Modern Love — 1º Temporada

Alice Caires
Lôba no Covil
Published in
4 min readJun 10, 2020

Lembranças de amores contemporâneos são resgatadas e aparecem nas telas com um tom de comédia romântica na série Modern Love, lançada em 2019 pelo Prime Video, o serviço de streaming da Amazon. Baseada na coluna de mesmo nome do The New York Times, a série apresenta oito histórias reais em episódios independentes que com um pouco de fantasia, aborda o amor de forma muito interessante.

A cada episódio uma nova temática é apresentada ao público, provocando alegrias e tristezas. O amor e suas variações ganham forma e personalidade ao tratar dos mais diversos símbolos e tipos que esse sentimento pode manifestar, ensinando lições de relacionamento com o outro e consigo mesmo.

Com duração de aproximadamente 30 minutos em cada episódio, Modern Love externa um recorte da vida dos personagens, o que pode desagradar parte do público, visto que a simplicidade do roteiro não permite muitos aprofundamentos, fazendo com que alguns finais sejam rasos. Entretanto, para muitos esses elementos fazem com quem a série seja fácil de assistir, não precisando de muito para torná-la cativante, com narrativas que ensinam e conquistam.

Um dos pontos mais altos de Modern Love definitivamente é o elenco. Apresentando nomes como Cristin Milioti, Anne Hathaway, Tina Fey, John Slattery e Dev Patel, as atuações são singulares, dando aos personagens a vivacidade que merecem com uma grande carga emocional.

Dentre os oito episódios da primeira (e até agora única) temporada, quatro se destacam pelas particularidades das histórias. O primeiro, intitulado “Quando o porteiro é seu melhor homem”, é sobre um amor sincero entre o porteiro de um prédio e uma moradora: a amizade. Apesar de não ser possível entender como a cumplicidade entre os dois teve início, as preocupações, atenção e carinho que Guzmin (Laurentiu Possa) sente por Maggie (Cristin Milioti), são reais e fortes.

O segundo (terceiro na sequência da série), “Me aceita como eu sou, quem quer que eu seja”, é uma comovente história sobre a busca pelo amor próprio e por alguém que entenda e aceite o outro como ele verdadeiramente é, tanto em um relacionamento amoroso, quanto nas amizades. Toda a maestria de Anne Hathaway é mostrada na interpretação da personagem Lexi, uma mulher que desde os 15 anos de idade sofre com um transtorno mental, dificultando por anos a manutenção das suas relações.

“Ao longo de todo esse tempo, foram inúmeros divãs, análises, terapia de eletrochoques, cognitivo-temperamental, terapia medicamentosa, entre outros nomes. E eu ia mantendo chefes, parentes e amigos ignorantes por meio das minhas desculpas, só aparecendo quando eu tinha certeza de que os impressionaria. Foi isso que minha vida se tornou. E ninguém sabia realmente quem eu era.”

- Lexi

Outro episódio marcante é “No hospital, um interlúdio de clareza”, que apresenta algo significativo e talvez seja o mais moderno de todos. A simplicidade e a honestidade que os personagens carregam e demonstram através de palavras e ações, permite o começo de uma relação mais íntima. Além disso, a insegurança da autoafirmação parece ser deixada de lado ao passo em que vão se conhecendo.

O último, “A corrida fica mais gostosa na volta final”, é uma linda história sobre o amor na terceira idade. Por meio de flashbacks, é apresentado o início da relação entre Margot (Jane Alexander) e Kenji (James Saito), encantando também ao mostrar a trajetória do casal, desde os primeiros encontros, até a dor do luto.

“Um amor novo, até pra gente velha, pode ser incrivelmente rico.”

- Margot

Ao longo de todos os episódios, apesar das mais variadas vertentes, a série trata muito sobre reconhecimento e amor próprio, afinal, para lidar com o outro, você deve primeiramente lidar consigo mesmo. Por esse motivo, vale muito a pena assistir Modern Love, que apesar dos altos e baixos, continua sendo uma boa pedida.

Até o próximo post!

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