Pesquisa de Preços

Valorize seu dinheiro, só você sabe o quanto foi penoso ganhá-lo, pesquise, economize!!!

Fazer uma comparação entre preços tem por objetivo, acima de tudo, encontrar um preço justo para os produtos, visto que o consumidor que compra por impulso não tem a oportunidade de refletir se o produto comprado realmente é necessário. Assim, o tempo gasto na pesquisa de preço confere ao consumidor um questionamento acerca do que se pretende comprar, permitindo que ele reflita se o produto é, de fato, essencial ou de segunda necessidade, ou seja, pode ser adquirido futuramente.

Tal fato se deve à ansiedade gerada a partir do desejo de aquisição daquele bem ou serviço, gerando uma certa impaciência no consumidor, o qual acaba por comprar na primeira loja em que ele entrar. Essa impulsividade no ato do consumo abre margem para compras acima do preço do mercado. Nessas horas, é importante ter cautela e não se deixar levar pelo impulso. O anseio sempre é transformar o desejo em satisfação sem, muitas vezes, enxergar as possíveis consequências. No entanto, esse hábito pode ser mudado ao tomar-se consciência no momento do consumo, assim praticando a pesquisa de preços, em busca dos melhores preços e oportunidades.

Dessa forma, compreende-se que o conceito e a prática da pesquisa de preços envolve todas as dimensões comerciais, desde a compra no supermercado, passando pela compra de eletrodomésticos, de um carro, de uma casa ou até a realização de um empreendimento. Pesquisar preços envolve um custo, deslocamento, tempo gasto pesquisando, conversando com pessoas e estudando. Logo, quanto maior o valor envolvido na compra, mais detalhada deverá ser a pesquisa. Por exemplo, a alimentação. Por ser um item que, apesar de não ter custo unitário elevado, está diariamente presente em nossa rotina, podendo representar grande parte dos gastos do orçamento familiar.

Estratégias para pesquisar preços:

  • Se perguntar se é realmente necessário adquirir o produto;
  • Se perguntar à qual necessidade o produto atende;
  • Escolher a marca e o modelo mais adequados a sua necessidade;
  • Conversar com clientes sobre as lojas que eles frequentaram e sobre os produtos consumidos por eles;
  • Visitar várias lojas físicas e/ou vários Marketplaces (endereços eletrônicos voltados a vendas online que conectam oferta e demanda, de modo a beneficiar tanto os clientes quanto os empreendedores e empresas do varejo);
  • Aproveitar promoções esperadas como Black Friday, dias em que supermercados vendem as carnes ou as verduras por um preço melhor e fazer uso de cupons de desconto;
  • Se possível, comprar artigos usados;
  • Ficar atento(a) às ‘falsas’ promoções usadas como estratégia de Marketing;
  • Quando há uma liquidação, não significa que o produto esteja valendo um preço justo ou que você precisa comprar o produto;
  • Se planejar financeiramente de maneira antecipada, se possível a fim de fugir de prestações, conseguir descontos no pagamento à vista;
  • Se preparar, pesquisando constantemente os produtos desejados, a fim de detectar e aproveitar as oportunidades de compra;
  • Não ter medo ou vergonha de questionar ou negociar preços;

Papel dos Marketplaces na pesquisa de preços:

O E-commerce envolve uma só empresa e o Marketplace engloba diversas empresas, não raro este encaminha para o site de E-commerce referente ao produto de interesse. O Marketplace permite comparar preços do mesmo produto em várias lojas digitais diferentes em frações de segundo.

De modo geral, os fornecedores de produtos anunciam os produtos com descrição e fotos nos Marketplaces que se responsabilizam pelas formas de pagamento do cliente e estipulam prazos de entrega (a exemplo do Mercado Livre, Lojas Americanas, Airbnb). Outros Marketplaces propiciam o contato direto do interessado com o proprietário do produto, e não pela entrega nem pela forma de pagamento (Facebook por exemplo). Dessa maneira, o E-commerce de uma empresa consiste em anunciar seu produto em vários Marketplaces e, em alguns casos, no próprio site da marca. Em suma, o E-commerce é uma estratégia de venda das empresas que, não necessariamente, ocorre nos Marketplaces, mas em grande parte essas plataformas digitais dependem de que vendas on-line façam parte das estratégias de marcas e empreendedores.

Dicas de uso do Marketplace:

  • Procurar marcas e sites mais tradicionais;
  • Escolher fornecedores de boa procedência;
  • Verificar os comentários deixados pelos consumidores sobre o produto e sobre o fornecedor, fique atento às reclamações expostas;
  • Fuja de propagandas enganosas, Spam;
  • Só assine o comprovante de recebimento se o produto estiver em bom estado de conservação.

Lista dos principais Marketplaces para diferentes finalidades

Tabela 1: Lista de exemplos de Marketplace.

