Living Offices | S05E03 | WYgroup

Marta Pinto
Living Offices
Published in
9 min readDec 2, 2021

Oeiras, Portugal [Go to EN Version]

André Henriques | Ah!PHOTO

O WYgroup é um ecossistema empresarial, com uma estrutura colaborativa de empresas independentes, dedicado à comunicação, que atua através da criatividade, design, media, data, inovação e tecnologia. Estas empresas combinam sinergicamente expertise e valências, que permitem ao grupo oferecer um vasto leque serviços de comunicação. O foco está sempre na melhor experiência do consumidor.

Office File

Empresa: WYgroup
Localização: Oeiras
Área Total: 2000m2
Capacidade: 400 pessoas
Ano:
2001. Remodelação 2018–2020
Indústria: Comunicação, Marketing e Tecnologia
Office Design: Projeto foi conceptualizado e desenvolvido por uma equipa interdisciplinar da By, agência do grupo, que combinou valências na área de criatividade e conteúdo, direção de arte, fotografia, modelação 3D e ilustração, em total parceria com a MOA Arquitectos e Andringa Studio.

O escritório situa-se em frente à praia, em plena Avenida Marginal em Santo Amaro de Oeiras. Quando entramos, somos recebidos por um ambiente acolhedor, com muita luz e uma vista para a praia que nos faz sentir na areia e quase a molhar os pés no mar. E é por isso chamado entre todos de Casa de Praia, e que reflete a inspiração do mar e da praia em todos os seus detalhes.

O espaço está dividido em três áreas de open-space principais. Uma área ampla na receção, que recebe e acolhe todos os que chegam ao escritório, que se transforma em anfiteatro quando é necessário, uma área com várias salas de reunião, e outra dedicada ao working space, com muitas mesas corridas para a prática de hot-desking.

As áreas do escritório foram criadas em resposta às partilhas feitas por todos que nele trabalham. Os colaboradores foram envolvidos no processo, partilhando o que gostaria de ver no novo escritório. Todos os espaços têm uma histórias e afetos que os unem.

Rúben Ferreira | U.DREAM

A receção é o espaço que acolhe todos os que entram no escritório. O espaço amplo e luminoso recebe-nos com sorrisos e com uma peça de arte decorativa que prende o nosso olhar. Uma garrafeira inspirada pelo mar, feita por um dos colaboradores do WYgroup — Carlos Castelo Branco — a quem foi feito o convite para desenhar uma peça para este local.

Esta área amplia-se para um anfiteatro. É usado ao longo do dia para diferentes momentos, sejam as conversas de um para um, ou os encontros entre grupos maiores que acontecem frequentemente. Aqui também acontecem sunsets conjugando momentos de apresentações de alguns trabalhos e convívio.

Ao lado direito da receção somos conduzidos por uma outra peça decorativa em macramé criada pela Oficina 166. A inspiração foi a praia, claro, revelada pelos elementos como as bóias dos barcos, e que foram cobertas por bordados feitos pela Associação A Avó Veio Trabalhar. Esta peça tem várias funções: decorar, evocar elementos de praia e mar, dividir o espaço mantendo a transparência e a comunicação. Encontramos os seus materiais como o tecido e o fio, e objetos como as boias e prancha de surf, em todo o escritório.

Da cestaria à palhinha, do macramé a os tecidos e à madeira maciça, estes materiais são uma constante em todo o espaço, do mobiliário à decoração. A sustentabilidade dos materiais foi uma preocupação desde o início, e por isso escolheram madeiras de florestas sustentáveis de Bali, e tecidos com tinturarias amigas do ambiente e do humano. Os candeeiros em macramé no anfiteatro, foram feitas com artes de pesca recicladas pela Beatriz Rosales através da Malha.

Área de trabalho

A circulação pela área de trabalho em open space é guiada pela zona central onde se encontram as mesas corridas, ocupadas pelas equipas das várias empresas do WYgroup.

Paralelo ao espaço de trabalho central, encontramos uma área que percorre a fachada envidraçada do edifício, com sofás confortáveis e mesas, balcões ou uma prancha de surf que faz de baloiço. Esta área é usada nos diversos momentos do dia em que se quer relaxar ou trabalhar com vista de frente para a praia.

