Menos carne e mais qualidade de vida
Entenda como o vegetarianismo pode ajudar você a prevenir doenças crônicas
O vegetarianismo tem ganhado cada vez mais espaço na vida — e no prato — dos brasileiros. De acordo com o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), no ano de 2018, o número de pessoas adeptas às dietas vegetarianas no Brasil já alcançava 30 milhões, e essa mudança no estilo de vida da população acarretou uma diminuição no quadro de algumas doenças como hipertensão e diabetes.
Isso é o que revela o artigo publicado por um grupo de pesquisadores do IBPEFE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício), publicado em 2021 pela Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. O estudo investigou hábitos de vida de um grupo composto por 10 integrantes vegetarianos e 10 onívoros, ou seja, pessoas que se alimentam tanto de carne quanto de vegetais. Os participantes responderam a diversos questionários, que avaliaram seus hábitos alimentares, prática de exercícios e histórico de doenças crônicas. Além disso, todos foram submetidos a testes que medem a massa corporal e a quantidade de gordura.
Após o levantamento desses dados, foi constatado que os integrantes do grupo de vegetarianos apresentavam, em geral, menor predisposição a doenças como hipertensão e diabetes, porém, dentre os vegetarianos, o risco de obesidade era maior do que entre o grupo de onívoros.
“Acredita-se que a alimentação dessas pessoas não esteja balanceada corretamente, estando rica em carboidratos e lipídeos, podendo explicar percentual mais elevado”, explicam os pesquisadores.
O estudo permite concluir que, no geral, a alimentação vegetariana traz, sim, diversos benefícios para a saúde, porém, a pesquisadora Hérica Moreira de Jesus alerta: “É importante entender que para adoção de uma dieta vegetariana o acompanhamento nutricional é fundamental para evitar possíveis déficits”.
Ou seja, para se ter mais qualidade de vida, não basta abandonar a carne, é preciso que haja um acompanhamento correto para garantir que o corpo terá todos os nutrientes de que precisa. E ainda é importante pensar nos demais hábitos, como realizar atividades físicas.
JESUS, H.M. de; XAVIER, S.L.; VIEIRA, K.H. Alimentação vegetariana e não vegetariana e o risco de doenças crônicas não transmissíveis em adultos. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v. 15. n. 92. p. 97–105. jan./fev, 2021.
