Com auditório lotado e palestra de Gustavo Franco, o Livres RJ se apresentou nesta quinta-feira

“Para você que queria um partido liberal por inteiro, na economia e nos costumes, o Livres chegou”, Paulo Gontijo, presidente do Livres RJ

LIVRES RJ
Livres RJ 17
5 min readMar 31, 2017

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Por Bruno De Blasi

“Precisamos trazer o capitalismo para o Brasil!”, declarou o economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, durante o lançamento da Executiva Estadual do Rio de Janeiro do Livres, a renovação do PSL. O evento, que apresentou a comitiva e trouxe, também, um rico debate sobre o liberalismo no Brasil, foi realizado na noite de ontem (quinta-feira), no auditório da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a ACRio, no Centro do Rio. Além do economista, estavam presentes Sérgio Bivar, líder nacional do Livres, e Paulo Gontijo, presidente da Executiva Estadual do Rio de Janeiro e Paulo Protasio, presidente da ACRio, que também participaram da discussão.

Com mais de 200 espectadores, mate e biscoito Globo de graça, o evento foi aberto pelo líder nacional do Livres, Sérgio Bivar, e por Paulo Gontijo, presidente do Livres RJ, apresentando o movimento, um partido político-ideológico que visa renovar o PSL, se tornando uma voz às liberdades econômicas e civis no Brasil. Além disso, demonstrou-se a tendência de crescimento, dado ao progresso e resultados positivos dos últimos meses durante a expansão do Livres. Em seguida, a palavra foi passada ao Gustavo Franco, quem deu uma palestra em defesa das ideias liberais:

— Eu sou professor, pesquisador, contribuo para o PSDB, para o Instituto Millenium, nas mais variadas possibilidades ao meu alcance, para propagar ideias pertinentes à economia de mercado, democracia e liberdade. Tenho absoluta convicção de que esse é o caminho do nosso progresso como nação

Em tom esclarecedor, contou pontos marcantes da história econômica brasileira, questionando a aversão que existe no Brasil para com o liberalismo. Teceu, também, inúmeras críticas aos posicionamentos político-econômicos atuais e anteriores, em especial aos responsáveis por descartarem anos de maturidade econômica, como as medidas adotadas durante o governo Dilma.

— Eles quiseram reinventar a economia jogando fora todo o bom senso que desenvolvemos por anos.

Não tardou para indagar os vícios que o Brasil tem em se manter como uma das economias mais fechadas do mundo, um aspecto negativo para o desenvolvimento nacional. Entretanto, não deixou este ponto como hecatombe única. Para o economista, o Brasil convive com três problemas há décadas, sendo eles o isolacionismo, inflacionismo e o corporativismo. O Brasil se recuperou da inflação, depois de 20 décadas de hiperinflação, após o Plano Real. Porém, os demais ainda puxam o país para baixo, como critica em seguida:

— O Brasil é curioso. Tem uma sociedade tão jovem, dinâmica, cheia de capacidade de jogo de cintura e drible, mas ao mesmo tempo, para tanta coisa tão absurdamente conservadora. Como é que nós não conseguimos nos reinventar economicamente a partir dos anos 1980 para rever a nossa recepção externa e rever os nossos modelos e concepções de crescimento econômico? É impressionante como as ideias do passado continuam vivas — questiona o economista.

Dando os devidos agradecimentos, o economista encerra a sua palestra com um “Viva à liberdade”. Quem assume o seu lugar, então, é o presidente da ACRio, Paulo Protasio, dando esclarecimentos às palavras ditas:

— O que é mais significativo para mim é que o Brasil é o país mais fechado do mundo.

Após criticar o isolacionismo brasileiro, uma indagação é feita:

— Como é que um partido pode formalizar a sua adesão em busca da liberdade, da compreensão e do julgamento das coisas que se fazem certas ou erradas?

Não demorou e sugeriu algo ao Livres, sempre brincando ao justificar que não é filiado. Desta maneira, apresentou um jeito para julgar ações, tanto econômicas, quanto sociais, e os seus reflexos. Para isso, tirou do bolso três cartões (como os de futebol), sendo um vermelho, para ser utilizando quando algo estiver errado, um amarelo, para alertar, e azul ou verde, para dizer o que está indo bem. Para Protasio, é importante que um partido político esteja engajado para com as necessidades da sociedade.

— O Brasil vai fazer, em 2022, 200 anos de independência. Eu quero propor a gente comemorar os 200 anos de independência com muito mais ficha azul e verde, do que vermelho e amarelo — e encerra a sua fala, agradecendo a presença de todos.

Passando a vez a Paulo Gontijo, o mesmo agradeceu a presença do economista Gustavo Franco, e brincou:

— Se o PSDB tem 2 liberais, a gente espera que em breve sejam zero.

Falando mais sobre o Livres, demonstrou um pouco do que o partido pretende fazer e seguir com os 17 princípios, além de convidar os presentes e seguidores da ideologia a se filiarem. Na mesma linha, apresentou uma forma pioneira que o partido terá para se relacionar digitalmente com os filiados: uma plataforma online que irá pontuar a participação dos filiados e premiar os mais participativos. No momento, de acordo com Gontijo, ela ainda se encontra em desenvolvimento, mas a previsão é de vir ao ar em poucos meses. Depois, se mostrou otimista com o crescimento do movimento liberal:

— Quando comecei a militar no movimento liberal em 2005, no Instituto Millenium, a gente brincava que os liberais cabiam numa Kombi. A gente lotou um auditório da Associação Comercial, então, em termos de mobilização, a gente tem evoluído muito desde lá — comentou.

Para finalizar, discursou sobre um dos desafios que o partido terá de enfrentar a partir de agora, não só visando a mobilização da população, como a participação, também, e que está pronto para ouvir o estado do Rio de Janeiro como um todo, independentemente da localização.

— A gente assumiu esse desafio de levar o PSL a um passo além. Isso pressupõe que a gente, inclusive, perca alguns vícios que vários de nós já tivemos em governos liberais, e o partido para ser efetivo, para ser de fato um partido, ele tem que olhar para as agendas locais, ele tem que sair da Zona Sul, ele tem que subir morro. Ele tem que falar com todo mundo, ele tem que sair da capital, ele tem que ir para a baixada. Ele tem que entender do interior até o Leblon, sem nenhum preconceito. Se a gente não for capaz de levar ideias liberais com soluções de problemas de todo mundo, a gente não vai ter sucesso como um partido.

E encerra:

— Para você que queria um partido liberal por inteiro, na economia e nos costumes, o Livres chegou. Para você que quer ser livre para amar quem você quiser, como você quiser, o Livres chegou. Para você que quer empreender nesse ambiente louco do Brasil, o Livres chegou para te ajudar. Para você que está cansado de pagar tanto e receber tão pouco, o Livres chegou. E para você que não se sente nem um pouco representado por tudo que está aí, o Livres chegou.

Bruno De Blasi é estudante de jornalismo na Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.

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