No lado oposto, encontramos uma área com zonas de phonebooths e salas de reunião, para quando for necessário fazer chamadas mais privadas ou ter momentos de maior foco ou encontro rápido para tomar decisões. As portas e divisões de vidro permitem manter a conexão com a restante área de trabalho.

Espaços de Reunião

A terceira área do escritório que encontramos é totalmente dedicada aos momentos de reunião mais formais e prolongadas, garantindo espaços para encontros com mais pessoas.

Cada uma das 18 salas de reunião tem um tema diferente, mas sempre mantendo uma narrativa unificadora e comum da Casa de Praia: Sala Sunga, Sala da Tanga, Sala Minikini, Bar da Praia, são alguns dos nomes das salas onde os colaboradores reúnem. Todos os detalhes importam. Exemplo disso são os vidros destas salas com uma decoração leve e constante de ondas diferentes que simbolizam o mar. As peças de decoração da Graça Paz que dão calor à sala. Os tetos das salas e as portas foram desenhados também pela equipa do WYgroup, e mantêm os materiais de eleição como a palhinha e a madeira.

A preocupação com a funcionalidade de cada sala vê-se através do mobiliário, com mesas grandes e cadeiras confortáveis para momentos mais longos, ou standing desks para reuniões mais dinâmicas e curtas em que é possível ficar de pé. O mobiliário nestas salas foi pensado para proporcionar um ambiente de trabalho positivo, confortável e que proporcione bem-estar aos colaboradores.

Sendo o WYgroup um ecossistema empresarial que se dedica à comunicação, não foi esquecido o espaço que permite fazer broadcasting com qualidade de equipamento e som, com uma sala própria para esse fim. Os tecidos que forram esta sala e outras, mantêm as suas cores quentes que lembram a areia, ou as frescas como o mar.

Algumas peças de arte em áreas junto às salas de reunião resultaram de uma escolha cuidada. Estão juntas às zonas com sofás, almofadas coloridas, plantas aqui e ali, áreas para contemplar e que relembram que é bom fazer uma pausa para relaxar.

Encontramos aqui uma vez mais, uma peça de arte decorativa feita por uma colaboradora. A ilustração das três mulheres foi feita pela Sara Brito, que venceu um desafio que lançado ao grupo inteiro — fazer uma peça artística que tivesse a ver com praia, mar e férias. Esta peça surge para responder a esse desafio de haver uma peça que fizesse todos sentirem-se numa casa de praia.

Outra peça mostra-nos uma mulher e um peixe azul, um mundo de sonho e de luta em homenagem às mulheres do grupo, que foi encomendada ao artista Mário Belém.

Em todos os espaços deste escritório descreveram-nos materiais, cores, intenções, afetos e muitas histórias das ligações fortes que o fizeram a contecer. Em pleno período de pandemia, o novo escritório foi sendo montado e acompanhado por todos os colaboradores, em casa, através de fotografias quase diárias que o CEO do grupo, Pedro Janela, ia enviando por email a todos.

Sons do Escritório

“Pediram-me para desenhar uma garrafeira para a Casa de Praia. Uma das actividades de pesca em Sto Amaro de Oeiras é a pesca ao polvo. A partir daí procurei uma forma que se inspira no mar. O desenho tem a ver com o movimento das algas nas marés. O material escolhido, o ferro, tem a ver com os destroços de embarcações naufragadas. A forma do polvo é bastante mórfica, e de algum modo procura sintetizar todos estes elementos, finalmente e porque teria de suportar garrafas, as ventosas dos tentáculos são as argolas que têm essa função. Uma fererência à realidade que está lá fora e que todos os dias acabamos por beneficiar dela, e contemplar a partir da Casa de Praia.” Carlos Castelo Branco

“Este escritório é como uma casa, é sentirmo-nos em casa. Todo o espaço convida a que uma pessoa esteja bem e esteja a aproveitar a vista e aproveitar o melhor do que é realmente estar a trabalhar à frente da praia.” Sara Brito

“Eu venho para aqui pela partilha com várias pessoas. Acho que no meio de um pouco de caos que é o processo criativo, este espaço transmite calma. Muitas vezes vejo-me a olhar para o mar (…) e acaba por ser sempre uma coisa um bocadinho mais fluida, como o conceito do espaço.” André Filipe

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