Dicas para economizar nos Supermercados:

O app Melhor Compra e o Supermercado Now auxiliam na pesquisa de preço, mostrando ofertas e oferecendo a comodidade de efetuar as compras sem sair de casa. Entretanto, em alguns casos, acaba saindo mais barato verificar os preços pelo app e, posteriormente, ir retirar os produtos no supermercado, pois tem-se que levar em conta a taxa de entrega cobrada pelo estabelecimento. As ferramentas estão disponíveis em apenas algumas cidades e para alguns supermercados, mas a tendência é a de que esse tipo de Marketplace cresça, expandindo seu consumo e seu raio de alcance. Há, ainda, há a possibilidade de se realizar a pesquisa de preço indo presencialmente em vários supermercados (ou visitando o site dos supermercados presentes em sua região) e anotando o preço dos 10 itens essenciais para sua compra semanal ou mensal. Desse modo, ao final da pesquisa, o consumidor pode tirar suas próprias conclusões sobre onde comprar frutas e legumes, produtos de limpeza ou itens de açougue. Cada região tem sua particularidade.

Dicas:

  • Compre produtos não perecíveis em atacados, onde esses são mais baratos em função do maior fluxo de mercadorias pelo atacadista em comparação ao varejista;
  • Procure marcas intermediárias com qualidade e bom preço;
  • Procure substituir produtos mais caros por semelhantes mais baratos, sempre que possível;
  • Ser barato não é sinônimo de qualidade e ser caro também não;
  • Procure consumir frutas da época, legumes e hortaliças da época (ver mais sobre as frutas e as hortaliças de cada época);
  • Não vá ao supermercado com fome;
  • Se possível, não leve crianças ao supermercado;
  • Escolha o melhor dia para se comprar carne (dia de promoção) e o melhor dia para se comprar verduras. Esses dias variam de empresa para empresa, logo é necessário acompanhar a rotina do supermercado e/ou conversar com pessoas que trabalham ou frequentam-no há um tempo;
  • Estipule o quanto você pode gastar com a compra semanal ou com a compra mensal;
  • Diminua o quanto você gasta com comidas e bebidas não essenciais (refrigerante, bebidas alcoólicas, carne vermelha em excesso, doces, guloseimas em geral);
  • Preste atenção no prazo de validade das embalagens;
  • Só leve o que você vai consumir, evite desperdício;
  • Guarde as notas fiscais e anote o quanto foi gasto nas compras, pois se você não sabe o quanto você gasta, consequentemente não poderá cortar gastos e, portanto, economizar;
  • Não faça as compras num lugar só, compre o item onde for mais barato.

Dicas para economizar nos bens semiduráveis:

Bens semiduráveis são roupas e calçados, ou seja, aqueles que se desgastam gradualmente. Esses não duram como um carro, uma geladeira ou uma máquina de lavar, mas, ao mesmo tempo, não é necessário comprar com a mesma frequência que são comprados alimentos, por exemplo. Dessa maneira, classifica-se os bens de consumo segundo suas respectivas durabilidades: o carro, a geladeira e a máquina de lavar são bens de consumo duráveis, enquanto os alimentos seriam um bem de consumo não durável.

Dicas:

  • Se perguntar “Realmente preciso?”
  • Buscar lojas da fábrica, pois assim será possível eliminar os atravessadores (pessoas ou empresas pelas quais o produto passa antes de chegar ao consumidor final e que retiram a respectiva rentabilidade pelo serviço prestado, de modo a aumentar o preço final do bem);
  • Guardar as notas fiscais para possíveis trocas em caso de defeito;
  • Destinar uma parte do orçamento a esse tipo de bem, limitando o gasto;
  • Pagar à vista, de preferência, devido aos melhores preços oferecidos.

Dicas para economizar na compra de um carro:

Conversar com donos de estacionamento, com profissionais de várias concessionárias e pesquisar em sites de fabricantes são hábitos de consumidores conscientes. Para aumentar o nível de conhecimento sobre o produto a ser adquirido, deve-se pesquisar o preço de carros semelhantes nos Marketplaces elencados e nas avaliações do carro no Youtube. Antes de adquirir um carro é necessário obter respostas às seguintes perguntas:

  • O preço do carro está de acordo com o montante que eu pretendo gastar?
  • Ele atende às necessidades pessoais/da empresa/familiares?
  • Quais são os custos de seguro e de manutenção médios?
  • O carro é “ruim de mercado”? Ou seja, vende fácil? Por quê?
  • Quanto está a desvalorização anual do carro? (ver quais os carros que menos desvalorizam)
  • Comprar um carro novo ou usado?
  • Como o antigo dono cuidou do carro? (Se o carro for usado);
  • Qual é o estado de conservação deste?
  • Qual é a qualidade do pós-venda? (Em caso de carro novo: quantos anos de garantia são conferidos ao cliente; proximidade entre a concessionária e a cidade de residência do consumidor; preço das revisões obrigatórias durante o tempo de garantia);

