Democracia é feita todos os dias!

No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog foi torturado e assassinado no DOI-CODI, órgão de repressão da ditadura civil-militar brasileira. Naquela época, a Justiça Militar julgou o caso como suicídio, porém em 2018 a Corte Interamericana de Direitos Humanos ordenou que o Brasil reabrisse as investigações pois considerou fraudulento o resultado anterior. A data da morte de Vladimir Herzog virou um marco na luta pela redemocratização brasileira e, atualmente, nesta data é celebrado o Dia da Democracia aqui no país.

Esta data é de extrema importância para a construção de um Estado democrático de Direito, uma conquista recente em nossa história e que vem sofrendo ataques constantemente nos últimos tempos. E por ser uma democracia tão jovem, muitas vezes essa ideia ainda é mal interpretada, sendo tratada apenas como um consenso da maioria nos anos de eleição. No entanto, a democracia é muito mais do que isso. Ela é um contrato social que diz respeito ao poder do povo, para o povo.

Nós temos esse significado desde a origem da palavra democracia, que vem do grego démokratía, junção de dêmos (povo) e krátia (poder). Esse termo surgiu na Antiguidade clássica, mais especificamente em Atenas, para designar a forma de governo caracterizada pela administração política dos interesses coletivos de habitantes das cidades-estados.

Com o passar do tempo, a palavra foi assumindo novas conotações e, como já foi citado, hoje democracia pode soar apenas como um rito que praticamos a cada dois anos. Porém ela vai muito além do apertar dos botões na urna eletrônica. Democracia é uma ação cotidiana, que vai desde a participação de comitês de bairro, nas reuniões escolares dos filhos, nas reuniões de condomínio e até mesmo em conversas casuais sobre com amigos e familiares.

Cada pensamento e ato que vá na direção de escolher o que é melhor para a sociedade é uma atitude democrática em potencial. Democracia é o poder do povo e para o povo, então se envolver nas discussões que afetam a vida de outras pessoas, em uma escala maior ou menor, é se envolver em um ato democrático. Obviamente, sempre respeitando os valores de igualdade e liberdade, necessários para atingir um processo democrático saudável e que se mantenha.