Design Critique: Como diferentes experiências podem elevar a cultura de design na organização

Lucas Ribeiro
#LocalizaLabs
Published in
5 min readOct 26, 2021

Se você está em um time onde o crescimento é constante, certamente sabe que um dos maiores desafios é manter a consistência e alinhamento entre todos para criar uma cultura sólida que ofereça uma experiência de qualidade aos clientes.

Na Localiza enfrentamos esse desafio diariamente, hoje o Design Team conta com 29 Designers (e crescendo) atuando em diferentes tribos e squads de acordo com a unidade de negócio, pensando design de forma holística e atendendo diversos times e perfis de usuários.

Além disso, profissionais com perfis variados, distribuídos em inúmeros Estados do Brasil, todos com vivências e bagagens profissionais bastante diferentes, com o mesmo desafio de transformar o futuro da mobilidade.

Dores do crescimento

Invariavelmente em todo processo de crescimento, surgem as dores.

Como manter os designers informados sobre os projetos em desenvolvimento e padrões criados dentro da companhia?

Como estabelecer uma cultura colaborativa e de troca entre diferentes profissionais?

Sem dúvida, estas foram algumas das perguntas que nortearam a construção da Design Critique, que hoje é um dos ritos estabelecidos e em permanente construção dentro do Design Team. Digo em construção, pois todo rito necessita ser revisitado constantemente e adequado ao contexto da empresa e ao tamanho do time para gerar valor aos participantes.

  1. Troca de Conhecimento
    Um dos pontos mais latentes era a necessidade de criar um ambiente para garantir a troca de conhecimento entre as pessoas designers, rompendo qualquer tipo de silo e disseminando o conhecimento gerado em diferentes tribos, além de fomentar aos participantes a possibilidade de conhecer novas ferramentas e métodos para gerar soluções inovadoras.
  2. Baixa visibilidade
    Outro sentimento que identificamos foi o risco de designers perderem a visibilidade sobre fluxos, interfaces, pesquisas e indicadores de produtos que não estavam diretamente relacionados no dia a dia. O que poderia gerar entropia nos projetos em desenvolvimento e consequentemente retrabalho nos produtos. Isso impactaria diretamente no esforço do time e na experiência das pessoas que utilizam as soluções desenvolvidas.
  3. Visão centralizada
    O terceiro ponto de dor, mas não menos importante, era romper a visão das tribos e garantir aos designers uma visão mais abrangente sobre o negócio e produtos, fornecendo a todos o maior entendimento da jornada dos nossos clientes, conectando soluções similares e garantindo a padronização de nossos produtos e serviços.

Identificamos estas dores após uma retro do time, um outro rito realizado (entre nós) e que podemos contar por aqui em outro momento.

Mas, antes, vale entender.

O que é uma Design Critique?

Primeiramente, vale destacar que toda Design Critique nasce com a definição de um problema e um designer que necessita de ajuda. E claro, participantes que forneçam diferentes perspectivas de solução sobre um mesmo tema. A riqueza do rito se encontra na cocriação e diversidade de olhares em busca da resolução de um problema.

Existem diversos formatos de Critique. Vou explicar alguns dos métodos que temos utilizado dentro do Localiza Design Team.

  • Critique Padrão
    O time determina quando o rito irá acontecer e estabelece o tempo para apresentação dos projetos e sessão de feedbacks. Na Localiza realizamos o rito quinzenalmente com 1 hora de duração e a participação de todos os designers. O rito é construído para duas apresentações de 30 minutos, que podem ser realizadas de forma individual ou em tribo.
    Os 15 minutos iniciais de apresentação são dedicados para que o apresentador forneça todo o contexto aos participantes. Os 15 minutos seguintes são para colher feedbacks e sanar dúvidas dos participantes.
  • Assíncrono
    Com os desafios do trabalho remoto e uma equipe distribuída em diferentes regiões do país, um dos modos que adotamos para garantir agilidade foi o modelo assíncrono. Ele tem nos ajudado a receber feedbacks rápidos sobre interfaces. Assim como o método anterior, o designer fornece o contexto e o que precisa de ajuda no projeto por meio de um chat do time. Entendendo o problema, os designers realizam as considerações sobre o trabalho e indicam conteúdos e referências que podem auxiliar.
  • Cocriação (Pair Design)
    Outro modo que temos utilizado no time para coleta de feedback são os métodos de co-criação, onde os designers se reúnem em duplas ou pequenos grupos para fornecer feedbacks rápidos na busca pela solução de um problema.

Estabelecendo as regras básicas

Mesmo com a definição dos métodos de critiques que poderíamos aplicar no time, ainda haviam algumas dúvidas. Como garantir o engajamento de todos? Como evitar julgamentos pessoais e eventuais desconfortos?

Havia também o desafio de criar um ambiente seguro, uma cultura de aprendizado onde todos se sentissem à vontade para compartilhar ideias, promover descobertas e identificar novas oportunidades.

Diante desse cenário desafiador, vimos a possibilidade de fornecer uma cultura de feedbacks ao time por meio do rito. E ainda envolvendo diferentes níveis de carreira, capaz de elevar o nível de maturidade de todos os envolvidos ao prover soluções com maior qualidade. Mas, para garantir um ambiente seguro e fazer isso acontecer, foi necessária a criação de alguns acordos:

  1. Discutimos ideias, não pessoas.
  2. Os feedbacks tratam de criticar o produto, não o designer.​
  3. Críticas devem ser motivadoras, não intimidantes.
  4. O problema não é do apresentador. É nosso!
  5. Esqueça o nível de senioridade. O que importa são as ideias.
  6. Não interrompa o apresentador, faça anotações de dúvidas e sugestões.
  7. Postura propositiva de todos.
  8. Clima acolhedor.

O que a Critique pode oferecer?

Com a evolução do rito, ficaram evidentes os ganhos dentro do time, quanto aos processos e projetos. Podemos pontuar alguns pontos que o rito nitidamente ofereceu aos envolvidos.

  • Segurança emocional;
  • Maior poder de argumentação;
  • Entendimento dos problemas das squads e tribos;
  • Pontos de atenção sobre nossos processos;
  • Comunicação do time;
  • Conhecimento de novas metodologias;
  • Consistência nos fluxos, interfaces e interações.

Saiba, as criticas são parte importante não só da nossa vida profissional. Quando bem feitas, podem impulsionar mudanças e desbloquear habilidades. E lembre-se, pessoas são mais importantes que ferramentas. Toda essa evolução só aconteceu com a participação e engajamento de todo o Design Team ao qual eu me sinto orgulhoso em fazer parte.

E aí, realiza algum rito parecido ou tem alguma dúvida? Me conte nos comentários.

Ficou com vontade de fazer parte do time? 💚

O Design Team da Localiza está crescendo e estamos à procura de Product Designers incríveis, de todos os níveis de conhecimento, para construirmos juntos o futuro da #mobilidade sustentável!

Acesse nossa página de Carreiras, confira as vagas disponíveis e…
Boa sorte :)

Quer saber mais sobre o assunto?

Quatro coisas que trabalhar no Facebook me ensinaram sobre crítica de design

Críticas de design: incentive uma cultura positiva para melhorar os produtos

Crítica: o segredo para desenvolver as habilidades de sua equipe de experiência do usuário

Guia GV para Crítica de Projeto

--

--