Mulheres na Tecnologia: capacitando e gerando oportunidades

Especial Podcast CoLabs #2

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Published in
4 min readMar 30, 2022

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Você sabia que uma mulher foi a primeira programadora do mundo? Pois é, a Condessa de Lovelace, conhecida como Ada Lovelace foi quem criou o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, se tornando a primeira programadora da história, muito antes da invenção do computador pessoal.

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO ALGORÍTIMO

Ada era matemática e, entre os anos de 1842 e 1843, trabalhou com o cientista Charles Babbage, num projeto sobre a Máquina Analítica, que foi criada para executar e imprimir cálculos matemáticos, a primeira da história que pôde ser programada para executar comandos de qualquer tipo. Neste trabalho, ela identificou a oportunidade de levar as funcionalidades da máquina além, então traduziu um artigo sobre o seu motor e o complementou com um conjunto de notas de sua autoria, contendo um algoritmo para ser processado pelo equipamento, sendo considerado o primeiro programa de computador já criado. A partir daí, ela desenvolveu uma visão sobre a capacidade dos computadores conseguirem realizar muito mais do que simples cálculos, com uma visão muito à frente de seu tempo.

A EVOLUÇÃO DA PRESENÇA FEMININA NA TECNOLOGIA

Se a primeira pessoa na história a programar foi uma mulher, por que ainda vemos números assustadores quanto a representatividade de mulheres na tecnologia ao longo da história? Só como referência, a área de tecnologia foi apontada como a mais desigual entre mulheres e homens quanto a remuneração (Mercer/Forbes), e apesar de representarem 52% da população brasileira (IBGE), elas são apenas 30% da força de trabalho em tecnologia (PretaLab/ThoughtWorks).

Para explicar essa representatividade ainda muito longe do ideal, podemos citar diversos fatores, mas vamos focar aqui em 3 pontos:

- CULTURA CORPORATIVA

Ainda vemos ambientes tóxicos dentro de algumas companhias, com casos de assédios, preconceito, muitos “nãos”, alta desconfiança quanto ao papel da mulher na tecnologia, desigualdade salarial, entre tantos outros fatores que geram um sentimento de “intrusa” nas mulheres e desestimulam a geração de novas profissionais no setor.

A Cynthia Zanoni, fundadora do WoMarkersCode e nossa convidada do episódio #2 do CoLabs, viveu na pele situações deste tipo de ambiente, mas nunca desistiu de lutar por seu espaço. Ela dividiu com a gente uma passagem transformadora de sua carreira: por iniciativa própria, ela conseguiu resolver um problema técnico que ninguém havia resolvido em seu antigo emprego onde atuava como estagiária, e então foi chamada por sua liderança com a proposta de contratação CLT. Foi aí que ela surpreendeu a todos ao imediatamente pedir o seu desligamento completo. Por que? Ela não se via naquele ambiente onde só foram dar valor ao seu potencial quando ela na prática achou um caminho que ninguém havia achado antes. Daí em diante, ela encontrou outro emprego com o qual se identificou e fundou a WoMarkersCode, com o propósito de criar uma comunidade de apoio às mulheres que queiram ingressar no mercado de tecnologia (e você pode conferir a íntegra da história nos links ao fim deste artigo).

- ACESSO À EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO

O acesso ao conhecimento ainda é um enorme entrave no país, onde vemos casos de pessoas que sequer tem acesso à internet para poder estudar e praticar a tecnologia. Além disso, muitas mulheres não têm a visibilidade das possibilidades de carreira e conhecimento no setor, e acabam “aceitando” ficar de fora. Por isso é fundamental que existam iniciativas que democratizem o acesso ao conhecimento e instruam mulheres quanto as possibilidades do setor, criando grupos de apoio, trocas de aprendizados e capacitação.

- EXEMPLO & ACOLHIMENTO

“Eu sempre era uma das quase inexistentes mulheres por onde passei em tecnologia. No meu curso técnico eram 60 homens e 3 mulheres, e eu sabia que ia ser difícil, que tantas outras acabam desistindo, mas eu briguei pelo meu espaço”, dividiu com a gente a Cynthia durante a gravação do Podcast.

Essa “briga” por espaço é diária, e infelizmente muitas mulheres acabam por desistir ao longo da jornada, seja pela falta de acolhimento ou pela escassez de referências femininas que foram bem-sucedidas na carreira tech. Afinal, o estereótipo de que tecnologia é ambiente para homens ainda acaba por afastar muitas mulheres, assim como não ter a visibilidade de muitas mulheres ocupando posições de liderança no setor acaba por desestimular muitas outras. Precisamos passo a passo construir um novo ambiente mais diverso, de acolhimento e representatividade a todos.

E é com esse propósito de construir uma tecnologia mais diversa e com voz para todos que buscamos implementar novas iniciativas no #LocalizaLabs para gerarmos novas oportunidades, como o programa Garota Tecnológica que busca inicializar mulheres do ensino médio na área de tecnologia, ou mesmo a nossa parceria com a própria WoMakersCode para prover acolhimento a mulheres que queiram construir carreira em tech.

“Faço pelas mulheres o que não tive na minha jornada”. Isso é o que move a Sol, gerente de parcerias da WoMakersCode e também convidada desta edição do nosso Podcast.

UM OLHAR PARA O FUTURO

De acordo com estudo da We Ventures, negócios liderados por mulheres receberam apenas 2,2% dos recursos de venture capital globais nos últimos 2 anos, porém entregaram o dobro de retorno às suas empresas. Olha o tamanho do potencial que temos para a tecnologia com um ambiente cada vez mais diverso daqui pra frente!

Quer se inspirar ainda mais por mulheres que batalharam e construíram as suas carreiras de sucesso em tecnologia? Então confere lá na íntegra como foi este episódio #2 do CoLabs, que recebeu a Cynthia Zanoni e Solange Feliciano do WoMakersCode como convidadas, e que contou com apresentação da Érica Viana e Sulamita Dantas aqui do #LocalizaLabs!

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