Estratégias para “codar” uma carreira de sucesso em tecnologia

André Petenussi
#LocalizaLabs

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Muita gente que está começando no segmento de tecnologia tem me abordado para debater estratégias para se desenvolver e almejar uma carreira de sucesso no setor. Resolvi compartilhar esse artigo falando sobre o que acredito ser essencial para o profissional que quer protagonizar o futuro.

Antes disso, quero fazer uma breve contextualização sobre a minha relação com a tecnologia e como dei o meu pontapé inicial na carreira.

Minha jornada em tecnologia

Por volta dos 13 anos de idade fui privilegiado em ganhar dos meus pais um PC, o famoso computador pessoal (na época um 286 com clock de 25 MHz, uma verdadeira máquina! hehehehe). E logo me interessei por desbravar aquela inovação… a máquina tinha um HD de uns 150 mb (espaço demais da conta para a época e que hoje daria para guardar no máximo algumas fotos em boa resolução). Conheci um cara que havia cursado Processamento de Dados e pedi para que ele começasse a me dar umas aulas de computação, e assim conheci o mundo da programação. Puramente por lazer. A cada aula me interessava ainda mais pelo tema, e como não existia Google, ou sequer internet acessível, caçava conteúdo nas antigas BBSs e buscava por livros sobre o tema em alguns sebos da cidade (e era difícil demais encontrar). Nesta mesma época, um amigo também ganhou um PC e se interessou pelo tema, então começamos a nos desenvolver juntos naquela novidade. Afinal, o trabalho coletivo é sempre mais instigador.

Pouco tempo depois, ainda com uns 13 anos de idade, fiz a primeira aplicação de verdade! Codei um software de gestão de aluguel de fita VHS para uma locadora da cidade. Me lembro da dificuldade para fazer a aplicação imprimir o recibo na Epson LX300 de formulário contínuo, foram noites dormindo tarde por conta disso. Apesar de começar virar profissão, sempre foi por pura diversão. Depois disso, comecei a fazer uns freelas de programação para alguns pequenos negócios. Aprendi demais com tudo aquilo: a estudar, a me relacionar, a negociar e, principalmente, a me desafiar tecnicamente numa habilidade que se mostrava promissora para a minha vida profissional. Isso trouxe uma enorme oportunidade de colocar a criatividade em prática.

Dali em diante, terminei o 1º grau no ensino público, cursei Eletrônica no 2º grau e fui fazer Engenharia Elétrica na faculdade. Nunca fiz Computação, Ciências da Computação ou qualquer tipo de Programação formalmente, mas era como se já tivesse feito por toda a experiência vivida e por tudo que tinha estudado por conta própria. Isso fez uma enorme diferença para a minha carreira: quando iniciei minha jornada profissional no Submarino, toda essa bagagem me deu uma enorme vantagem competitiva. Aprendi fazendo… e fui ganhando espaço para subir na carreira…

Onde quero chegar com esse relato?

- A capacidade de ser autodidata, de saber se relacionar com a comunidade, de ser curioso pelo “novo” certamente será um grande diferencial para o desenvolvimento de quem realmente quer se especializar nessa profissão;

- A prática é fundamental para qualquer desenvolvimento profissional. Ou seja, quanto antes testar, melhor;

- Se cercar de pessoas com interesse em comum ajuda demais a manter o foco e a motivação para uma evolução contínua;

- Quanto mais cedo buscar conhecimento, mais cedo a “sorte” bate na sua porta;

- Vejo um futuro ainda mais promissor para quem almeja a carreira em tecnologia e a oportunidade de sair na frente é agora…

Como está o mercado de tecnologia hoje?

Não é nenhuma novidade que a demanda por um bom profissional de tecnologia é infinitamente maior do que o número de profissionais devidamente capacitados e de que há um déficit de educação no país. Por mais que surjam cada vez mais iniciativas de capacitação, ainda vejo um longo período de gap no mercado, inclusive com uma tendência de se aumentar o gap entre demanda e oferta antes de chegarmos em uma equalização no futuro ainda distante.

