
Foto: EntreLinhas Fantásticas

A verdade é: não gostei de O Hobbit. Pronto, falei. E já prevejo fãs de Tolkien querendo vir me esganar mas, sério, não é pra mim.

O Bilbo é um personagem incrível, claro. Mas o enredo em si eu achei um tanto… maçante. A comitiva ficava uma semana na casa de fulano, aí era descrito o que eles comiam, as coisas que eles faziam, as músicas que eles cantavam, e aí tinha umas 20 páginas só disso. Depois eles, sei lá, entravam na floresta ou numa caverna, e adivinha? Ficavam uma semana lá, e tudo era descrito, de novo. Isso acontecia em cada lugar que eles paravam durante a jornada. Parecia que nunca iriam chegar a lugar nenhum. Eu já tava querendo que o Smaug se materializasse no ar e fosse até eles, porque nunca vi montanha tão longe.

Outra coisa, é que eu me perdia totalmente nos cenários e descrições. Era mais ou menos assim: o contra-forte ficava no braço leste da montanha, depois de pegar a trilha sul subindo a cordilheira e descendo no vale. Tipo, oi? Caramba, que negócio confuso.

Os anões são guerreiros, muito fodas, mas também são o alívio cômico, então acaba ficando uma coisa meio boba. Numa hora eles tão lutando pra cacete, na outra tão fazendo piadinha idiota ou tropeçando nos próprios pés.

Eu sabia que a historia tinha sido escrita pros filhos do Tolkien, mas acabei com muita expectativa por causa dos filmes e do que eu sabia sobre a Terra Média no geral, então achei que seria mais profundo e acabei me decepcionando um pouco com isso. Tem menos a ver com a história e mais comigo.

Dito isso, se você tem expectativas ou ficou curioso só por causa dos filmes, aqui vai meu conselho: vá devagar, coisinha! O Hobbit é o livro perfeito pra começar a conhecer a Terra Média (tipo o be-a-bá mesmo) mas, por si só, não me anima. Desculpa aí, sociedade.

Texto originalmente publicado em 25 de março de 2015.

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Letícia Santos
Leticia Inside

“Nothing ever ends poetically. It ends and we turn it into poetry. All that blood was never once beautiful. It was just red.”