7 livros para entender e prevenir o suicídio — Lis7a #10
O setembro amarelo acabou, mas o problema não. Separamos aqui uma lista pesada e especial para entender um pouco do que está acontecendo.
Diferente das outras, essa lista será mais focada em livros de ficção que trazem questões como o suicídio e a depressão, onde ambas as coisas — infelizmente — ainda são taxadas como frescuras.
OBS* SE VOCÊ É UMA PESSOA SENSÍVEL A ESSE TIPO DE ASSUNTO, EU RECOMENDO FORTEMENTE QUE NÃO LEIA, OU QUE PROCURE UM PROFISSIONAL DA ÁREA PARA TE AUXILIAR.
E outra Obs* Esses livros são indicações baseadas em resenhas, comentários, notas e artigos que encontrei na internet. Bora pra lista!
O Demônio do Meio Dia
Pra começar a lista com o pé direito, vai aí um livro profundo, fala especificamente sobre depressão e o que isso tem a ver com suicídio? Tudo! Depressão é o principal sintoma que leva ao suicídio e o premiado autor Andrew Solomon é quem nos levará a um mergulho profundo sobre um dos temas mais espinhosos e complexos de nossos dias.
O demônio do meio-dia continua sendo uma referência sobre a depressão, para leigos e especialistas. Entremeando o relato de sua própria batalha contra a doença com o depoimento de vítimas da depressão e a opinião de especialistas, Solomon desconstrói mitos, explora questões éticas e morais, descreve as medicações disponíveis, a eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão tem na em todos os aspectos da sociedade (sejam crianças, homossexuais ou os habitantes da Groenlândia).
O livro foi o vencedor do National Book Award e finalista do prêmio Pulitzer é eleito um dos 100 melhores livros da década de 2000 pelo jornal The Times.
É um livro muito fácil de ler, porque o autor não é psicólogo, não é médico nem nada parecido, é gente como a gente, com isso ele consegue desenvolver o assunto sem termos técnicos, é alguém que vive a depressão e conta em detalhes como ela é de fato, sem rodeios, sem censura, sem dogmas, mitos ou preconceitos.
13 Porquês
Na história, a menina de 17 anos sofre bullying, ganha o rótulo de “fácil” na escola, é estuprada e acaba isolada dos colegas. Até que decide se matar, e deixar 13 fitas cassetes explicando os motivos que a levaram a isso.
Não é exagero dizer que o livro pode sim induzir uma pessoa ao suicídio já que possui gatilhos psicológicos que geram identificação com a vida real e pode influenciar uma pessoa sensível a se matar. É preciso ter bastante cautela. É um pouco pesado? Sim! mas necessário.
O autor contribui para que o tema seja repensado como algo comum, não somente exclusivo para pessoas solitárias. Qualquer um pode querer se matar. Isso torna o livro difícil de ser lido, especialmente por aqueles com pensamentos suicidas. -Superinteressante
O livro mostra como uma pequena palavra faz uma pessoa sofrer muito, faz você pensar em sinais quase imperceptíveis de que alguém precisa de ajuda.
O Último Adeus
“Desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio.” — Tyler
O Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz. O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar.
O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes.
Um livro extremamente tocante, que tem muito mais a ver com quem fica do que quem vai.
Meu Coração e Outros Buracos Negros
Aysel, a protagonista, enfrenta problemas com a família e os colegas de escola, como tantos jovens por aí, e, aos 16 anos, planeja acabar com a própria vida.
Mas quando ela conhece Roman num site de suicídio, em busca de um cúmplice que a ajude a planejar a própria morte, num pacto desesperado, a vida dos dois literalmente vira de cabeça para baixo. Aos poucos, Aysel percebe que seu coração ainda é capaz de bater alegremente. E ela precisará lutar por sua vida, pela vida de Roman e pelo amor que os une, antes que seja tarde.
