Aquarelando… a ciência

Juliana Acs
Linguarudo
Published in
3 min readSep 24, 2020

Quando a mesa de trabalho é um festival de belezas que a ciência proporciona

Já falamos sobre as imagens que fazem tanto bem à explicação ágil das coisas mais complicadas da ciência. Entretanto, há muito mais a descobrir! Hoje, vamos começar a passear pelo universo da natureza e, em especial, das plantas! Veja só…

A arte de ilustrar plantas vem lá… de antigamente. Durante os tempos chamados de Renascimento (período entre meados do século XIV e o fim do século XVI) e de Naturalismo (tempo situado em meados do século XIX) foram divulgados desenhos e pinturas incríveis ligados à Botânica (= ciência cujo nome vem de do grego botané, que significa “planta”). Leonardo da Vinci e Albrecht Dürer, cada um em seu tempo, contribuíram muito para esses verdadeiros dicionários botânicos. Mais tarde, Alexandre Von Humboldt (séc. XVIII/XIX) e até, pra falar de século XX, a incansável Margareth Mee fizeram desenhos magníficos com base em suas observações. Muitos outros dedicaram-se a esse tipo de investigação-arte e nos deixaram uma herança considerável!

Se a ciência já é uma maravilha, com arte, se transforma em encantamento!

Pois bem, é isso que a artista plástica Janaína Alves está fazendo hoje em dia: arte com ciência (ou será ciência com arte?!). Entre tantas outras atividades, a artista e o agrônomo Luís Marcelo Tisan, cientista da terra, desenvolvem o projeto de um livro “Plante com Sabedoria: um Guia para o Plantio de Árvores em São Leopoldo”.

“A ideia central do livro é servir de guia para o cidadão comum plantar árvores no pátio ou na calçada. As pessoas fazem isto há muito tempo, mas, na maioria dos casos, plantam árvores sem nenhum critério. O guia vai orientar o plantio da espécie certa no local correto. A ideia é plantar certo hoje para não ter que cortar amanhã. O livro é sobre árvores e arvoretas.”, relata Marcelo.

E veja só que lindeza as cores e os traços que descrevem com beleza i-men-sa os tipos de plantas/árvores. Sabe, uma lista (ou inventário) como essa pode ser muitíssimo útil nos projetos de manejo da urbanização (sim, do crescimento das cidades) em harmonia com o meio ambiente.

Manacá-da-serra — Aquarela de Janaína Alves para o livro de Luís Marcelo Tisan.

Isso sem falar de alimentar a curiosidade, pois é muito legal (re)descobrir desde flores e arbustos, até lindas árvores! Tantas mudanças impensadas nas cidades, visivelmente, estão causando o desaparecimento da vegetação original de que nossos avós e bisavós tanto cuidaram. Isso dói!!!!

O trabalho em aquarelas, que é um verdadeiro colírio para os olhos, não só eterniza as plantas, mas também ensina botânica aos que tiveram e ainda hoje têm o privilégio de aprender a saborear as obras de arte e as belezas naturais com as quais convivemos. Esta é uma ideia genial que poderia ser imitada em várias cidades!

Hoje mostramos um pedacinho das belezas desse projeto, mas voltaremos a esse mundo em que ciência e arte se entrelaçam e nos mobilizam para melhorar o lugar onde vivemos!

Mesa de trabalho de Janaína (festa de cores!)

Por Juliana Alles de Camargo de Souza/

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

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