Idade mínima para aposentadoria e o populismo da esquerda

A capacidade de fazer merda de políticos populistas, bem como a inação de seus sucessores jamais deixa de ser surpreendente. Pouca gente sabe, mas o Brasil tinha nos anos 50 uma idade mínima para aposentadoria de 55 anos. Foi durante o governo João Goulart que tal idade foi suprimida. O resultado todos conhecemos: um sistema funesto que pendurou por mais de 50 anos. Legitimando-se perante a classe média (grupo que se aposenta por tempo de contribuição), o regime militar não ousou mexer no benefício. Apenas FHC enfrentou a medida do Jango, sem sucesso.

Pode-se argumentar que a idade era dura demais, ainda que o debate seja amplo. De fato, os 55 anos eram 7 anos a mais que a expectativa de vida do país na época. Não encontrei dados sobre a de sobrevida (provavelmente parte da distorção existia por conta da mortalidade infantil de 80/1000), mas de qualquer forma a diminuição da idade talvez pudesse ser discutida. Agora, o que Jango fez é injustificável. O resultado todos conhecemos: décadas da aposentadoria por tempo de contribuição como espinha dorsal da previdência para os mais ricos, um sistema visivelmente insustentável que consumia recursos que poderiam ir para outras áreas e transferia renda das classes baixas para as mais altas, especialmente no serviço público.

Não se enganem, meus amigos, os efeitos mais catastróficos dos governos Bolsonaro e do PT ainda serão sentidos por muito tempo.

~Funça

Postado originalmente em 08 de julho de 2020 em: https://www.facebook.com/liberaisantilibertarios/posts/2660404797614594