Novos cortes nas taxas básicas de juros dos Estados Unidos e Brasil, aprovação da Reforma da Previdência e avanço dos acordos entre EUA e China pelo fim da guerra comercial
Análise BM&FBovespa (28/out a 01/nov)
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa, fechou em alta nesta sexta-feira (01/11), encerrando a semana com ganhos de 0,77%. Na segunda-feira (28) o Ibovespa registrou alta de 0,77% após o término do pregão com 108.187 pontos, atingindo máxima histórica da bolsa. Ao final da semana, na sexta-feira (01), o ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,91% a 108.195 pontos,o desempenho do índice nesse dia ficou longe da máxima do intraday (durante o dia) em que atingira os 108.496 pontos. O bom humor do mercado foi impulsionado, ao longo da semana, pelo corte de juros promovidos pelo Banco Central (BC) do Brasil e pelo Federal Reserve (EUA), como também pela aprovação da Reforma da Previdência no plenário do Senado. Além disso, os investidores ficaram animados com o avanço dos acordos entre EUA e China, reforçando o clima que já era positivo.
Governo
O Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira(30/10), decidiu por unanimidade realizar o terceiro corte seguido na Selic, que sai dos 5,5% para 5%, atingindo a menor taxa básica de juros da história. Ainda no comunicado, o Copom adiantou que ainda há espaço para mais uma redução no final do ano. Contudo, o Copom ressalta que enxerga riscos de que a inércia inflacionária levem os preços a subirem menos do que a meta do Banco Central (BC).
A equipe econômica estuda enviar um projeto de lei ( parte do “Fast-Track”) a fim de acelerar as privatizações de empresas estatais. O objetivo é conseguir um aval antecipado do Congresso para vender uma lista de empresas, com o desejo de ganhar de seis a oito meses em um processo que hoje leva em média dois anos.
O ministro da economia, Paulo Guedes, prepara um plano em cinco frentes como pauto pós-Previdência, sendo eles reforma administrativa, Proposta de Emenda à Constituição (PEC emergencial) (para cortar gastos obrigatórios e abrir espaço para investimentos), PEC DDD (a qual pretende desvincular, desindexar e desobrigar gastos do orçamento), Pacto Federativo (uma nova divisão dos recursos de Estados e Municípios) e programa de ajuda aos Estados. No pacote de medidas econômicas pós-Previdência, o governo pretende enviar ao Congresso Nacional uma proposta de corte de 10% em todos os incentivos tributários em vigor. A estimativa é de que a mudança traga de imediato uma folga de aproximadamente R$ 27 bilhões no Orçamento no próximo ano.
Na quarta-feira (30), o dia ganhou mais um incremento para agitar os negócios no país, a citação do nome do presidente Jair Bolsonaro em investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio, Marielle Franco. Segundo reportagem do Jornal Nacional, registros do porteiro do condomínio Vivendas da Barra apontam que suspeito de crime esteve no local, horas antes do ocorrido, pedindo para ir à casa do Presidente Bolsonaro. Na tarde do mesmo dia, o Ministério Público do Rio informou que o depoimento do porteiro não condiz com as gravações do interfone.
Índices
O Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (28), exibe as expectativas dos economistas perante os principais indicadores econômicos do país. segundo o relatório, os economistas do mercado financeiro alteram as suas projeções para a Selic (taxa básica de juros do Brasil) no fim de 2019, a mediana das previsões este ano foi de 4,75% para 4,5% ao ano. Já a projeção da Selic para o fim de 2020 seguiu em 4,75% ao ano, ante 5% ao ano de um mês atrás.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA — inflação oficial do país) a projeção subiu de 3,26% para 3,29%.
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, subiu de 0,88% para 0,91%.
A Previsão do mercado financeiro para o dólar também permanece em R$ 4 para o fim de 2019 e 2020.
Internacional
O Comitê Federal De Mercado Aberto (Fomc em inglês) decidiu na quarta-feira (30) cortar a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 1,5% e 1,75%, além disso os dirigentes indicaram uma pausa no ciclo de cortes. Essa foi a terceira redução de juros seguida nos EUA. Os ajustes na declaração sugerem que dirigentes estão preparados para deixar as taxas estáveis por algum tempo a fim de avaliar os impactos na economia.
Os Estados Unidos criaram 128 mil novas vagas de emprego em outubro, segundo dados divulgados na sexta-feira (1) pelo Departamento do Trabalho. O resultado veio bem acima do esperado pelas projeções dos economistas consultados, os quais esperavam um acréscimo de apenas 85 mil empregos em razão do impacto da greve de funcionários da GM (General Motors).
O S&P 500 (índice americano que contém 500 ativos) registrou uma máxima recorde nesta última segunda (28) entre o possível acordo comercial entre EUA e China e apostas sobre a decisão de política monetária, além da alta dos papéis da Microsoft. Dessa forma, analistas destacam que devido aos resultados, não há recessão no radar.
Os números na China ajudaram no ânimo dos mercados afora. O PMI da Caixin/Markit de outubro chegou a 51.7, que não só superou as expectativas como também ficou acima do índice de setembro. O índice Caixin mede um mix de pequenas e médias empresas, enquanto o PMI pesquisa grandes companhias e estatais chinesas. No entanto, a maior preocupação dos investidores segue sendo o desenrolar das conversas entre Estados Unidos e China para o fechamento de um acordo comercial, após Pequim lançar dúvidas sobre a capacidade de Washington em fechar os termos de longo prazo. O banco do Povo da China (PBoC) ampliou os empréstimos no mês passado por meio de um instrumento que visa a apoiar investimentos em projetos de infraestrutura.
Destaques positivos e negativos
Magazine Luiza (MGLU3) +7,8%
A Magazine Luiza subiu 20,52% em outubro e no primeiro pregão de novembro já conseguiram mais de 5,71%. No ano, a valorização da Magalu já atinge 108,49%. O otimismo tem respaldo na gestão e na rentabilidade da companhia, que é apontado como case de sucesso no ramo varejista. o desempenho recente da ação está relacionado à oferta de ações anunciada pela empresa no dia 31 de outubro, a empresa irá distribuir 90 milhões de novas ações podendo gerar mais de R$ 5 bilhões.
Suzano (SUZB3) +7,55%
A Suzano registrou um prejuízo líquido de R$ 3,46 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Um ano antes, ela havia obtido lucro de R$ 1,02 bilhão. O destaque positivo foi a desestocagem, estimada em cerca de 435 mil toneladas de celulose, acima das expectativas de 300 mil toneladas. Segundo análises, no geral, o mercado deve reagir positivamente ao balanço, focando na questão da desestocagem.
Cielo (CIEL3) -6,21%
A cielo vem passando, ao longo dos seus resultados, por grandes dificuldades. A companhia obteve lucro líquido de R$ 358,1 milhões entre julho e setembro, valor 51,7% menor que a reportada no mesmo período do ano anterior.
B2W (BTOW3) -6,81%
A B2W reportou uma redução de 4,9% no prejuizo do terceiro trimestre de 2019, que somou R$ 152,5 milhões. O Ebitda ajustado aumentou 15,3%, a R$152,3 milhões.