FinOps — Entendendo os Custos dos Provedores de Cloud — Armazenamento

Introdução

Com o surgimento da computação em nuvem, tivemos grandes saltos em velocidade e possibilidades no universo da tecnologia, agregando maior flexibilidade em oportunizar projetos de experimentação, viabilizando avaliar hipóteses de soluções para o negócio em um menor espaço de tempo. Utilizando uma estrutura ou serviço de provedor de nuvem, podemos gerar um resultado satisfatório tanto em qualidade de produto/solução e satisfação ao cliente, como em retorno financeiro positivo ao negócio.

Entretanto, a computação em nuvem traz também alguns desafios para todos os envolvidos, que é o quanto realmente será o custo de infraestrutura e serviços que o provedor irá cobrar em manter essa nossa solução em funcionamento. Isso porque há muitas opções e variedades de serviços, com seus custos, as vezes fáceis de identificar, mas em alguns momentos não tão simples, pois envolve formas de comportamento da solução que pode impactar drasticamente o custo final, o que até então era “absorvido” pela nossa estrutura interna (pois a cobrança baseava-se apenas na aquisição de equipamentos físicos e manutenção). Na nuvem, isso se transformou em indicadores e cobranças de formas distintas.

Objetivo desse Artigo

Meu objetivo é trazer o entendimento em como podemos estar nos preparando para entender melhor como funciona os sistemas de cobrança, uso, oportunidades de otimização financeira e qualidade nos principais serviços ofertados pelos provedores para sermos os mais assertivos no momento da experimentação, e depois realmente na contratação desses serviços.

Como Funciona as Cobranças e Siglas

Por padrão, os provedores possuem o mesmo critério na forma das cobranças dos serviços prestados, que é de conhecimento da grande maioria dos profissionais que estão lidando no dia a dia com esses recursos. Porém, alguns serviços possuem cobranças e custos adicionais que podem impactar diretamente no valor final, por isso a importância de estar familiarizado com as possibilidades dessas cobranças e estar acompanhando logo no início o comportamento do serviço e tipo de cobrança para se tomar uma decisão rápida de mudança.

Os provedores de Cloud têm 3 fundamentos de definição de preço:

Computação, Armazenamento e Transferência de Dados de Saída.

Na maioria dos casos, não há cobrança pela transferência de dados de entrada (mas pode ocorrer) nem pela transferência de dados entre outros serviços dos provedores dentro da mesma região. Porém, existem algumas exceções. Verifique as taxas de transferência de dados antes de começar a usar um serviço ou executar uma ação de alta transferência de dados. A transferência de dados de saída é agregada entre serviços e, depois, cobrada de acordo com a taxa de transferência de dados de saída.

Essa cobrança é exibida no relatório mensal normalmente como Transferência de Dados. Em tese, quanto mais dados você transferir, menos pagará por GB. Para recursos de computação, você paga por hora a partir do momento em que inicia um recurso até o momento em que o encerra, a menos que tenha feito uma reserva para a qual o custo foi previamente acordado. Para armazenamento (alocado, usado ou não) e transferência de dados, você normalmente paga por GB.

Armazenamento (AWS)

O fundamento (categoria) Armazenamento envolve diversos serviços como EBS, S3, EFS, entre outros.​ Cada serviço em armazenamento tem suas características de uso, classes (SSD, Hot, Cold, etc., dependendo do tipo), e sua cobrança envolve nuances adicionais além dos dados armazenados. ​​

Os ponteiros de cobrança de armazenamento envolvem: o armazenamento em si contado por GB, sendo que dependendo do armazenamento há a questão de tamanho mínimo do dado a ser armazenado; e há a cobrança relacionada ao período que pode variar dependendo do tipo do armazenamento, pois espera-se, por exemplo, que um dado armazenado em uma camada Cold/Archive fique no mínimo armazenado por 90 dias (que será o cobrado). Além disso, há as cobranças de Leitura, Escrita, Envio, Recebimento, além de IOPS. Nesses casos, a melhor forma sempre é um MVP de um novo aplicativo ou acompanhar o aplicativo atual, acompanhando o uso, custo e desempenho com ferramentas como Storage Class Analysis, Analises de E/S de volumes EBS e uso do Cloudwatch ou uma solução própria da empresa.

Armazenamento: AWS S3

Tipos de Cobrança:

• Tamanho do objeto armazenado;​
• Tempo de armazenamento do objeto durante o mês;​
• Taxas de consumo de PUT, COPY, POST, LIST, GET, e SELECT do objeto;​
• Transferência de dados;​
• Gerenciamento e Insights dos Dados;​
• Regras de Ciclo de Vida para mover o objeto para outra classe (se aplicado) no S3;​

Sendo que nesse modelo de cobrança há variação conforme o tier (camada) que o dado está inserido no S3.​​

Clique aqui para saber mais sobre as cobranças.​​

Clique aqui para entender sobre a granularidade de cobrança e siglas para interpretar o relatório do CFM.

Dicas de Uso e Otimizações

• Usar o Storage Class Analysis para ajudar no entendimento de comportamento de uso do S3 e realizar a melhor escolha no armazenamento dos dados a médio prazo, acompanhando a evolução para ajustes e otimizações;​
• Se não há certeza do uso e armazenamento de dados (comportamento), pode se ter em determinados S3 o Storage Lifecycle Management. Por exemplo, não se aplicaria o uso em um S3 que há a certeza que o dado armazenado é de Backup (similar a dado armazenado em fita LTO) para armazenamento de histórico (1 ano ou mais);​
• Lembre dos dados armazenados de logs, exportações e outros usos da AWS (Cloudwatch) por exemplo, qual log realmente é importante armazenar (por exemplo, todos os serviços, logs de categoria informação, entre outros) e o tempo de retenção, pois dependendo do tipo de log e finalidade se faz necessária a retenção de 5 a 10 anos ou até mais por questões de conformidade.

Conclusão

Em suma, o importante no momento de escolha e uso do provedor é acompanhar o desempenho e custos abordados acima dos recursos, para escolhermos a melhor forma de utilizá-lo, como no caso de armazenamento S3 em camadas (tiers), localidade e tipo de dado armazenado nele para termos um eficiência operacional e uma otimização de custos, evitando-se assim o desperdício financeiro.