Mudanças climáticas: Um novo obstáculo aos trabalhadores rurais

Guilherme Poleto
Linguarudo
Published in
2 min readNov 11, 2020

Pesquisa revela como as mudanças climáticas podem prejudicar os trabalhadores que exercem suas atividades ao ar livre

Imagem de UN Women em Creative Commons

Não é novidade que o aumento da temperatura global é uma grande complicação para as próximas gerações, mas você sabia que essa mudança também pode afetar, em um curto prazo, os trabalhadores que desempenham suas atividades ao ar livre?

Um estudo acerca desse tema foi realizado pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e publicado na revista Ambiente & Sociedade. O objetivo da pesquisa foi avaliar como as mudanças da temperatura podem afetar as condições de trabalho ao ar livre até o final do século XXI.

Essa avaliação foi realizada por meio da comparação entre as condições do clima atual e do futuro com o uso de índices que fazem a projeção do clima. Com esses dados, foram separados cinco grupos que indicam o nível de calor (estresse térmico) a que os trabalhadores seriam expostos até o ano de 2100.

Os resultados apontaram que, ao final do século XXI, a quantidade de dias que trabalhadores são expostos a estresse térmico moderado tende a aumentar em grande parte do continente. Já para o grupo de alto estresse térmico, estima-se que a capacidade de trabalho caia de 50% a 25% na melhor das hipóteses.

Além da perda da capacidade de trabalho, a exposição a altas temperaturas também pode gerar exaustão, dor de cabeça, diminuição da produtividade e até morte. Diante desses resultados, percebe-se que as mudanças climáticas poderão causar ainda maiores impactos à saúde e à capacidade de trabalho dos trabalhadores expostos ao ar livre.

Você deve estar se perguntando: de que modo é possível evitar ou, ao menos, amenizar esse grande problema? Bom, segundo os pesquisadores, é necessário que haja uma alteração geral sobre as condições de trabalho impostas a esses trabalhadores, como horas de trabalho, equipamentos, tempo de descanso etc.

“Por se tratar de um tema de relevância socioeconômica, propõe-se que estudos mais aprofundados, que levem em consideração as diferentes horas do dia, o uso de equipamentos adequados e estratégias de planejamento e otimização da produtividade laboral, sejam avaliados em trabalhos futuros”, destacam os pesquisadores.

O artigo completo pode ser acessado através do link abaixo: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2020000100302&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

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