O uso de Low Code para validação de hipóteses de negócios

Luana Waitemam
Livelo
5 min readOct 27, 2023

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Na era da transformação digital, o mercado está se movendo em uma velocidade nunca antes vista. Empresas e empreendedores estão em busca constante de inovações e estratégias que os mantenham à frente da concorrência.

Para alcançar o sucesso, a validação rápida de hipóteses de negócio tornou-se crucial. Nesse contexto, uma abordagem que tem ganhado destaque como facilitadora desse processo é o Low Code.

“A ideia da hipótese é viabilizar uma solução mais rapidamente, a fim de garantir se, de fato, vale a pena investir tempo e dinheiro no desenvolvimento de uma solução final. Então, conseguimos ser mais assertivos em resolver o problema dos clientes”, diz Warly Silva do time de Agilidade da Livelo.

Neste artigo, o objetivo é explorar o que é o Low Code, que desde 2014 vem conquistando terreno e revelando um potencial gigantesco no universo tech.

Acompanhe esta jornada para entender como esta tecnologia está se tornando uma ferramenta eficaz para a validação ágil e eficiente de hipóteses de negócios.

Afinal, o que é Low Code?

Imagine uma empresa de e-commerce com milhões de usuários e operando em um mercado altamente competitivo. Essa empresa precisa constantemente desenvolver soluções para atender às demandas do mercado, sem perder o timing. Além disso, há a necessidade de garantir a segurança do software, sua qualidade, escalabilidade e muito mais.

Validar uma hipótese de negócio tradicionalmente envolve a criação de um protótipo, desenvolvimento de software, testes extensivos e, finalmente, sua implementação. Isso pode ser demorado e caro, sendo esse um desafio para as grandes organizações.

Atualmente, esse é o desafio enfrentado por tais empresas na área, e para isso também vêm surgindo algumas alternativas para validar se a inovação que está sendo proposta faz sentido frente ao mercado sem que passe por toda a esteira de desenvolvimento. Uma delas é o Low Code.

Existem algumas definições que podemos encontrar por aí sobre Low Code, mas todas elas convergem em um resultado em comum, que é:

Uma maneira de criar aplicações com o mínimo de desenvolvimento de linhas de código possível. É basicamente “arrastar e soltar”.

Vantagens

Existem diferentes vantagens na utilização de uma abordagem Low Code, dentre elas se destacam:

Agilidade na entrega: O desenvolvimento de soluções é acelerado, permitindo que as empresas entreguem projetos mais rapidamente.

Omnicanalidade: As plataformas Low Code são adaptáveis a diversos dispositivos, eliminando a necessidade de criar interfaces responsivas separadas.

Economia de custos: A tecnologia permite que a equipe de TI se concentre em tarefas complexas, reduzindo os custos operacionais e acelerando a comercialização de novas funcionalidades.

Segurança: Plataformas Low Code incluem recursos de segurança integrados, garantindo a proteção contra acessos não autorizados.

Colaboração: Essas ferramentas promovem a colaboração entre as equipes, aproximando a área de negócios da tecnologia.

Iteração Ágil: A agilidade na iteração permite obter feedback mais rápido e facilita a adaptação dos fluxos.

Limitações

Como mencionado anteriormente, existem diversas vantagens oferecidas pela solução, porém, é importante observar que existem também limitações quanto ao uso de uma abordagem Low Code. Dentre as quais, vale ressaltar:

Complexidade em casos de customizações: Embora o Low Code seja excelente para criar aplicativos que são simples com fluxos de trabalho padronizados, pode não ser apropriado para casos que requerem extensa customização. Nestes casos, a ferramenta pode demandar especialistas para realizar as personalizações necessárias, indo de contra o propósito do Low Code que é, minimizar a necessidade de codificação.

Dependência do fornecedor: Muitas vezes, as soluções de Low Code são fornecidas por terceiros. Isso significa que a organização pode ficar dependente do provedor da plataforma. Caso a ferramenta seja descontinuada ou os preços aumentem substancialmente, isso pode representar um grande desafio para a empresa.

