Do sprint à maratona: quem domina a paciência, domina tudo o resto

Tal como a vida, o empreendedorismo não é um sprint mas sim uma maratona. Cada um ao seu ritmo. O que realmente importa é a consistência de darmos todos os dias pelo menos um passo na direcção certa. Quando conseguimos isso, vemos as peças do nosso puzzle a encaixarem-se. A Lingfy vai encaixando peças do seu puzzle todos os dias e isso dá-me uma satisfação enorme.

Bruno Portela
Lingfy-pt
6 min readDec 15, 2017

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Uma das melhores formas que encontrei para apreciar o presente, é olhar para o passado e avaliar o caminho que percorri e reconhecer os progressos alcançados. Ao colocarmo-nos na perspectiva de observadores do nosso próprio percurso, conseguimos apreciar os avanços alcançados, mas também reconhecer a aprendizagem feita com os momentos menos bons e os erros cometidos. Só não falha quem nunca tentou.

Todos nós, de uma forma ou outra, temos dificuldade em reconhecer que erramos ou que pensamos de forma incorrecta. Eu não sou excepção. Mas a história da Lingfy veio provar-me que não vale a pena remar contra a maré, porque sozinhos não alcançamos nada.

Quando os nossos amigos mais próximos nos aconselham e incentivam a tomar um rumo diferente, é muito provável que tenham razão e que nós estejamos a percorrer o caminho errado. E é só quando reconhecemos que precisamos da ajuda dos outros, que conseguimos realmente avançar e contar com a ajuda e empenho daqueles que nos apoiam.

Quando acabamos as frases e concluímos os raciocínios de amigos sobre as melhores ideias para desenvolver uma empresa ou quando transformamos discussões com pontos de vista opostos em conclusões consensuais, então sabemos que estamos no bom caminho.

Não se trata de tentar agradar a toda a gente, mas sim de saber que aqueles que nos são queridos querem sempre o melhor para nós e se demonstrarmos que estamos no rumo certo, então eles são os primeiros a apoiarem-nos e a partilharem a felicidade das nossas vitórias.

A ideia por detrás da Lingfy

A criação de uma plataforma online de traduções humanas não foi a primeira ideia que me veio à cabeça quando pensei em enveredar pelo mundo do empreendedorismo. Antes ainda considerei projectos na área da agricultura, restauração e até fabrico de cerveja artesanal. Há vários motivos pelos quais esses projectos não passaram disso mesmo. Mas o principal foi, o que tantas vezes se lê na literatura de empreendedorismo, a falta de paixão!

O trabalho que desenvolvo diariamente na Lingfy não é repleto de alegrias e sucessos. Há momentos complicados, frustrantes e até aparentemente intransponíveis. No entanto, só a crença inabalável naquilo que estou a desenvolver, possibilita que acorde todos os dias, arregace as mangas e coloque mãos à obra.

Há dias melhores, outros piores, mas o que realmente interessa é termos a capacidade de darmos o passo necessário na direcção certa. E isso só se consegue quando acreditamos que estamos a fazer a coisa certa e quando convencemos aqueles que nos rodeiam a apoiar-nos, porque também eles reconhecem que estamos a trilhar o rumo do sucesso.

Entre os vários motivos que me levaram a criar uma plataforma online de traduções, estão o baixo investimento financeiro, quando comparado por exemplo com uma actividade que implique custos iniciais elevados com a localização física, stock de produtos, contratação de funcionários a tempo inteiro, etc. Outro motivo, é a flexibilidade de operar uma plataforma online que pode ser feita em qualquer lugar e qualquer hora.

O facto do sector da tradução estar há vários anos consecutivos em franca expansão e ter dado provas que resiste às mais severas crises financeiras. E também o meu interesse por assuntos internacionais e a experiência profissional no estrangeiro, que me permitiu expandir os horizontes e ter uma mentalidade mais curiosa em relação a outros povos e culturas.

Mas o factor mais importante de todos é a minha paixão pela escrita. Não que eu ache que escreva muito bem, cabe ao leitor decidir isso, mas porque sei que nasci para fazer isto. Como é que eu sei? Porque à semelhança de muita gente, posso por vezes vezes hesitar sobre aquilo que quero fazer, mas não tenho dúvidas sobre aquilo que faço naturalmente e que me dá uma satisfação enorme.

