Trechos do livro “Democracia, o Deus que falhou” de Hans-Hermann Hoppe

Apresentaremos alguns trechos do livro “Democracia, o Deus que Falhou”, de Hans-Hermann Hoppe.

Liberais Antilibertários
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4 min readMay 1, 2020

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Fica claro que a intenção do principal nome do libertarianismo moderno é criar uma sociedade em que os indivíduos estejam completamente submetidos à tirania dos “proprietários legítimos”, mesmo que sua conduta, até na visão do próprio autor, não seja criminosa. No fim das contas, o doente mental construiu um pseudo sistema ético-jurídico pra dizer que o estado é ilegítimo por violar a propriedade, mas defende a violação constante da mesma quando se trata de “expulsar degenerados” de “sociedades livres”. E se alguém ousar argumentar que não haveria violação, uma vez que todos os indivíduos teriam consentido previamente com as normas daquela comunidade, voltamos ao ponto de partida. Isso é basicamente a legitimação do contrato social em sua versão mais primitiva, legitimando inclusive absolutismos e feudalismos de todos os tipos. Não? Pois bem, vamos comparar:

Você teria a opção de consentir com as normas da sociedade em que nasceu ou se mudar de lá, sem qualquer margem para mudar as regras caso não seja proprietário de mais nada que o próprio corpo, exatamente como funcionava na idade média; com a pequena diferença que o “estado privado” provavelmente iria exigir um contrato explícito assim que houvesse idade de consentimento. Essa é a genial inovação técnica do libertarianismo moderno hahahahah

Ao contrário do que o senso comum afirma, os libertários não são os “primos radicais” dos liberais. Na verdade eles são a antítese de tudo que o liberalismo representa historicamente. Não podemos esquecer que primeiro inimigo do liberalismo foi a aristocracia, vencida nos séculos 18 e 19 (e início do 20). Os libertários modernos são o cadáver putrefato do modo de vida aristocrata que decidiu voltar a caminhar, dessa vez tentando se associar com quem o matou. Nós, liberais verdadeiros, temos que destruir esta praga novamente a nível intelectual, assim como já fizemos no passado.

Seguem os trechos:

“Pois a ilegitimidade do estado e o axioma da não agressão (segundo o qual não se permite a iniciação — ou a ameaça da iniciação — do uso da força física contra outras pessoas e os seus bens) não implicavam que todos tivessem a liberdade de escolher o seu próprio estilo de vida não agressivo? Isso não implicava que a vulgaridade, a obscenidade, a grosseria, o uso de drogas, a promiscuidade, a pornografia, a prostituição, o homossexualismo, a poligamia, a pedofilia ou qualquer outra perversidade ou anormalidade imaginável, na medida em que constituíam crimes sem vítimas, fossem estilos de vida e atividades perfeitamente normais e legítimos? Portanto, não é de surpreender que, a partir do seu início, o movimento libertário atraiu um número anormalmente elevado de seguidores desequilibrados e perversos. Subsequentemente, o ambiente contracultural e a “tolerância” multicultural e relativista do movimento libertário atraiu um número ainda maior de desajustados, de fracassados (tanto em termos pessoais quanto em termos profissionais) ou de simples perdedores.”

“O que os libertários contraculturais falharam em reconhecer — e o que os verdadeiros libertários não podem deixar de enfatizar — é que a restauração dos direitos de propriedade privada e da economia laissez-faire implica um aumento forte e drástico da “discriminação” social, eliminando rapidamente a maior parte — se não a totalidade — das experiências de estilos de vida multiculturais e igualitaristas tão caras aos libertários de esquerda. Em outras palavras, os libertários devem ser conservadores radicais e intransigentes.”

“Os libertários de esquerda e os experimentadores de estilos de vida multiculturais ou contramulticulturais, mesmo que não estivessem envolvidos em algum crime, mais uma vez teriam de pagar um preço pela sua conduta. Se continuassem com o seu comportamento ou o seu estilo de vida, eles seriam barrados da sociedade civilizada e viveriam separados fisicamente dela, em guetos ou em lugares distantes, e muitos cargos ou profissões lhes seriam inatingíveis. Em contraste, se eles quisessem viver e progredir no seio da sociedade, eles teriam de se adaptar e de assimilar as normas morais e culturais da sociedade em que desejassem entrar. Essa assimilação não implicaria necessariamente que seria preciso renunciar completamente a um comportamento ou estilo de vida anormal ou diferente. Isso significaria, porém, que não mais seria possível “sair por aí” exibindo em público um comportamento ou estilo de vida alternativo. Esse comportamento teria de ficar “no armário”, estando escondido dos olhos do público e ficando fisicamente restrito à total privacidade das quatro paredes. A sua propaganda ou a sua demonstração em público engendrariam a expulsão.”

“Não pode haver tolerância para com os democratas e os comunistas em uma ordem social libertária. Eles terão de ser fisicamente separados e expulsos da sociedade. Da mesma forma, em uma aliança fundada com a finalidade de proteger a família e os clãs, não pode haver tolerância para com aqueles que habitualmente promovem estilos de vida incompatíveis com esse objetivo. Eles — os defensores de estilos de vida alternativos, avessos à família e a tudo que é centrado no parentesco (como, por exemplo, o hedonismo, o parasitismo, o culto da natureza e do meio ambiente, a homossexualidade ou o comunismo) — terão de ser também removidos fisicamente da sociedade para que se preserve a ordem libertária.”

~supremo

Publicado originalmente em:
https://www.facebook.com/liberaisantilibertarios/posts/1925564564431958

18 de outubro de 2017.

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