Considerações sobre a operação “Carne Fraca”

Uma visão liberal sobre a cartelização do mercado alimentício

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Livres RJ 17
3 min readMar 19, 2017

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Por Franklin de Azeredo

JBS, dona da Friboi e SEARA.
BRF Foods, dona da SADIA e PERDIGÃO.

Ambas fizeram parte da política de campeões nacionais durante o plano desenvolvimentista do governo PT.

Em pouco tempo, a JBS por exemplo, se tornou a segunda maior empresa em faturamento do Brasil e os bilhões que conseguiram através do dinheiro do BNDES (que na verdade é seu dinheiro), permitiram a criação de um verdadeiro império global.

Um outro detalhe curioso é que em 2014 ela doou a singela quantia de R$ 366 milhões para diversas campanhas políticas e figurou casos como a própria CPI do BNDES na qual o relator teve sua campanha financiada com parte desse dinheiro.

ANVISA, uma agência reguladora que deveria zelar pela saúde da população e é a autarquia responsável pelo setor alimentício no Brasil.

Agência criada pelo governo do PSDB, com o intuito de regular as empresas que entram neste mercado e as atividades e normas que elas devem obedecer.

Temos aqui uma limitação de novos players no mercado por causa da ANVISA e diversas empresas sendo financiadas com dinheiro público através do BNDES, fortalecendo as empresas já existentes.

Esse é um solo fértil para a cartelização de determinado segmento.

Um cartel é um conjunto de empresas que fazem acordos entre si para eliminar a concorrência e se manterem no mercado com diversos privilégios. Uma forma de concentração de poder econômico. Um detalhe muito importante, um cartel não sobrevive sem intervenção governamental, seja no mercado formal, como o cartel dos frigoríficos, dos laboratórios farmacêuticos e o das teles, ou seja no mercado negro, como o tráfico de drogas. Há a mão pesada do estado intervindo nos pontos que citei acima.

Uma das características básicas de um cartel, é que mesmo que as empresas tenham boas intenções (o que é algo realmente difícil), é impossível dele fornecer um produto de boa qualidade, já que o cartel controla os preços e a concorrência e não tem o feedback dos consumidores.

Outro ponto importante sobre os cartéis, é que justamente pela natureza de proteção com base em leis, regulações, proibições e etc, possuem a ajuda do governo para se manter, atraindo empreendedores que estão dispostos a passar por cima das leis, pagar propina, falsificar ou baratear produtos, dentre outras práticas nocivas a economia, a democracia e principalmente ao consumidor.

Diante desses fatos, não fico surpreso com as revelações de hoje da operação “Carne Fraca” da polícia federal, que expôs essas empresas, algumas entidades públicas e (oh, que surpresa), políticos e membros do governo.

A lógica é simples, quanto mais regulações, burocracias, leis e proibições é imposto sobre um mercado, mais ele irá se cartelizar e mais ele irá se tornar criminoso. Mais ele irá servir aos interesses políticos e menos ao consumidor.

Essas empresas basicamente vendem para o exterior, enviando a carne de qualidade para lá e mantendo aqui essas bizarrices que incluem papelão, cabeça de porco moída e carnes vencidas embaladas como se fossem novas, tudo isso através de lobby político e interesses do governo, não seus.

Essa simbiose entre o setor privado e o governo, esse controle absurdo da economia, está na raiz do fenômeno que conhecemos como corrupção e o Brasil é o campeão nisso.

Se duvidas, olhe para sua volta e veja quantas regulações existem e quantos cartéis existem. Olhe para os produtos no mercado e veja a qualidade deles.

Mais uma vez o governo atentou contra nossas vidas, não deveríamos jamais esquecer o que foi revelado hoje… mas vamos esquecer, assim como esquecemos os problemas com as empresas de telefonia que queriam limitar a internet, assim como esquecemos dos casos de corrupção nos planos de saúde.

E assim seguimos, esquecendo e bebendo, uma pena que as cervejas de milho, iguarias típicas da economia brasileira, também sejam cartelizadas.

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