Liberalismo Clássico e Liberalismo Social

Liberais Antilibertários
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3 min readAug 12, 2020

Se me perguntassem como se divide o ativismo liberal atualmente, eu dividiria em duas correntes:

‘Liberalismo Clássico’/Liberalismo mainstream: É o liberalismo mais à direita. O nome fala por si.

Liberalismo Social: Síntese com a social-democracia. Existem referências consolidadas no mundo, como os partidos de Trudeau e Macron, o Libdem britânico e a maioria da esquerda americana.

Diferenças entre ambos na política pública:

Liberais clássicos são mais conservadores na agenda das liberdades/direitos civis para as minorias(não implica descompromisso, só algo que preferem ñ tocar por razões políticas), e mais favoráveis a uma menor participação do Estado na economia, dado o foco na liberdade negativa.

Liberais Sociais não só são mais favoráveis às políticas afirmativas para minorias, como fazem disso um carro chefe da sua política (tal como a esquerda). Na economia, também como a esquerda, defendem um Estado que promova mais liberdade positiva.

Semelhanças entre ambos na política pública:
As duas correntes do liberalismo contemporâneo defendem a democracia representativa, i.e democracia liberal, compartilham entre si o apreço pelas liberdades individuais e, grosso modo, modelam as políticas publicas pelo mainstream econômico.

O liberalismo me parece estar à direita do espectro político no mundo inteiro, exceto em casos muito específicos como Canadá, França, Reino Unido e Estados Unidos. Guardadas as divergências, liberais de direita e esquerda se unem em movimentos graças a uma inferência simples da geopolítica global: Apesar de estarem em espectros políticos diferentes, libclass e libsoc pensam mais parecido entre si do que com quaisquer outras ideologias e partidos políticos. Juntos compõem a Internacional Liberal e a Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, no parlamento europeu.

No Brasil é diferente. Aqui mainstream é tão à direita, que aquele velho instituto do qual vocês já ouviram muito falar, disseminou, dentre outras bobagens, que a tradição progressista do liberalismo não era liberalismo e que havia deturpado o sentido original do liberalismo.

Do auge do Instituto Missed pra cá, felizmente o liberalismo brasileiro já encontrou referências melhores. Por outro lado, essa linha de raciocínio que coloca o liberalismo como uma linha puramente individualista permanece de pé. Dissidentes da esquerda, com claras aproximações com o liberalismo, também são boicotados pelos liberais, pelo simples compromisso com políticas assistencialistas.

Aqui impera a passagem de pano para os clássicos e a extrema criticidade aos sociais. Ah, tudo bem se a bancada do Partido Nuevo nos legislativos federal, estadual e municipal tem defendido censura contra professor. Também não tem tanto problema se o partido se apropriou da imagem do Bolsonaro na eleição de 2018 e se o governador do 3º maior estado país limpou a bunda com as recomendações da OMS e das organizações internacionais. Também é aceitável se o Partido não assume compromisso com agenda LGBT, afinal não da voto.

Tudo isso é compreensível, mas assistencialismo já é demais.

~MEL

Postado originalmente em 18 de julho de 2020 em: https://www.facebook.com/liberaisantilibertarios/photos/a.1887725384882543/2668817420106665/

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