Quando ficará pronto?
Cri… Cri… Cri
Por muito tempo essa pergunta “beeeem basiquinha” tirou o nosso sono. Em busca de noites melhores, iniciamos uma série de atividades interessantes — análise de contextos, estudos e experimentos — com o objetivo de trazer previsibilidade para as nossas equipes de produto e aumentar o impacto do nosso negócio.
O nosso primeiro passo foi adotar um novo paradigma com foco no gerenciamento do fluxo do sistema.
Segundo o ditado popular, “o que não se mede, não se gerencia”; então rapidamente começamos a medir e acompanhar a gestão do nosso fluxo considerando 3 métricas básicas:
- Work In Progress (WIP): número de itens em que estão sendo trabalhados ou aguardando para serem trabalhados.
- Cycle Time: quantidade de tempo que cada um dos itens leva para passar pelo nosso processo — desde o ponto de chegada no sistema até o ponto de partida.
- Throughput: quantidade de itens em progresso concluídos durante um intervalo de tempo (dia, semana, mês).
Ah, pratiquem o desapego com relação aos nomes das métricas, o mais importante são as definições. Use os nomes que você quiser, apenas se preocupe em definir as métricas corretamente!
Por que essas métricas?
A tríade WIP, Cycle Time e Throughput são métricas fáceis de coletar, nos permite tomar decisões baseadas em dados e, além de responder “quando ficará pronto”, também podem trazer respostas para outras perguntas.
Se o cliente perguntar “Quando ficará pronto?” ou “Quando a funcionalidade X será entregue?” você pode olhar para o Cycle Time. Já se ele questionar “Quantos itens novos eu obterei na próxima versão?” ou “Quantos itens novos a equipe é capaz de entregar em 1 mês?”, essas perguntas podem ser melhor respondidas olhando para Throughput.
O Work In Progress não responde diretamente a qualquer questão específica do cliente, mas é a métrica que mais influenciará as outras duas métricas de fluxo. Para entender mais sobre essa forte relação, vale a pena ler sobre a Lei de Little.
WIP é provavelmente a métrica mais difícil de definir porque abrange tanto a noção de “trabalho” quanto a noção de “em andamento”.
Quanto a noção de “trabalho”, nós consideramos toda unidade, direta ou indireta, de valor para o cliente como item de trabalho. Já para a noção “em andamento”, nós limitamos o nosso fluxo e definimos um ponto específico e regras para assegurar que uma unidade de trabalho é legítima e deve ser imediatamente executado e concluído.
A figura a seguir reflete o mainstream do fluxo de uma de nossas equipes de produto.
Antes do ponto de chegada, o item é apenas um candidato para o trabalho. Após o ponto de chegada, o item é contado como trabalho em andamento (WIP).
WIP, Cycle Time e Throughput são as métricas que nós escolhemos. Independente das métricas que você utilizar, sempre tenha em mente que métricas são uma excelente ferramenta para iniciar conversas. Através delas, você poderá entender diferentes situações, identificar bloqueios muito mais rapidamente, e lidar proativamente com os problemas, em vez de combater retroativamente os incêndios.
Próximos Passos
Nós acreditamos que tomar decisões baseadas em dados é o caminho certo! Sabemos que tomar decisões baseadas em dados é o que queremos! Porém, precisamos garantir que os dados que estamos consumindo são precisos e representam a realidade. Em um próximo post, vou contar a vocês como foi passo a passo a implantação desse novo paradigma, o que estamos fazendo para trazer dados precisos e as práticas que estamos adotando, fiquem ligados!
“Se você pode tomar decisões com base em fatos e não em previsões, você obtém resultados mais previsíveis”. (Mary Poppendieck)
E ai, curtiu? O que você está medindo? Compartilha conosco!