Christina Hoff Sommers: A Ameaça à Liberdade de Expressão

Texto original Commentary Magazine
Tradução de: Igo Araujo Santos

O texto a seguir é um trecho do simpósio sobre a ameaça à liberdade de expressão da Commentary Maganize:

Quando o “Vidas Azuis Importam” [“Blue Lives Matters”, em inglês, em referência ao uniforme azul das polícias americanas] foi impedido por uma multidão no Claremont McKenna College, o presidente da vizinha Pomona College enviou um e-mail defendendo a liberdade de expressão. Vinte e cinco estudantes devolveram a seguinte resposta:

“Heather Mac Donald é uma fascista, supremacista branca… classista, e ignorante a respeito dos sistemas de dominação interconectados que produzem a condição letal na qual pessoas oprimidas são forçadas a viver”.

Alguns atribuem a nova onda de intolerâncias nos campi à hipersensibilidade e aos millenials gratificados à exaustão. Mas estudantes que assinaram a carta de resposta não parecem frágeis. Nem os que recentemente impediram palestras em Berkeley, Middlebury, DePaul, e Cal State LA. Eles estão inflamados por uma paixão. E essa paixão é movida por uma teoria conhecida como Interseccionalidade.

Interseccionalidade é a fonte da nova preocupação com microagressões, apropriação cultural e checagem de privilégios. É a razão pela qual mais de 200 universidades e faculdades estabeleceram Times de Respostas a Vieses [“Bias Response Teams”, em inglês]. Alunos que ouvem comentários potencialmente “ofensivos” ou piadas são encorajados a fazer relatórios anônimos para os BRTs dos campi. Um número crescente de professores e administradores construiu suas carreiras em torno da interseccionalidade. O que é exatamente isso?

Interseccionalidade é a doutrina neo-marxista que vê racismo, sexismo, capacitismo, heterossexismo e todas as formas de “opressão” interconectadas e mutuamente reforçadoras. Juntos, esses “ismos” formam um complexo arranjo de vantagens e fardos. Uma mulher branca está em desvantagem por causa de seu gênero, mas em vantagem por sua raça. Um homem latino é oprimido pela sua etnicidade, mas privilegiado por seu gênero. De acordo com a Interseccionalidade, a sociedade americana é a “matriz de dominação”, com influentes homens brancos no controle. Eles não apenas aproveitam a maior parte das vantagens, como também determinam o que conta como “verdade” e “conhecimento”.

Mas identidades marginalizadas não são desprovidas de recursos. De acordo com uma das principais teóricas da interseccionalidade, Patricia Collins (ex-presidente da Associação Americana de Sociologia), grupos oprimidos têm acesso a verdades mais profundas e libertadoras. Para encontrar suas vozes e iluminar outros a respeito da verdadeira natureza da realidade, eles precisam de uma “espaço seguro” [“safe space”] — livre de comentários jocosos microagressivos e apropriações imperialistas. Aqui eles podem falar livremente de suas “vivências”. Vivência, de acordo com a teoria interseccionalista, é um guia melhor para a verdade do que estilos de pensamentos masculinos e ocidentais retroalimentados. Portanto, não tente refutar teorias interseccionais com lógica e evidências: você é parte do problema que elas tentam superar.

Como estudantes universitários podem estar abertos a uma teoria enrolada que descreva seu mundo como uma matriz de miséria? Eles não hesitam quando estudiosos interseccionais, como Bell Hooks, referem-se aos EUA como um “patriarcado imperialista, supremacista branco e capitalista”? Alguns avançam sobre elas porque tais perspectivas são lugares comuns em aulas de história de ensino-médio e livros-texto de sociologia. E a ideia de que conhecimento vem de “vivências” ao invés de ardorosos estudos e argumentos tem seu apelo junto ao graduandos.

Silenciar a liberdade de expressão e proibir o debate não é um infeliz subproduto da interseccionalidade — na verdade, é sua meta primária. De que outra forma se desmantela um sistema letal de opressão? Como os estudantes da Claremont McKenna explicaram na carta:

“Liberdade de expressão… foi dada àqueles que querem perpetuar os sistemas de opressão como plataforma para projetar seus preconceitos”.

Para o estudantes ativistas, pensadores como Heather MacDonald e Charles Murray são agentes da narrativa dominante e seus discursos são uma “forma de violência”.

É difícil saber como nossas instituições de ensino superior encontrarão o caminho de volta à liberdade acadêmica, aos questionamentos irrestritos e à compreensão mútua. Mas enquanto teorias interseccionais seguirem incontestáveis, o fanatismo nos campi se intensificará.

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