A paciência nos momentos de incerteza

A minha ideia inicial era criar uma plataforma online com vários automatismos, lançar o serviço no mercado e aguardar o feedback dos clientes durante… meia dúzia de meses! Se a ideia resultasse, óptimo! Caso contrário, estava determinado em desistir, voltar a arranjar um emprego e seguir com a minha vida.

Mas, entretanto, mudou a minha perspectiva sobre o empreendedorismo, o sucesso e a vida. Não coloco de lado a hipótese deste projecto falhar e ter de voltar a arranjar emprego noutra empresa. Aquilo que mudou foi a forma como encaro essa ideia. Deixei de ter receio que tal aconteça e agora encaro o potencial fracasso pelo lado positivo, ou seja, como a tentativa de iniciar um projecto no qual depositei sangue, suor e lágrimas.

O receio de fracassar e até o estigma de me empenhar num projecto que possa eventualmente não dar os resultados pretendidos, foram substituídos pelo orgulho de tentar criar uma empresa na qual eu gostaria de trabalhar como funcionário. Essa mudança de mentalidade, fez-me alargar os horizontes e perder o receio que tantos nós partilhamos, de tentar apostar naquilo em que sabemos que somos realmente bons.

Não é realista pensar-se que uma empresa recém-criada consegue estabelecer-se no mercado em poucos meses, por isso, este projecto passou a ser de longo prazo. O investimento financeiro na Lingfy foi contabilizado com exactidão e pode ser, de uma forma ou outra, recuperado.

Mas mais importante do que o dinheiro, é o tempo investido. Esse tempo não pode ser recuperado, se as coisas não correrem como esperado. Mas também nunca o irei encarar como desperdiçado, porque acredito realmente naquilo que faço, na contribuição que quero dar a esta empresa e no percurso de desenvolvimento pessoal que tenho vindo a trilhar.

Experimentar até nos apaixonarmos

Antes de nos dedicarmos a uma atividade temos de descobrir a nossa paixão, aquilo que nos move, aquilo que nos faz saltar da cama todos os dias e dar o nosso melhor. Este é uma das ideias mais divulgadas no seio da comunidade de empreendedores, coaches, estrategas, etc. Concordo plenamente com esta ideia, mas a paixão pelas minhas actividades diárias não surgiu porque estive a reflectir e a escrever num pedaço de papel aquilo em que acredito, aquilo que quero e o que gosto. Não necessito escrever num papel que amo a minha mulher e que sou apaixonado pela escrita. Eu simplesmente sei isso.

Por outro lado, quem me conhece bem, nunca na vida iria pensar que eu alguma vez poderia correr mais de 70 Kms por mês. Eu próprio também não pensaria nessa possibilidade, porque há muitos anos atrás, isso nem sequer era uma possibilidade. Eu só descobri a paixão pela corrida, o prazer e os efeitos benéficos do exercício físico, quando comecei a correr. Foi uma experiência bem sucedida, entre muitas outras que fracassaram. Por isso, acredito que devemos encarar a vida como um conjunto de experiências. Umas correm bem, outras nem por isso.

Conquistar a felicidade

A corrida e o exercício físico tal como as paixões, são praticadas constantemente. Devemos escovar os dentes todos os dias, devemos dar beijos e abraços todos os dias, assim como o exercício físico é uma receita para toda a vida. Não é um remédio que atua rapidamente quando estamos mal, é um estilo de vida que adoptamos para nos sentirmos melhor.

Se me perguntarem se sou feliz, a minha resposta é sim. Mas não sou sempre feliz, porque para mim a felicidade conquista-se todos os dias. Nós não chegamos à felicidade, nós sentimos a felicidade, quando lutamos por ela, quando nos empenhamos, quando procuramos ajuda, quando ajudamos os outros, quando partilhamos com o mundo aquilo que sentimos. Agora sinto-me feliz!

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Bruno Portela
Lingfy-pt

Founder at @lingfycom. Translation afficionado, avid reader about entrepreneurship and personal development. Training for a marathon. https://lingfy.com/