Engajamento seletivo ou falso engajamento: o caso da cantora Anitta

Stéphanie Marchuk
Lindíssima disse tudo
3 min readApr 28, 2018

Acompanho a carreira da Anitta e mesmo não me considerando fã, aguardava por suas músicas e adorava quando tocava em festas. Sempre admirei o fato de uma mulher, vinda do subúrbio e cantora de funk, ter alcançado tamanha visibilidade. Anitta, desde o inicio de sua carreira aparentou defender suas raízes e se importar com as questões presentes na realidade suburbana e periférica.

Entretanto, com o aumento de sua fama e por consequência, o aumento das cobranças de posicionamentos que toda pessoa que conquistou certo nível de visibilidade sofre, Anitta, vem demonstrando opiniões controversas ao que aparentava ter no início de sua carreira. A respeito disso, tenho duas hipóteses: A primeira é que talvez essa imagem politizada e engajada de Anitta tenha sido criada em nosso imaginário, devido ao lugar de onde veio, o meio musical que está inserida (mesmo estando mais pop agora), suas falas em defesa do funk e até mesmo pela defesa (inconsistente) dos direitos das mulheres e do movimento lgbtqi+; A segunda é que Anitta faz parte de uma jogada de marketing mal elaborada, em que a cantora não consegue sustentar o personagem cobrado pela sociedade(confesso que é o que mais acredito).

Comecei a observar mais atentamente suas declarações após o caso Marielle, no qual inúmeros artistas, inclusive internacionais, demonstraram sua indignação com a execução da vereadora, enquanto Anitta, mulher, suburbana e cantora de funk, permaneceu calada. E diante das cobranças, fez uma declaração deixando clara a pressão que sofreu para se posicionar, com argumentos rasos e generalizados, tentando não se comprometer, se mostrando imparcial, buscando agradar todos os seus tipos de fãs.

“Não me importa se Marielle era de direita, de esquerda, de frente, de costas, lésbica ou mãe precoce ou sabe lá mais o quê. Ninguém merece morrer.”

Devido a esse episódio, pesquisei notícias e selecionei as que exemplificam o tema tratado.

(Achei outras notícias mas são tantas que não sobraria espaço para escrever)

Percebe- se que não há uma mudança de visão da cantora, pois por mais que tente vender uma imagem de defensora dos direitos das mulheres, possui uma opinião diferente da esperada pelo grande público. Um ponto positivo é que Anitta continua em defesa do funk, mesmo tendo investido em outros estilos e em sua carreira internacional, permanece reforçando de onde veio. A pergunta é: Será que isso basta para manter a imagem da cantora intacta?

O fato é que Anitta sempre esteve em evidência tanto de forma negativa quanto positiva, e, não podemos negar a importância que a cantora tem para a música brasileira. Mas, acredito que no momento, a única solução para esse problema está resumida em um tweet.

--

--