Os jovens sempre acham que tem problemas demais, que são injustiçados, que ninguém lhes dão ouvidos e esse livro serve justamente pra mostrar que isso não é verdade, há muito o que se aproveitar e conhecer na adolescência apesar dos problemas.
Este livro é tido como uns dos favoritos de muita gente, basta olhar os depoimentos no youtube e na Amazon.
Por Lugares Incríveis
Esse não tem muita diferença do anterior, o que muda é o nome dos personagens e o contexto da história, mas em resumo é duas pessoas prestes a se suicidar que se encontram e acabam vivendo bons momentos juntos, deixando de lado todo aquele pensamento de morte.
Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, a garota se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família.
A redoma de Vidro
Muitas questões de Esther retratam as preocupações de uma geração pré-revolução sexual, em que as mulheres ainda precisavam escolher se priorizavam a profissão ou a família, mas “A redoma de vidro” segue atual.
Do campus para um estágio em Nova York. O mundo parecia estar se abrindo para Esther Greenwood, entre o trabalho na redação de uma revista feminina e uma intensa vida social. No entanto, um verão aparentemente promissor é o gatilho da crise que levaria a jovem do glamour da Madison Avenue a uma clinica psiquiátrica.
A Redoma de Vidro narra o desmoronamento de Esther Greenwood: brilhante, bonita, enormemente talentosa e bem-sucedida, mas indo devagar — talvez pela última vez.
A narrativa é inspirada nos acontecimentos do verão de 1952, quando Silvia Plath tentou o suicídio e foi internada em uma clínica psiquiátrica. Assim como a personagem protagonista do lviro, a autora foi uma estudante com um histórico exemplar que sofreu uma grave depressão na vida real.
“Me sentia muito calma e muito vazia, do jeito que o olho de um tornado deve se sentir, movendo-se pacatamente em meio ao turbilhão que o rodeia”. Ao lidar com sua depressão, Esther também realiza a transição de menina para uma jovem mulher. Mais que um relato sobre problemas mentais, “A redoma de vidro” é uma narrativa singular acerca das dores do amadurecimento.
“O livro nos deixa outra mensagem importante: em hipótese alguma devemos deixar pessoas depressivas sozinhas.” Relata um depoimento na Amazon
As Virgens Suicidas
Num típico subúrbio dos Estados Unidos nos anos 1970, cinco irmãs adolescentes se matam em sequência e sem motivo plausível.
A tragédia, ocorrida no seio de uma família que, em oposição aos efeitos já perceptíveis da revolução sexual, vive sob severas restrições morais e religiosas, é narrada pela voz coletiva e fascinada de um grupo de garotos da vizinhança. O coro lírico que então se forma ajuda a dar um tom sui generis a esta fábula da inocência perdida.
Se você conhece alguém que esteja passando por problemas de depressão ou que já tenha tentado algum ato suicida, por favor, você tem uma missão, aproxime-se dessa pessoa, converse com ela e tente entender os motivos que podem estar escondidos muitas vezes atrás de um sorriso ou de uma falsa alegria.
FIQUE ATENTO:
A Revista Super Interessante publicou nesse artigo sinais de que uma pessoa pode se suicidar.
- Frases ou publicações nas redes sociais que falem de solidão, isolamento, culpa, apatia, autodepreciação, desejo de vingança ou hostilidade fora do comum. Coisas como:
- “Não faço nada direito, sou um lixo”, “Não quero sair da cama nunca mais”, “Mais uma madrugada sem sono”, “Quero que todo mundo se dane”, “Vocês não vão precisar mais se preocupar comigo”
- Impulsividade: aumentar o uso de álcool ou drogas, mudanças drásticas de peso, dirigir perigosamente
- Uso frequente de emojis negativos
- Perguntas sobre métodos letais, como facas, armas ou pílulas
- Enaltecer e glamorizar a morte
- Desfazer-se de objetos pessoais e dar adeus
O CVV — Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Não espere o pior, procure ajuda!
Boa Leitura e até a próxima. o/
