Diversidade… o que estamos fazendo para mudar nosso cenário?
Reconhecimento é o primeiro passo na mudança. Reconhecemos que ainda não somos a empresa diversa que queremos, mas estamos orgulhosos de trilhar um caminho que vai nos ajudar a atingir isso em breve.
Nesse post, compartilhamos alguns aspectos sobre diversidade na Loft: por que é um assunto importante pra empresa, como posicionamos essa necessidade como prioridade e como estamos colocando a mão na massa para evitar ficar apenas no discurso.
Diversidade pelo ponto de vista de Ciência de Dados
Esse é um post escrito por pessoas que pertencem a grupos de minorias e que trabalham com tecnologia. Já que falamos essa língua, aqui vai a nossa opinião sobre a importância de diversidade usando alguns paralelos com conceitos de estatística e aprendizado de máquina.
Pertencer a uma minoria não significa ser uma pessoa exótica. Ou seja, diversidade não é um projeto de detecção de anomalias ou outliers. Pessoas de minorias são parte significativa da população brasileira, portanto, trata-se de um projeto de encontrar uma amostra representativa da sociedade.
Há um estudo de um professor de Harvard que busca demonstrar quantitativamente que diversidade tende a diminuir a confiança social. Ou seja, em uma comunidade diversa, o nível de confiança entre vizinhos é menor, e, consequentemente, gera desafios para a sociedade.
Vamos destrinchar alguns aspectos sobre essa hipótese. Uma comunidade homogênea, tende a possuir uma confiança interna muito alta, mas e se analisarmos a interação para além dos muros da comunidade? Tomando como base a realidade brasileira, ela provavelmente não seria muito boa: violência, desrespeito, falta de empatia.
Enxergamos que o mundo é mais diverso do que o que vemos como perfil predominante nas empresas de tecnologia. Nesse sentido, queremos quebrar a “comunidade homogênea" em empresas de tecnologia e trazer pontos de vistas diversos para que nosso negócio seja mais representativo — um time descorrelacionado e forte, que, como um ensemble de aprendizado de máquina, vai “acertar” mais.
Mas Loft, vocês mesmos não destacaram lá em cima o estudo que diz que comunidades diversas tendem a gerar desconfiança e, consequentemente, desafios para sociedade? Vale mesmo a pena investir em ir além da comunidade homogênea?
É importante lembrar que correlação não implica em causalidade. Desconfiança e diversidade podem estar atreladas, se a diversidade aumenta, a desconfiança também parece seguir esse mesmo caminho. Mas será que a desconfiança é causada pela diversidade em si?
Outro estudo de duas sociólogas revisitou a análise do professor de Harvard, e concluiu que, na verdade, havia aspectos de desigualdade social e preconceito envolvidos: o convívio com membros “fora do grupo” previa uma queda na confiança social apenas para pessoas brancas.
Optamos por uma cultura que joga qualquer tipo de preconceito para escanteio, e que não hesita em investir em representatividade. O foco não está apenas na representatividade numérica; queremos que as pessoas que pertencem a grupos de minorias se sintam confortáveis, sejam ouvidas e tenham espaço e voz para juntas derrubarem preconceitos.
Diversidade é prioridade de negócio
A Loft busca transformar a forma como você encontra seu lar, e queremos oferecer essa liberdade para todas as pessoas. Para isso, precisamos que pessoas com experiências e realidades diferentes nos ajudem a construir produtos e soluções representativos.
A Loft reconhece que diversidade deve ser uma prioridade de negócio, tanto que o tema faz parte de um dos OKRs (do inglês, Objetivos e Resultados Chaves, metodologia de gestão) da empresa: temos como objetivo aumentar o número de contratações de pessoas de grupos de minorias para tecnologia e posições de lideranças a curto prazo.
Métricas são importantes direcionamentos, mas mais efetivo que métricas, são planos de ação. Visibilidade de modelos e casos de sucesso tendem a ser mais efetivos e encorajadores que puramente métricas e mudanças nas políticas de contratação. Isso demonstra que além de fornecer a oportunidade de entrada, nos preocupamos com as etapas anterior e posterior do processo. Anterior na formação de pessoas, e posterior na manutenção de um ambiente saudável.
Por isso estamos aqui, abertos para dar a visibilidade do que estamos fazendo.
