É tudo manipulação?!
“Todo suporte de difusão da informação que constitui um meio intermediário de expressão capaz de transmitir mensagens; o conjunto dos meios de comunicação social de massas”, assim é definido a palavra mídia pelo dicionário de Português online do Google. A mídia é considerada o quarto poder, ou seja, possuí tanta influência em relação à sociedade quanto os Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), além de ter um papel ativo na determinação de tendências, agir como uma verdadeira “força social” (DURKHEIM), ou seja, exercer sobre os indivíduos uma força com o intuito de coagi-los a pensar e agir de acordo com as normas sociais para assim, direcionar os cidadãos de acordo com a sua vontade.
No texto da Sylvia Debossan Moretzsoh, A mídia e o golpe: uma profecia autocumprida, a autora define o papel dos jornais da seguinte maneira: “Jornais sempre defendem causas. Defender a liberdade de expressão — por mais óbvia que essa defesa possa parecer — é defender uma causa. Defender ou combater a propriedade privada, a meritocracia, a política de cotas, a educação e a saúde pública, os direitos trabalhistas, as mudanças nas regras para a aposentadoria, é defender uma causa. Mas não se pode, em nome dela, distorcer, deturpar ou, pior ainda, inventar fatos. Fazer jornalismo é diferente de fazer propaganda.”.
Entretanto, infelizmente por mais que a ideia de mídia seja muito bonita, a de levar à informação as pessoas, não é o que nós vemos nos nossos cotidianos, no qual, capas como essa da Veja, onde está estampado bem grande “LULA COMANDAVA O ESQUEMA”, quando na verdade essas afirmações surgiram baseadas em depoimentos e não em provas concretas o que acabava dando a impressão de que essa informação é a mais pura verdade quando de fato nem sequer haviam sido comprovadas, fazem a gente perceber que o jornalismo está fazendo exatamente o que em tese não deveria, desempenhando um papel de influenciador, tentando causar um alvoroço, coisa que já faz a muito tempo. Essa tentativa de instalação do caos por parte da imprensa ficou muito evidente na campanha da reeleição da presidenta Dilma (que saudade da minha ex), onde não poupou esforços para desgastar o seu governo, utilizando-se de mentiras deslavadas, conversas forjadas, boatos e intrigas.
Durante o processo de destituição da presidenta democraticamente eleita, a cobertura da mídia não foi muito diferente. Nos episódios das manifestações pró-impeachment, a imprensa foi uma grande aliada na cobertura, cobrindo antes, durante e depois dos atos; fizeram chamadas divulgando expectativas de público confirmado em redes sociais e fazendo questão de divulgar amplamente os pontos de concentração. Na data do evento, as grandes emissoras de televisão abertas e sites de notícia fizeram ao longo das suas programações diversas inserções ao vivo durante todo o dia com convocatória para os locais em que o evento estava instalado.
O modelo foi repetido nos outros eventos contra a presidente que foram realizados ao longo do ano de 2015. Nas passeatas, os manifestantes carregavam sempre consigo bandeiras do Brasil, cartazes com os mais (estúpidos) dizeres como: “Intervenção Militar”, “Volta dos Militares”, “Fora Dilma”, Fora PT”, “Fora o Comunismo”, “Vai pra Cuba”, alguns ainda tinham a coragem de tirar foto com militares em frente a tanques blindados, como se eles fossem grandes defensores da Pátria amada e idolatrada.
O mais interessante dessas coberturas midiáticas foi o de que para além das transmissões ao vivo durante todo o dia, as emissoras de televisão divulgaram os balanços das manifestações nos horários nobres e nas edições do dia seguinte aos atos, fizeram coberturas completas com ampla divulgação e edição do que era de fato importante segundo eles a ser passado.
Mas e agora, como se comporta a mídia quando claramente o golpe não serviu para melhorar a situação econômica brasileira? Pois bem, se a princípio quando Temer subiu ao poder, denúncias de corrupção passaram a ser um episódio menor, sem grande impacto depois, malas de dinheiro com muitos dólares passaram a estampar a cara do governo que seria o pacificador e colocaria um fim a corrupção na história do país. Quem não se lembra da frase: “Primeiro a gente tira a Dilma, depois o resto.”, pois bem, estamos esperando esse resto até hoje. O espetáculo da hipocrisia da nossa querida mídia permanece ainda como principal regra mesmo depois de diversos escândalos e delações que envolvem o governo mais antipopular NUNCA visto ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS.
As emissoras de comunicação deveriam dar mais importância em transmitir informações na íntegra e de qualidade, pois esse é o seu principal objetivo, o de propagar e informar conhecimentos ao invés de alterarem notícias com o intuito de ratificar os seus interesses particulares, utilizando o público para se autopromover, transformando o conteúdo em apenas visibilidade.