Hoje vemos muitas empresas tradicionais em fase inicial de transformação e, principalmente, encarando a transformação digital de forma errada, como uma pauta de comunicação, seja para atrair investidores ou para estar na “moda”. Não adianta encher a empresa de puffs coloridos, flexibilizar o uso de bermudas, incentivar o uso de camisetas nerds e cavar uma pauta na imprensa para mostrar o quanto “cool” a empresa é sem mudar a forma como os times colaboram e integram a nova competência de tecnologia, como motor do desenvolvimento dos negócios.

Outro erro convencional é achar que Transformação Digital seja uma pauta de Tecnologia, pois também não é. Ela é uma pauta de GENTE! Uma pauta de transformação do modelo operacional da empresa e de cultura. E quando essas empresas sacarem isso, aí sim viveremos um boom ainda mais forte de demanda por pessoas especialistas nessa competência.

São as pessoas que geram inovação, enquanto a tecnologia é apenas a ferramenta para a viabilização de tudo. Se a transformação não partir da cultura e do mindset da companhia e das pessoas, a transformação digital nunca será colocada em prática na sua essência para um crescimento sustentável de longo prazo. Para isso, é preciso um forte trabalho de adaptação cultural e de capacitação de gente. Neste contexto, o profissional do futuro será muito diferente do perfil que vemos hoje.

E qual é o perfil desse profissional do futuro, afinal?

A transformação cada vez mais acelerada da sociedade demandará novas competências para as pessoas. No futuro, tecnologia será habilidade básica para os profissionais de TODOS OS SETORES, seja ele da própria tecnologia ou do marketing, comercial, jurídico, etc. A tecnologia estará imersa em todos os papéis. Será inevitável dominar um conhecimento básico quanto a ela para qualquer função que você venha exercer nos próximos anos.

Daqui uns 10–15 anos, ou até antes, profissionais de quase todas as tradicionais áreas corporativas terão competências que hoje ainda estão restritas aos profissionais de tecnologia. Viveremos uma revolução na forma como relacionamos tecnologia com o negócio, pois a tecnologia será tão imersa que a enxergaremos como o próprio negócio.

A combinação de hard e soft skills serão cada vez mais fundamentais, pois não há espaço mais para o profissional que se diferencia apenas tecnicamente ou apenas comportalmente, ele terá que dominar essas novas competências técnicas e transformar o seu comportamento para se adaptar a um modelo de atuação cada vez mais coletivo, integrado e colaborativo.

Em suma…

Para ser protagonista no futuro, o profissional terá que:

- Dominar a capacidade de ser autodidata;

- Ser cada vez mais ágil para acompanhar a evolução acelerada desse mercado;

- Ter uma capacidade analítica muito forte e ser um grande solucionador de problemas complexos;

- Ter no mindset que a tecnologia é a grande viabilizadora de uma experiência encantadora ao cliente e para a produtividade e otimização de resultados, independente do setor ou profissão em que atue;

- Ter visão de aprendizado contínuo e complementar, e se relacionar de forma intensa com o ecossistema como um todo e não só com a sua área de especialidade;

- Se cercar de pessoas com interesses em comum e que te incentivem a evoluir;

- E, principalmente, usar o tempo a favor do conhecimento e ter a humildade de entender que nunca saberá de tudo. Afinal, cada vez mais sabemos menos.

Se eu pudesse aconselhar alguém, diria:

A você que está começando, invista em capacitação em tecnologia! Tem um mar infinito de oportunidades para a sua vida logo à sua frente!

A você que já é da área, invista em capacitação em tecnologia! A cada dia sabemos menos, e se não se mexer agora, a próxima geração vai te atropelar!

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André Petenussi
#LocalizaLabs

CTO @ Localiza — Entusiasta pela transformação digital e sua capacidade de agregar valor aos negócios e, principalmente, à vida das pessoas.