A revolução dos carros elétricos

Imagem: Veículos elétricos fabricados no Brasil começam a ganhar as ruas

Durante os anos 20 do século XX, ocorreu a popularização dos automóveis à combustão no mundo. O empresário Henry Ford, criador da ideia da linha de montagem automobilística, foi o responsável pela redução dos custos de produção dos carros que, consequentemente, começaram a ser viáveis para mais consumidores ao redor do mundo.

Um século depois, durante a segunda década do século XXI uma nova revolução nos transportes começa a se desenhar, pois países notadamente mais desenvolvidos, começam a investir em infraestrutura para comportar essa nova frota de veículos movidos à eletricidade. Dessa forma, podemos citar a União Europeia que aderiu ao que foi proposto pelo Reino Unido, e decidiu encerrar a venda de carros à combustão até 2035. Pascal Fabrin, um membro do Parlamento Europeu, afirmou: “Em 2035, daqui a 15 anos, 100% dos veículos que serão comercializados devem ser elétricos. Isso significa que você não poderá mais comprar um carro a diesel ou a gasolina em 2035 em toda a Europa”.

(Image by Blomst from Pixabay)

Essa revolução pela qual a humanidade passará nos próximos anos terá tanto desdobramentos ambientais quanto econômicos. Nesse sentido, olhando pelo aspecto ambiental e com a crescente demanda popular por uma maior preocupação dos governos e das indústrias com a questão ambiental, a adoção de uma frota de automóveis elétricos vai ao encontro dessas reivindicações, pois a popularização dos carros elétricos pode reduzir drasticamente as emissões de gases que geram o agravamento do efeito estufa. Dessa forma, esses veículos acabam atraindo o interesse de pessoas jovens que são, estatisticamente, as mais preocupadas com a questão ambiental do planeta.

Tendo em vista o aspecto do meio ambiente, pode-se também analisar uma tendência das indústrias mais inovadoras em apoiar essa revolução dos transportes, como é o caso do Mercado Livre, maior portal de comércio eletrônico da América Latina, que vai passar a oferecer uma modalidade de financiamento para que seus entregadores possam comprar veículos elétricos no Brasil. Outra empresa que começa a investir nesse mercado é a Amazon, maior empresa de comércio eletrônico do mundo, que anunciou no ano de 2019 um ambicioso plano para adquirir 100.000 veículos elétricos e zerar as emissões de carbono até 2040.

Imagem: Mercado Livre vai financiar veículos elétricos para entregadores no Brasil

Essas empresas visam com suas ações sinalizar ao mercado e a seus consumidores que estão empenhadas na questão ambiental e o mercado tem respondido de maneira muito positiva a elas, pois os investidores já enxergam no setor de veículos elétricos uma grande oportunidade de investimento para o futuro próximo.

Companhias empenhadas no desenvolvimento e produção de carros elétricos têm experienciado um enorme crescimento em seus valores de mercado, o que demonstra que os investidores já compreenderam o cenário de revolução pelo qual passamos e apostar nessas empresas parece ser cada vez mais rentável.

Para efeito de comparação, apenas a Tesla, empresa do ramo de veículos elétricos e autônomos, já possui valor de mercado superior a de gigantes companhias do setor automobilístico juntas.

Fonte: Market Watch (24/11/2020)

Ademais, podemos comparar o que acontecerá nesta década, em relação aos veículos elétricos, com o que foi a revolução dos automóveis na primeira metade do século XX. Pressões populares, juntamente com as atitudes de alguns governos mais ligados à questão ambiental vão forçar uma drástica mudança no setor automobilístico e elétrico como um todo.

Por fim, essa expectativa de um crescimento tão grande da indústria de veículos elétricos só é razoável, devido ao fato de que o mercado já começa a sinalizar que está embarcando nessa revolução e, dessa forma, garantirá uma grande quantidade de investimentos para que as companhias possam inovar e acelerar cada vez mais essa mudança na indústria automobilística.

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Gustavo Merlin Sponchiado
Liga de Mercado Financeiro Bauru

Electrical Engineering student at UNESP — São Paulo State University