Os incríveis poderes das constelações

Dieila dos Santos Nunes
Linguarudo
Published in
3 min readSep 21, 2020

As constelações são regiões poderosas do céu, e a Ciência pode explicar isso!

Você já observou o céu hoje? O céu pode nos surpreender com seus poderes, e eles se tornam mais visíveis à noite. Se já observou e nada viu, é porque você está próximo do escudo-inimigo dos poderes brilhantes, conhecido pelos adultos por poluição visual. Esse escudo-inimigo é formado por grandes prédios, postes, placas, entre outros elementos visuais que criam uma barreira entre nós e os poderes brilhantes celestiais.

Mas calma, isso tudo pode ser resolvido se você for para um lugar longe desse escudo, como em um sítio ou em uma chácara. Quanto mais distante da área urbana, mais os poderes brilhantes aparecem.

Ah, dependendo do dia, a ajuda de um telescópio é bem-vinda!

Ilustração: Luciane M. W. Raupp.

Opa… você disse que não olhou o céu? Fique tranquilo, ainda dá tempo. Antes disso, vamos embarcar na aventura de conhecer os poderes das estrelas mais brilhantes? Não, não são aquelas luzes brilhantes que Rapunzel, do filme “Enrolados”, via no céu em todos os seus aniversários. As luzes das quais falo são muito, muito mais brilhantes e cheias de mistérios e poderes: as constelações.

Agora, o que são mesmo constelações? O dicionário define como “agrupamentos aparentes de estrelas”, que várias civilizações foram construindo e deram até nomes ao longo da História. Elas refletem a cultura de diversos povos que as identificaram no céu noturno e as utilizaram como forma de sobrevivência. É isso mesmo que você leu! Esses pontinhos brilhantes tinham muitos poderes, como orientar geograficamente, estabelecer o calendário e até determinar as estações do ano. Era por meio da observação do céu que o ser humano registrava a passagem do tempo e sabia o início e o fim das épocas do ano (isso facilitava nas atividades de pesca, caça, plantio e colheita).

Mas a Ciência vai além e pode explicar o que são esses fascinantes pontinhos no céu. Quer saber? Então, acompanhe!

Para o pesquisador e coordenador do Observatório Astronômico da Unesp de Bauru, Rodolfo Langhi, “A constelação é uma região do céu; é como se toda a esfera celeste estivesse sido dividida em regiões, e em cada região dessa nós temos um conjunto de astros que compõem aquela constelação, incluindo a figura”. Por exemplo, se eu perguntar quantas estrelinhas compõem a tão conhecida Constelação Cruzeiro do Sul, localizada no Hemisfério Sul, provavelmente você dirá que são quatro, uma em cada ponta da cruz. Entretanto, pela definição da Astronomia — ciência que estuda fenômenos do Universo, essa constelação é como se fosse uma região retangular no céu, onde estão não só as quatro estrelas que formam o desenho imaginário, mas todas as outras milhões de estrelas dessa região.

São reconhecidas 88 constelações pela União Astronômica Internacional (IAU), mas todo o céu está dividido em 89 regiões, isso é porque a Constelação Serpente é dividida em duas partes: cabeça e cauda. Demais, né?!

É importante lembrar que nem todas as constelações são visíveis, quando olhamos para o céu. Você deve estar se perguntando o porquê. Relaxa, já explico tudinho… Segundo Langhi, as constelações são divididas em boreais e austrais. As boreais localizam-se no Hemisfério Norte, enquanto as austrais estão no Hemisfério Sul. Por essa razão, os habitantes abaixo do Equador da Terra conseguem ver as constelações austrais e somente algumas das boreais, e vice-versa para os do Hemisfério Norte. Para saber quais constelações você consegue enxergar, um mapa pode muito auxiliar.

Bom, a conversa está agradável, mas a noite logo chega. Preciso achar um bom lugar (longe do escudo-inimigo dos poderes brilhantes celestiais) e organizar meus equipamentos de cientista, para observar as magníficas constelações. Convide seus pais e amigos e vá também!

Dieila dos Santos Nunes /

Mestra e doutoranda em Linguística Aplicada.

Para saber mais: https://sites.google.com/site/proflanghi/textos-1, https://www.youtube.com/watch?v=e44ZmiKsgg8, http://www2.fc.unesp.br/#!/observatorio, https://www.youtube.com/watch?v=5-cNSQt-BMA, https://sites.google.com/site/proflanghi/efemerides.

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