Opte por gastar o mínimo com o carro, pois essa é uma fonte de gasto significativa na média do orçamento dos brasileiros. Carros novos são mais cômodos para o dono, pois este não terá de realizar manutenções caras e complexas, somente as manutenções periódicas. Entretanto, a desvalorização do carro novo é maior em relação aos carros usados. Apesar de mais gastos com manutenção, carros de segunda mão oferecem uma qualidade melhor por um preço menor. Não são regras, mas algumas informações válidas são:

  • Carros “bons de mercado” são aqueles que apresentam baixa desvalorização e geralmente são recordes de venda em seus anos de fabricação;
  • Marcas importadas possuem maior custo de manutenção, o mercado não é tão bom, apresentam alta desvalorização, mas tem qualidade e performance superiores aos nacionais;
  • Carros populares têm menor consumo de combustível e manutenções mais baratas, além de um bom mercado;

Dicas para economizar na compra de imóveis:

Para realizar bons negócios na compra de imóveis é preciso definir com clareza a necessidade e a finalidade da compra do imóvel. É necessário pesquisar em corretoras, imobiliárias, Marketplaces ou conversar com profissionais dessa área sobre quais são os preços praticados no mercado atual, e sobre quais são as perspectivas futuras para os bairros da cidade em questão. Bairros mais afastados do centro e menos urbanizados costumam ser menos valorizados, em contrapartida, possuem uma perspectiva maior de crescimento. É essencial acompanhar novos lançamentos, empreendimentos prediais ou loteamentos. Geralmente ao efetuar-se a compra do imóvel quando este ainda se encontra na planta, pode-se pagar até 30% a menos no mesmo apartamento/lote/casa, quando comparado ao preço final na entrega. Além disso, comprar imóveis executados por dívidas pode ser uma grande oportunidade de adquirir bons imóveis a bons preços. Pode-se encontrar esses leilões nos sites dos grandes bancos brasileiros, bem como no site da Receita Federal, pois, de modo geral, esses imóveis são de antigos proprietários que não honraram com o pagamento de dívidas bancárias ou de impostos ou, ainda, podem ser fruto de práticas ilícitas.

Exemplos práticos:

Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) a renda média das famílias brasileiras em 2018 era de R$ 5.436,70. Constatou-se também que 23,9% das famílias viviam com uma média de R$ 1.245,30. Logo, para abranger esses 2 grandes grupos de orçamento familiar, o exemplo na tabela 2 considerou a alimentação como representante de 22% do orçamento familiar. A cotação de preços (31 itens básicos) foi feita para a cidade de Poços de Caldas por meio do app Melhor compra, para simples efeito ilustrativo (preços de acordo com o dia 25/07/2020).

Tabela 2: Cotação em 2 supermercados diferentes e economia por meio de pesquisa de preços.

Tabela 2: Cotação em 2 supermercados diferentes e economia por meio de pesquisa de preços (continuação).

Sendo assim, pode-se concluir que, dependendo do lugar escolhido no momento de comprar um produto, pode-se obter uma economia de até 3,10%. Além disso, ao escolher-se os produtos mais baratos, na comparação entre os dois estabelecimentos, teve-se uma economia de 10%. Provavelmente, se fossem comparados mais estabelecimentos, essa economia poderia ser ainda maior. Para uma família, uma economia de R$40,00 ou R$122,00 poderia ser muito significativa, ao longo dos anos, de maneira a otimizar a conquista dos objetivos financeiros familiares. A mesma pesquisa poderia ser aplicada para outros exemplos, como a mobília de uma casa, a escolha de um carro, a compra de um imóvel, roupas, sapatos, dentre outros bens de consumo.

A Tabela 3 demonstra o impacto financeiro de uma economia mensal constante, ao longo dos anos. A tabela mostra o montante acumulado economizando-se R$50,00 em 1 ano, 2 anos, 5 anos e 10 anos. O mesmo para R$100,00, R$300,00, R$500,00 e R$1.000,00 de economia. Tais economias representam cortes de gastos, pesquisas de preços e outras formas de poupar. O gráfico explicita, de maneira mais clara, a diferença de montantes economizados mensalmente e investidos a uma rentabilidade de 2,25% ao ano.

Tabela3: Montante acumulado no tempo para aportes mensais constantes.
Gráfico 1: Plotagem do montante acumulado no tempo para aportes mensais constantes

Conclusão

Finalmente, pode-se concluir que a pesquisa de preços consiste em uma maneira de economizar dinheiro mensalmente, fazendo com que o indivíduo atinja mais rapidamente seus objetivos financeiros.

Por: Leonardo Magalhães

--

--