Limitações de desempenho: Em alguns casos, aplicativos criados com Low Code podem apresentar desempenho inferior em comparação com aplicativos codificados.

Temos uma gama de vantagens oferecidas pela solução, porém nem tudo são flores, já que existem limitações que as plataformas fornecem, e é por isso que o desenvolvimento tradicional, o code first, não “morre”, e sim se transforma.

Exemplos de empresas que usam o low code

De acordo com o Gartner, em seu artigo: Gartner Forecasts Worldwide Low-Code Development Technologies Market to Grow 20% in 2023:

O mercado direcionado a desenvolvimentos de baixo código está projetado para totalizar US$ 26,9 bilhões ainda em 2023, o que demonstra um aumento de 19,6% em relação a 2022 e que existe uma tendência de aceleração para adoção dessa tecnologia até 2026.

Em um blog da Amazon, existem alguns casos que já usam e enxergam valor nesta tecnologia, como a World Wide Technology (WWT), fornecedora global de soluções de tecnologia. A empresa conseguiu criar uma aplicação de gerenciamento de cotações de serviços profissionais em poucas semanas usando o Amazon Honeycode.

Ao usar a plataforma de desenvolvimento Low Code desenvolvida pela AWS, a WWT conseguiu tornar seu processo de cotação de clientes mais automatizado e ágil. Ela também percebeu melhorias na qualidade geral das respostas às solicitações de seus clientes e nos níveis de velocidade e precisão.

Fonte:https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2022-12-13-gartner-forecasts-worldwide-low-code-development-technologies-market-to-grow-20-percent-in-2023

A escolha da plataforma importa

É importante avaliar a vasta gama de soluções que o mercado oferece e aqui vão alguns exemplos de ferramentas que se destacam no mercado:

Power Apps (Microsoft): é uma plataforma da Microsoft que permite criar aplicativos web e móveis com baixa codificação, integrando inclusive com fonte de dados SQL Server e serviços da Microsoft.

Honeycode (Amazon): é uma plataforma da Amazon que permite criar aplicativos personalizados e colaborativos, podendo ser usados para gerenciamento de tarefas, fluxos de trabalho e processos de negócios.

Salesforce Lightning: é uma das ferramentas da Salesforce e permite, dentre as muitas funcionalidades, a automação de fluxos de trabalho e gatilhos que otimizam os processos de negócio. Geralmente é utilizado para empresas que usam o Salesforce como CRM.

Twilio: é uma plataforma que permite a interação via texto, voz e outros canais de comunicação, permitindo uma automação de fluxo de jornada com pouco uso de código.

As plataformas possuem fins específicos e, para sua escolha, é preciso considerar o que mais faz sentido ao modelo de negócio de cada organização.

Considerações e próximos passos rumo ao futuro

À medida que os recursos tecnológicos se expandem, enfrentamos um crescente desafio em TI para atender às demandas do mercado com qualidade, escalabilidade e segurança, muitas vezes em prazos extremamente curtos. Esse cenário resulta em uma corrida na qual muitos softwares são desenvolvidos às pressas, levando a revisões constantes e a um ambiente caótico.

Nesse contexto, as plataformas de Low Code surgem como uma solução concreta para tornar tangíveis, testar e validar as hipóteses de negócios e mercado de forma simplificada. É importante destacar que o uso de plataformas Low Code não substitui a equipe técnica nem o desenvolvimento utilizando linhas de código, pelo contrário, é possível direcionar o time para a construção de aplicações robustas e com funcionalidades devidamente validadas e comprovadamente úteis.

Além disso, essas ferramentas asseguram um retorno eficaz do investimento do time de tecnologia em seus desenvolvimentos, tornando o processo mais eficiente e orientado para resultados. Como é típico de toda tecnologia emergente, se prevê uma ampla adoção dessas plataformas, principalmente porque os profissionais modernos de todas as áreas tendem a manter um pé na área de TI. Portanto, podemos esperar que essas inovações tenham um bom desempenho.

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