A Casa Holandesa, de Ann Patchett

Anna Clara Lôbo
Lôba no Covil
Published in
3 min readMay 30, 2020

Escrito por Ann Patchet, A Casa Holandesa está sendo lançado no Brasil pela Editora Intrínseca, e ele faz juz a fama da autora, que é tida pela Revista Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Não é pouca coisa, né?!

O livro conta a história de Maeve e Danny, dois irmãos que são grudados desde sempre, e tem boa parte das suas vidas marcadas por um casarão comprado pelo pai, A Casa Holandesa. Existem muitas maneiras da vida de alguém ser marcada por uma casa, seja pelas lembranças, móveis, objetos, bons e maus momentos. Mas, para Maeve e Danny, as memórias dentro da Casa Holandesa são quase obsessões a medida que a vida deles muda quando a mãe dos dois vai embora, os abandonando.

Eles tiveram uma infância sofrida, mas não do tipo que faltou alimento, roupas ou moradia, mas, com a perda da mãe e com um pai sério que não sabia expressar seus sentimentos, se apoiaram um no outro para todos os momentos bons e ruins que vieram a enfrentar.

Ann tem uma escrita impressionante, e isso fica claro quando, na história, ela muda a ambientação não com alguma edição da diagramação, algum sinal, uma seta ou qualquer outro elemento que possa ser utilizado, mas apenas durante a escrita. Em uma linha, eles são crianças, na outra, adultos, e ainda assim você não se sente confuso durante a leitura.

É uma história emocionante, e você chora com os personagens, sente raiva quando uma injustiça ocorre, e até mesmo se sente parte daquela relação, do que eles estão sentindo. Em certo momento, você se sente parte até mesmo da fumaça que exala dos pulmões de Danny e Maeve quando tragam o cigarro.

Nunca me atreveria a dizer que existem falhas em A Casa Holandesa, porquê Patchett não deixa nenhum detalhe duvidoso ou algo que fique sem explicações. Tudo é bem escrito e explicado, de tal forma que não precisamos pedir por mais. E, claro, é uma leitura super fácil!

Um dos pontos mais fortes para se escrever um livro que se trata, principalmente, de relações, é a personalidade e caráter dos personagens. E Ann desenvolve muito bem cada um dos seus personagens em A Casa Holandesa, onde são únicos e se misturam e/ou se copiam nem um pouco.

A intrínseca sempre faz um trabalho exaordinário em suas capas, que, mesmo que as do clube de assinatura intrínsecos sejam de uma cor só, ele vem com um cartão que retrata a verdadeira capa do livro: uma pintura da Maeve. Em específico para A Casa Holandesa, contrataram um pintor para retratar a protagonista, e não é todo dia que vemos isso em um livro.

A Casa Holandesa nos faz perceber que, apesar de tudo o que acontece na nossa vida, nosso bem mais precioso sempre vai ser a família. Mas, que também existem limites para tudo. É cheio de cenas emocionantes, outras que nos deixam indignados, e outras que apenas acomapnham a vida dos dois irmãos a medida que os anos vão passando.

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Anna Clara Lôbo
Lôba no Covil

Jornalista que se apaixonou pela área de experiência do usuário.