O cigarro eletrônico deve ser liberado no Brasil?

Cristina Dias
Linguarudo
Published in
2 min readDec 2, 2022

O uso de cigarros eletrônicos se mostra pouco eficaz no tratamento de tabagismo e ainda é prejudicial à saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é um órgão do governo criado pela lei 9.782/1991, e sua função fundamental é ter controle sanitário de produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. Em 2009, a Anvisa proibiu a comercialização de cigarros eletrônicos até que estudos científicos comprovassem que eles não fazem mal para a saúde pública. Em uma pesquisa realizada por André Luiz Oliveira da Silva e Josino Costa Moreira foram analisados a composição, os malefícios e a efetividade dos cigarros eletrônicos no tratamento para tabagismo.

Pixabay (2022).

Publicado na revista Ciência & Saúde Pública em agosto de 2019, o estudo realizou uma pesquisa na base de dados PubMed (Medline) e SciELO por artigos científicos sobre o uso do cigarro eletrônico e a ferramenta de pesquisa do Google para buscar reportagens a respeito. Os resultados mostraram falta de regularidade na produção dos cigarros eletrônicos. Além disso, o estudo indicou que a exposição aos químicos produzidos por este dispositivo pode causar irritação nos olhos e sistema respiratório, além de tosse, dores de cabeça, desconforto respiratório e vertigem. Outros estudos ainda apontaram sintomas como aumento da frequência cardíaca e nicotina na saliva e na urina tanto de fumantes ativos quanto nos passivos. Não foram apresentados danos à saúde a longo prazo devido ao curto tempo que esses dispositivos estão no mercado. Os pesquisadores ainda revelaram que o uso de cigarros eletrônicos é pouco eficaz para o tratamento de tabagismo.

“O Brasil, ao proibir estes produtos, impediu que a população consumisse um produto sem comprovação que auxiliasse no tratamento do tabagismo, com indícios de significativa toxidade. Impediu também que jovens e adolescentes experimentassem este produto”, comentam os cientistas nas considerações finais do artigo. Segundo os autores, ainda que os cigarros eletrônicos apresentem menor toxidade em relação aos cigarros tradicionais, eles não podem ser considerados inofensivos à saúde do usuário.

--

--