Não existe ética libertária

Não existe “ética libertária”. A ética, como ramo da filosofia, tem o objetivo prático de organizar a vida em sociedade baseando-se em preceitos morais prévios; preceitos aceitos pelo conjunto da sociedade. A ética eventualmente ajuda a repensar a moral, quase sempre tentando torná-la “mais universal” (ex: deontologia kantiana), mas nunca se dissocia dela.

Libertários fazem a completa dissociação entre ética e moral para poderem defender a “total inviolabilidade da propriedade” e chamam esse frankenstein de “ética libertária”. Para eles, toda ação que não fere diretamente a propriedade de alguém (incluindo o corpo) é no máximo imoral, nunca antiética (nem que a vida de um terceiro esteja em risco). Entretanto, violar a propriedade é SEMPRE ANTIÉTICO e passível de coerção, mesmo que tal ação preserve a vida de terceiros. É quase um salvo-conduto à sociopatia.

Como os libertários menos desinformados já perceberam que o que eles defendem não implica em melhor alocação de recursos escassos (muito pelo contrário), decidiram então martelar insistentemente na tal “teoria ético-jurídica”. O libertarianistão/ancapistão seria a única alternativa válida de viver em sociedade e ponto. O mais irônico é que, pra início de conversa, a suposta “teoria ético-jurídica” não cumpre nem os requisitos prévios clássicos pra ser chamada de ética.

~supremo

Publicado originalmente em:
https://www.facebook.com/liberaisantilibertarios/posts/1894228400898908

13 de agosto de 2017.