Você sabe a importância de conversar sobre diversidade sexual?

O preconceito relacionado à diversidade sexual ainda está muito presente no cotidiano. Pois foi feita uma pesquisa para identificar os impactos negativos desse preconceito

Natália Griep Scheunemann
Linguarudo
2 min readNov 18, 2021

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A diversidade sexual é um assunto muito polêmico nos dias atuais, por isso ainda há muito preconceito e discriminação quando falamos da comunidade LGBTQIA+. Esse preconceito faz com que os indivíduos da comunidade fiquem vulneráveis e não sejam aceitos em sociedade por conta do estigma que gira em torno de sua sexualidade e/ou identidade de gênero. Quando isso acontece na adolescência, é algo ainda muito pior. “Em meio a tantas pressões sociais, o adolescente torna-se mais suscetível a conflitos emocionais e sofrimentos psíquicos, especialmente ao se autoperceber em não conformidade com os discursos da heteronormatividade”, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com o objetivo de analisar o sofrimento psíquico, relacionado à discriminação e estigmatização da diversidade sexual vivenciado na adolescência, foi realizado um estudo para a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Nele, os autores José Carlos Pacheco da Silva, Rodrigo Ribeiro Cardoso, Ângela Maria Rosas Cardoso e Renato Santos Gonçalves, ressaltam o quanto é importante a proteção da população LGBTQIA+.

Foto de: Mercedes Mehling (Unsplash).

Para começar a investigação, os pesquisadores entrevistaram nove adolescentes com faixa etária entre 14 e 18 anos. As entrevistas continham questões sobre reconhecimento da orientação sexual e identidade de gênero, percepção e atitude da família, vivência de violências por conta da orientação sexual e papel dos serviços de saúde. Após a análise de dados com o software Iramuteq, eles foram classificados utilizando o método de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) que evidenciou cinco classes:

Classe 1: relacionamentos familiares e participação da família no contexto de violência. Classe 2: situações de sofrimento psíquico vivenciado pelos jovens. Classe 3: exemplos de situações discriminatórias que podem favorecer a exclusão social, sentimento de vergonha e abandono escolar. Classe 4: apoio profissional para amenizar o sofrimento. Classe 5: percepções dos adolescentes diante da diversidade sexual.

“A discriminação e a estigmatização constituem violações à dignidade humana, considerando o processo de construção individual da identidade, que deve respeitar o indivíduo e não negar seu desenvolvimento.”, comentam os autores.

O estudo evidencia que o preconceito diante da diversidade sexual causa prejuízos à saúde mental. Tendo isso em vista, o apoio familiar e profissional é essencial para garantir direitos humanos fundamentais para esses jovens. Compreender a realidade e a vulnerabilidade vivenciadas por esses adolescentes é essencial para que possamos protegê-los.

Para saber mais:

SILVA, José Carlos Pacheco da et al. Diversidade sexual: uma leitura do impacto do estigma e discriminação na adolescência. Ciência & Saúde Coletiva [online]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/TCJ6mXyyK4pB94FDNhcjZZc/abstract/?lang=pt#.

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