Os presentes do Papai Noel chegaram mais cedo para o Ibovespa
ANÁLISE SEMANAL (19/12 a 23/12)
Na semana do Natal, o Ibovespa foi marcado por fechamentos positivos todos os dias e conseguiu um ganho acumulado no final da semana de 6,65%, alcançando os 109.698 pontos. O dólar por outro lado teve uma desvalorização semanal em relação ao real de 2,8%, sendo cotado a R$ 5,166. Esse movimento do mercado foi principalmente reflexo do cenário político nacional, onde houve a aprovação da PEC de transição e a nomeação de ministros do Governo Lula.
No começo da semana, o Ibovespa conseguiu se descolar dos índices norte americanos e apresentar alta de 1,83%, fechando o dia a 104.740 pontos. Já o dólar teve uma alta em relação ao real de 0,28%, sendo cotado a R$ 5,309. Esse cenário sofreu influência do noticiário político local, no qual o Supremo Tribunal Federal colocou o Bolsa Família fora do teto de gastos, o que de certa forma acaba limitando os gastos acima do estipulado. Além disso, o STF realizou uma votação e foi contra o orçamento secreto, o qual o mantimento deste era tido como uma condição para que a PEC de transição fosse aprovada. Tudo isso animou os investidores, que começaram a acreditar em uma possibilidade do texto da PEC vir mais tolerante.
Na terça feira (20/12), o Ibovespa teve uma alta de 2,03%, aos 106.864 pontos. O dólar por sua vez, teve uma queda em relação ao real de 1,93%, sendo cotado a R$ 5,206. Esse cenário foi acarretado mais uma vez por conta do contexto político nacional, no qual o ministro da fazenda juntamente com os parlamentares decidiu diminuir o prazo da PEC de transição de 2 anos para 1 ano, diminuindo assim os gastos e as incertezas fiscais para o próximo ano, o que acabou beneficiando a taxa de juros, com a possibilidade dela diminuir em 2023.
Na quarta feira (21/12), o Ibovespa fechou mais uma vez no positivo aos 107.433 pontos, 0,53%. Por outro lado, o dólar ficou praticamente estagnado em relação ao real, tendo uma queda de 0,07%, sendo cotado a R$5,203. A movimentação no mercado foi reflexo principalmente do cenário local, no qual houve a aprovação no 2º turno da PEC de transição na câmara dos deputados que foi discutida no dia anterior, terça-feira 20, agora segue para o Senado. Além disso, a alta do petróleo também auxiliou o Ibovespa, com o Brent subindo 2,8%, devido a divulgação de dados que mostraram uma redução maior do que o esperado nos estoques dos EUA.
Na quinta feira (22/12), o Ibovespa apresentou desempenho estável apesar da queda das bolsas americanas, encerrando o dia em 107.551 pontos, representando uma variação de 0,11%. Já o dólar encerrou o dia em queda de 0,33% frente ao real, sendo cotado a R$ 5,185. O desempenho do mercado foi impactado pela divulgação do PIB norte americano no 3º trimestre. Apesar dos dados de crescimento do produto e desemprego virem melhores do que o esperado, os investidores se mostraram cautelosos com a continuidade do aumento nas taxas de juros por parte do Federal Reserve, banco central dos EUA. No cenário Nacional, a estabilidade foi marcada por dois fatores principais: as recentes falas do presidente eleito, Lula, relacionadas ao aumento dos ministérios foram aliviadas pelo compromisso de fazê-lo sem aumento de gastos. Além disso, a divulgação de Geraldo Alckmin para o Ministério da Indústria também contribuiu para segurar a onda negativa dos mercados internacionais.
No último dia de pregão da semana, o Ibovespa consolidou mais um dia no positivo, encerrando aos 109.697 pontos, uma variação de 2%. Em contrapartida o dólar sofreu uma queda frente ao real de 0,38%, sendo cotado a R$5,166. O comportamento positivo do mercado foi devido a divulgação dos dados do IPCA-15 abaixo do esperado pelos especialistas, o que acarretou nos juros futuros em queda, alegrando assim os investidores e impulsionando a alta dos ativos locais. Além disso, o anuncio da Rússia de pretender diminuir a oferta de petróleo em 2023, como uma forma de retaliação após o G7 adotar um teto de preço de US$ 60 o barril para o petróleo russo, fez com que a commodity sofresse uma alta. Dessa forma, as ações da Petrobras subiram, o que também auxiliou no bom desempenho do Índice Bovespa.
Destaques positivos:
Via Varejo — (VIIA3) — (34,03%)
Via Varejo é uma empresa brasileira que atua no setor de varejo de eletrônicos e móveis no Brasil, opera grandes redes como Casas Bahia e Ponto frio. Esse movimento expressivo de alta foi desencadeado principalmente por conta da queda dos juros futuros, o que beneficia muito o público desse setor a realizar compras a prazo e aumentar as vendas da empresa. Além disso, a volta da distribuição do Bolsa família, no Governo Lula, deve também incentivar um aumento do faturamento das empresas do setor de varejo. Outro fator que agradou o mercado foi a troca de comando do Conselho de Administração da Via.
CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens SA — (CVCB3) — (28,69%)
É uma empresa sediada no Brasil, que atua no setor de turismo. Oferecendo pacotes de viagens nacionais e internacionais para os seus clientes. Os papéis da CVC foram impulsionados essa semana pela queda dos DIs, que está interligado com a taxa Selic futura. Ou seja, o parcelamento dos pacotes de viagens vendidos pela companhia ficou mais vantajosos para a população, o que contribui para elevar o desempenho da empresa.
Destaques negativos:
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA Usiminas — (USIM5) — (-5,85%)
Usiminas é um grupo siderúrgico, que atua em diferentes segmentos da cadeia de valor do aço. As atividades da empresa envolvem a mineração e logística do produto. Essa semana a queda no papel foi fruto da mudança da recomendação de compra para neutro da JP Morgan. Uma vez que a empresa necessita realizar a manutenção de dois equipamentos da sua linha de produção, a coqueira 2 e o alto forno 3, e o custo para essa manutenção será maior do que o esperado pelos investidores. Além disso, o cenário de alta na taxa de juros e as incertezas em relação a política de Covid zero da China, maior consumidor de aço do mundo, também impactaram para essa decisão que refletiu no preço da ação.
Suzano SA — (SUZB3) — (-2,70%)
A Suzano é uma empresa brasileira que atua na produção de produtos fabricados a partir do eucalipto, sendo eles de modo geral o papel e a celulose. Ela possui uma forte exposição ao dólar, uma vez que a maior parte da sua receita é produzida em dólares. Dessa forma, com a desvalorização do dólar nessa semana, o seu papel segui esse mesmo sentido.
