Aplicando o Manifesto Ágil na Vida Pessoal
Fazendo aquilo que “trabalhamos para” funcionar em nós — Parte I
Que o Manifesto foi criado para o desenvolvimento ágil de software, isso já sabemos; mas que a soma do tempo total que passamos trabalhando em nossa vida é de 8–9 anos, talvez essa seja uma novidade.
Se passamos tanto tempo convivendo com algo, por que não usá-lo também ao nosso favor?
A ideia dessa leitura é trazer de forma leve, uma analogia do Manifesto Ágil à nossa vida pessoal e levantar algumas reflexões. A publicação está dividida em duas partes. Nesta primeira parte abordaremos e faremos uma reflexão sobre os Valores Ágeis. Na segunda parte (na próxima publicação), abordaremos os Princípios Ágeis e faremos uma atividade com base neles.
O Manifesto foi criado para combater a burocratização do processo de desenvolvimento de software e a verticalidade em si do sistema, e podemos usá-lo também para desburocratizar nossas vidas e tirar um peso que muitas vezes somos nós quem o colocamos.
Então mergulha comigo nessa leitura, relembrando o cerne da agilidade e aplicando isso no lado pessoal.
Valores Ágeis — Parte I
- Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas
Desenvolvimento de software é uma atividade humana e a comunicação em si pode ser uma grande aliada durante todo o processo de desenvolvimento, diminuindo ruídos e aproximando pessoas.Processos e Ferramentas são importantes, claro, mas devem ser usados de forma pragmática.
Trazendo para nossa vida: Desde o princípio, a comunicação está presente em nossas vidas, em qualquer formato que seja. Como dito no Manifesto, a comunicação pode ser “uma grande aliada durante todo o processo de desenvolvimento, diminuindo ruídos e aproximando pessoas” Como você usa a comunicação em sua vida? Ela aproxima ou afasta as pessoas? Ela soma ou separa? Será que com as ferramentas atuais (redes sociais, por exemplo), a sua comunicação se esvaiu em curtidas, sem nada a acrescentar, sem uma palavra para somar algo bom na vida do outro?
2. Software funcionando é melhor que documentação abrangente
Mais que seguir um plano, o software em pleno funcionamento é o melhor indicador possível de que o trabalho foi bem executado. Clientes pagam por resultado e não por um plano bem elaborado que nunca vai sair do papel.
Trazendo para nossa vida: Quais são as metas da sua vida (os softwares) que você planeja, promete para si, que escreve em algum lugar e não os cumpre? Quando o seu software está em “em pleno funcionamento”, você tem a sensação de que nada (ou o mínimo) lhe falta, e a certeza de que o trabalho em sua vida “foi bem executado”. E aí? Algo lhe falta hoje? Ou mesmo com todos os problemas, você se sente privilegiado, completo ou quase isso?
3. Colaboração com o cliente acima de negociação de contratos
Jamais atuar contra o cliente ou colocar ele contra o time de desenvolvimento. A palavra de ordem é: colaboração. A tomada de decisões deve sempre estar de acordo com os objetivos do cliente.
Trazendo para nossa vida: Cliente é a pessoa que compra, utiliza ou consome um produto. Desenvolvedor é a pessoa que provém o que o cliente quer. Para entregar algo a alguém deve-se entender o que essa pessoa quer. Às vezes até mudar um pouco daquilo que acreditamos que seria o melhor. Quem são seus clientes? (As pessoas que você se relaciona e que esperam algo de você). Você é cliente de quem? (As pessoas as quais você espera algo delas). Você é seu próprio cliente? Você concordaria mudar um pouco de si para entregar algo que faça alguém feliz?
4. Responder a mudanças ao invés de seguir um plano
Utilizar os feedbacks obtidos durante o processo somado à observação do cenário, são fatores fundamentais para darmos respostas rápidas sobre os rumos da operação envolvida. Não significa que não devemos ter um plano, mas que devemos estar preparados para mudanças.
Trazendo para nossa vida: Viver uma situação, aprender com ela, mudar, continuar vivendo, aprendendo e mudando. É um ciclo em nossa vida que não se encerra. Quantas coisas estimamos e planejamos, mas que saem do controle e acontecem de forma diferente. Quantas vezes já tivemos que mudar os planos? E o que você faz? Senta e chora, ou sacode a poeira, enxuga as lágrimas e segue em frente?
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Pois bem! Findado os valores ágeis, agora é hora de fazer uma pausa para pensar um pouco mais sobre o que foi lido e refletir como você está guiando sua vida.
Nos encontramos na próxima publicação (Parte II). Afinal, você é de começar e parar as coisas no meio ou vai até o fim para ver no que dá? 😉
Referências: O que é o Manifesto Ágil: Direto ao Ponto! / Manifesto ágil: pilares do agilismo / Quanto tempo de nossa vida passamos…