Ação “Marcas aliadas”, censura e “Escola sem Partido”

Stéphanie Marchuk
Lindíssima disse tudo
3 min readJun 4, 2018

Em plena semana da parada LGBTQ+ de São Paulo, nada mais importante do que falar sobre marcas que demonstraram apoio à causa, censura e sobre o projeto de lei que impede falar de gênero em escolas.

Tenho observado ao longo da semana a movimentação de marcas famosas como Itaú e a Skol em prol da parada do orgulho LGBTQ+ e acho um avanço muito grande ter marcas com esse alcance apoiando uma causa marginalizada em nosso país.

A ação “Marcas aliadas” promovida pela Skol, Burger King, Bis, Trident, Itaú, quem disse, berenice?, dentre outras visa a “doação” de letras durante um mês para a divulgação da Parada do Orgulho LGBTQ+ e a contribuição para organizações que defendem a causa. Entretanto, apesar de reconhecer a importância da visibilidade, não sei até que ponto esse apoio é verdadeiro.

(imagem de divulgação da campanha “Marcas Aliadas”)

Uma das informações que contribuem para a dúvida sobre as intenções das grandes empresas:

Além do Itaú, temos a Skol com um histórico de posicionamento machista e de objetificação da mulher que marcaram suas propagandas. Apesar disso, em vista da opressão e censura que o movimento LGBTQ+ sofre, mudanças de posição de marcas que atingem a grande massa podem trazer avanços significativos para o movimento.

“O argumento da liberdade de expressão como autorrealização — ou seja, com base em princípios de dignidade/igualdade — encontra limites quando falamos de certos tipos de expressão, como o discurso de ódio, tendo em vista que se pode argumentar que tais formas de manifestação ferem justamente a dignidade humana e o direito à igualdade”. Scabin. Liberdade de expressão, uma liberdade complexa. 2017.

Um dos exemplos mais marcantes de censura e opressão nos tempos atuais é o caso do projeto “Escola sem Partido”, que tem como autor da lei no Rio de Janeiro o deputaERROR Flávio Bolsonaro (o que já diz muito sobre o programa), que basicamente defende um ensino dito como “neutro”por seus idealizadores, em que o professor não pode abordar assuntos como gênero e orientação sexual. O fato é que a neutralidade que será imposta, caso esse projeto seja aprovado, irá contribuir para a manutenção de discursos de ódio em nossa sociedade LGBTQfóbica, racista, machista e elitista.

A conclusão que chego ao analisar esse cenário é que precisamos de ações como a “Marcas Aliadas” pois apesar de alguns apoiadores terem um passado problemático, os movimentos organizados por grupos considerados minorias necessitam cada vez mais de apoio para assim terem força para combater retrocessos pautados em censura e opressão, como o “Escola sem Partido”.

Caso queiram saber um pouco mais sobre o projeto “Escola sem Partido”, o site em que eles reúnem seus absurdos é esse:

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