Li e gostei : "Amazon — A loja de tudo"

Jeff Bezos e a era da Amazon

William Oliveira
Li e Gostei

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“A loja de tudo: Jeff Bezos e a era da Amazon” (Intrínseca, 2014, 371 páginas), do escritor Brad Stone, que traz um conjunto de depoimentos de amigos, funcionários, acionistas e rivais da trajetória da Amazon e de seu líder, Jeff Bezos.

O livro começa contando um pouco da infância de Jeff Bezos. Onde ele fez parte de programa do governo do Texas, para crianças com grandes potenciais e intelecto superiores. E como algumas práticas desse programa influenciaram a Jeff Bezos. E como ele era determinado e competitivo. Um retrato da natureza competitiva de Jeff Bezos foi a sua busca, aos 12 anos, para conquistar o título de leitor especial da biblioteca, onde ele estava lendo 11 livros por semana, mas estava atrás de um colega que estava lendo incríveis 12 livros semanais.

Quando você tiver oitenta anos, num momento tranquilo de reflexão e narrando para você mesmo a versão mais particular da suas história de vida, a parte mais compacta e significativa será a série de escolhas que você fez. No fim das contas, nós somos as nossas escolhas. — Jeff Bezos, discurso feito durante cerimônia de formatura na Universidade de Princeton, 30 de maio de 2010.

O autor conta que mesmo Jeff Bezos tendo muito sucesso em empresas de investimento de Wall Street, nutria o sonho de ter seu próprio negócio. E de uma conversa com seu chefe D.E. Shaw, surgiu a idéia da “A loja de tudo”. E assim ele decidiu deixar o seu emprego bem remunerado de Wall Street, junto com algumas reservas, partiu para Seattle.

Existem dois tipos de vendedores: os que trabalham para descobrir como cobrar mais e os que trabalham para descobrir como cobrar menos, e nós seremos o segundo, ponto final. — Jeff Bezos.

Com um instinto determinado e competitivo, o autor descreve que Jeff Bezos com o tempo mostrou-se implacável com os seus rivais, para conquistar fatias maiores do mercado. E determinado em construir uma empresa a longo prazo, com foco no cliente. E não voltada a dar lucros aos acionistas. O cliente sempre esteve em primeiro lugar desde o começo da Amazon. Toda redução de custos conquistadas na operação ou com fornecedores, são revertidos em preços baixos para os clientes, todos os dias.

Tenha determinação; discorde e execute. Os líderes são obrigados a desafiar decisões quando discordam, mesmo que isso os coloque em situações desagradáveis ou seja exaustivas. Líderes têm convicção e são tenazes. Eles não cedem em nome da coesão social. Ao chegarem a uma decisão, eles agem. (p. 351)

Ele criou uma cultura interna forte, onde cada convicção e proposta devem estar fundamentadas em dados. Porque os dados não metem, é estimulado o conflito para o bem comum e os esforços não devem ter limites. Com fundamento nessa cultura ele sempre queria ter em sua volta, grandes mentes. Não tinha remorço ou constrangimento em substituir um profissional por outro que ele julgasse melhor. Sempre com a idéia que são somente negócios e a amizade continuava.

Moderação. Tentamos não gastar dinheiro em coisas sem importância para os clientes. A moderação gera criatividade, autossuficiência e invenção. Não há pontos adicionais para o efetivo, para o orçamento nem para as despesas fixas. (p. 353)

Um aspecto negativo da cultura da Amazon, é a determinação por preços mais baixos junto aos seus fornecedores. Para Amazon não existia negociação de ganha ganha, somente a Amazon ganha. Essa mentalidade levou a Amazon a ter várias guerras comercias com grandes editoras e empresas com marcas lendárias no comércio americano. Quanto menor o preço pago para os fornecedores menores eram os preços para os clientes, levando a destruição de milhares de comerciantes offline independentes. Este é o capitalismo selvagem da Amazon.

Dos livros que já li sobre empreendedores famosos, algumas características repentem-se em todos:

  • Determinação — As dificuldades encontradas são digeridas como motivação e aprendizado;
  • Foco — São focados nas suas visões, não deixam que outras pessoas ou adversidades nublem seu alvo;
  • Trabalham duro — Não medem esforços físicos e psicológicos, para gerar resultados.
  • Montam times — Sempre, sempre querem os melhores em sua volta. Usando carisma, determinação, persuasão e projetos para atrair talentos;
  • Perfeccionistas — Querem as coisas da maneira que ELES enxergam. ELES veem como o perfeito;
  • Fracasso — Lidam com o fracasso e derrotas como aprendizado;

Recomendo a leitura!!!

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William Oliveira
Li e Gostei

Head of Product Management na Genial Investimentos. Apaixonado por digital business, tech, cinema e comida italiana. E sou pai do Pedro!