DESCARTE IRREGULAR DE MEDICAMENTOS, O VILÃO DESCONHECIDO
Os danos causados pelos micropoluentes do descarte irregular de medicamentos chamaram a atenção de pesquisadoras do Distrito Federal (DF)
Embora este vilão não use capa ou tenha fala assustadora, ao longo do tempo, vem causando graves consequências sobre a saúde das pessoas e danos ambientais.
Segundo estudo realizado por pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB) e publicado na revista Ambiente & Sociedade, o descarte irregular de medicamentos é um problema sério!
Você sabia que esse costume está relacionado a erros de diagnósticos de doenças e à automedicação? Pois é! As pesquisadoras constataram que, em muitos casos, excesso de medicamentos podem representar risco não só à saúde mas também ao meio ambiente, devido às substâncias químicas neles presentes.
A quantidade de medicamentos sem utilidade nos domicílios pode gerar dúvidas na hora do descarte. E, pior, muitas vezes o que sobra é jogado no lixo comum, o que é danoso para as pessoas, para o solo, para a água.
Lembre-se, estamos falando de um vilão, que, independente do mundo Disney ou Marvel, possui poderes que podem variar: inflamabilidade, corrosividade e toxicidade. Ou seja, um perigo!
Para a investigação, a equipe de pesquisa realizou entrevistas, durante os meses de junho e setembro de 2016, com 393 pessoas, que foram abordadas em shoppings, feiras, rodoviárias, praças e parques no DF, visando buscar pessoas residentes em diferentes regiões e variações de níveis de escolaridade e renda.
“O motivo para o descarte dos medicamentos declarado foi, principalmente, pelo vencimento do prazo de validade (62,9%), e a principal forma de descarte do medicamento foi juntamente com resíduo comum”, evidenciaram as pesquisadoras da UnB.
E agora? Que herói poderá nos defender das consequências desse tipo de ação?!
De fato, existe um vilão a ser combatido! E a educação das pessoas para evitar o problema é a principal arma. O estudo conclui que “educar os pacientes sobre a destinação adequada é um dos passos mais importantes, e os profissionais de saúde envolvidos no processo do cuidado devem incentivar seus pacientes sobre o uso racional e descarte adequado dos medicamentos e de todos os RSS (Resíduos de Serviços de Saúde) que conferem riscos sanitários e ambientais”.
A solução do problema começa a ficar mais clara: sem dúvida, a educação contribui para que cada indivíduo cumpra seu papel cidadão de descartar de forma segura os remédios que sobram. Além disso, recomenda o estudo, é necessária uma maior informação à população sobre como proceder para descartar seus medicamentos adequadamente em drogarias ou farmácias.
Falando nisso, você costuma realizar o descarte correto de medicamentos?
Para ler o artigo: RAMOS, H.M.P. et al. Descarte de medicamentos: uma reflexão sobre os possíveis riscos sanitários e ambientais. Ambiente & Sociedade. São Paulo, v. XX, n. 4, p. 149–174, 2017.