Mão na Massa
Antes mesmo de completar um ano algumas iniciativas começaram a ser criadas aqui na Loft. Em junho de 2019, participamos da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo mostrando a importância desse tema para nós, visitamos a Casa 1 (Centro de Cultura e Acolhimento LGBT), promovemos debates internos e recebemos a Maira Reis que palestrou sobre Transformações da Comunidade LGBT na Sociedade e nas Empresas.
Desse movimento surgiu nosso primeiro grupo de diversidade o Pride at Loft e em pouco tempo mais Lofters se uniram e criaram o Colors at Loft direcionado à discussão da inclusão étnica na Loft, e o Girl Power focado na diversidade de gênero. Cada grupo de diversidade tem seus projetos trimestrais e reuniões recorrentes. Outro ponto é que eles não são formados apenas por pessoas dessas minorias, mas também por quem se engaja com os temas.
Desde então os grupos promovem todos os meses algumas ações e momentos de reflexão entre Lofters, como por exemplo:
- Black Is the New Orange projeto criado pelo grupo Colors at Loft dando voz à visibilidade negra. Foram colocados por toda Loft cartazes com falas racistas consideradas “normais” e que devemos dar um basta. O projeto também incentivou a discussão e reflexão sobre o fato de ainda não termos pessoas pretas em todos os times.
- Bootcamp Women Leadership: na qual a Loft apoiou o evento, ministrado pela How Education com o foco no desenvolvimento de lideranças femininas.
- CineLoft: na qual passamos algum filme ou documentário sobre o tema do mês, como por exemplo em janeiro para celebrar o Dia Nacional da Visibilidade Trans assistimos no rooftop “Paris is Burning” que conta a história de drag queens, travestis e trans de classe baixa de Nova York, retratando suas realidades e dificuldades enfrentadas, trazendo para nós ainda mais o sentimento do dever em promover um ambiente cada vez mais inclusivo e com oportunidades para todas as pessoas.
- Carnaval de Respeito: promovido pelos três grupos começou antes mesmo do feriado e fomos até o bloquinho do Síndico. A campanha explicava o porquê algumas fantasias são consideradas preconceituosas, que atitudes podem ser desrespeitosas e dicas de como fazer o carnaval ser perfeito, sempre com respeito.
- Palestrantes: em alguns meses os grupos trazem pessoas incríveis e inspiradoras para bater um papo com a gente, como Vitor Di Castro e Pri Bertucci, CEO da Diversity BBOX. Além de trazermos palestrantes para falar com a gente, criamos o evento “Essa é minha história”, que a cada edição conta com a participação de mulheres inspirando e contando suas histórias.
Além das ações organizadas pelos grupos de diversidade, a Loft também trouxe a licença parental de 6 meses independente de gênero e orientação sexual, programa de mentoria para mulheres, contratação de mulheres e mais. Voltado para a área de Tech, onde sabemos que diversidade muitas vezes não tem a devida atenção, começamos com iniciativas para a inclusão de mulheres na área:
- Loft Women Storm: um evento totalmente feito por mulheres, desde as palestras técnicas, a organização e a parte de TI.
- AceleraDev React Women: sabemos que para fazer a diferença em Tech uma das formas é capacitar. Por isso, em março deste ano, criamos a Loft School, projeto que visa formar pessoas para o mercado de trabalho. Com a primeira turma, fizemos uma parceria com a Codenation para uma formação completa em React voltado somente para mulheres.
- A Different View: o objetivo é trazer palestrantes que trabalham com Tech para contar um pouco sobre diversidade e inclusão dentro da área. A primeira edição foi com a Michelle Frasson, que falou sobre a carreira dela e sobre como é ser uma desenvolvedora mulher e cega em um ambiente de tecnologia. E depois tivemos o Simon e o Jose, que são Venezuelano-Brasileiros, mudaram para o Brasil há 10 anos transferidos como primeiro casal Gay pela P&G na América Latina.
Pra fechar
Em termos de diversidade, a Loft através desse post quer mostrar como estamos tratando desse assunto internamente para mudar as estatísticas e também ressaltar a importância de construir uma comunidade, não uma audiência; e moldar uma cultura, não uma fachada.
Fiquem ligados pra participar das nossas próximas iniciativas e fica aqui nosso convite para entrarem em contato! Pensou em alguma proposta de iniciativa? Pensou em mais algum paralelo sobre diversidade usando ciência? Tem alguma dúvida sobre o dia-a-dia na empresa? Vem falar com a gente!
Ficou com vontade de fazer parte da Loft?
Se inscreva nas nossas vagas! — https://jobs.lever.co/loft/
Co-autora: Talita Shiguemoto