Caminho para El Chálten/AR.

Projeto Patagônia — a preparação

Ramon Fernandes Lourenço
Logo Ali
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5 min readApr 6, 2019

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Bom, não sei muito bem no que vai dar essa ideia de blog, mas começa com uma inquietação de não deixar nossas viagens, ao menos aquelas pensadas com tanto carinho, se materializarem somente em fotografias em mídias sociais e memórias que se desfazem com o tempo. Com esta provocação começo então a organizar estas experiências de forma que, ao contá-las por aqui, eu possa revivê-las novamente, ao menos por mais alguns instantes.

Então este é o Logo Ali, um livro de registros de algumas de nossas andanças, minhas e da Isa!

O projeto Patagônia

Esta viagem para a Patagônia foi sim um projeto, pois ela começa há muitos anos atrás, com um sonho antigo de conhecer a Terra do Fogo e o Fim do Mundo, mas ela só se materializou agora, depois dos trinta e tantos anos de idade. Fizemos a viagem em Fevereiro de 2019, mas seu planejamento começou em meados do ano anterior.

Compra das passagens aéreas e outros transportes

Como moramos em Foz do Iguaçu, cidade que faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina, sempre ouvimos que era mais barato viajar para a Argentina saindo direto do Aeroporto Internacional que fica em Puerto Iguazú. Então pesquisamos bastante e vimos que era realmente mais em conta, em comparação com o mesmo trajeto que fizemos, certamente pagaríamos na época ao menos 3x mais só por sair de Foz, e ainda enfrentariamos conexões em Curitiba ou São Paulo.

Valores com a saída pela Argentina.
Valores com a saída por Foz do Iguaçu.

Dica: pesquise a saída primeiro nos aeroportos mais próximos da Argentina e Paraguai, sempre temos opções boas por lá.

Então, certos de que compraríamos as passagens pela Argentina fomos buscar direto na Aerolineas Argentinas, mas certifique-se que você esta pesquisando preços no site argentino (.ar), senão os preços serão atualizados em Reais, o que também não é a melhor opção por conta do câmbio.

Um destaque interessante no site da Aerolineas é a possibilidade de comprar a viagem com multi-trajetos, isso eu ainda não tinha visto no Brasil (na real viajamos bem pouco, então é bem provável que isso já seja comum!). Então, com uma compra só adquirimos os bilhetes para Buenos Aires, El Calafate, Ushuaia, Buenos Aires e Puerto Iguazú, fechando assim todo o transporte aéreo de uma vez só. Isso foi fantástico e muito organizado!

Enquanto o tempo passava e a viagem começava a chegar perto a Isa pesquisava cada vez mais sobre os destinos, as possibilidades, as paisagens e o que poderíamos fazer para aproveitar ainda mais a viagem. Foi assim que El Chálten entrou na rota, com seu incrível monte Fitz Roy e o desafio assumido de realizarmos um trekking de 22 kms em um mesmo dia, algo que até então nunca chegamos perto de fazer.

E estes 22 kms ressoaram por muito tempo até perceber que era possível…

Encaixamos a viagem para El Chálten no meio do período que ficaríamos em El Calafate e não nos arrependemos. Compramos o transporte com uma agência especializada direto em Calafate, logo mais daremos mais detalhes.

Ah, aqui vale ressaltar uma coisa: por lá (na Patagônia) não existe Uber, mas tem uma opção interessante que são os Remix. São táxis que você paga a corrida fechada. Eles podem ser encontrados em pontos da cidade específicos, mas também fazem corridas marcadas com antecedência, pegando no hotel e levando onde precisarem.

Hospedagens

Como sou meio paranóico com programação, acabei fechando as hospedagens pelo Decolar, por ter atendimento e alguma segurança. Com isso não tivemos grandes surpresas ruins, foi tudo meio que sob-controle, somente o último hotel em Buenos Aires que foi uma surpresa que logo detalharemos também. Ao longo da narrativa das cidades traremos também a descrição dos hotéis.

Roupas — o que levar?

Este foi um capítulo à parte: o que nós, brasileiros acostumados com o calor levamos para uma viagem a uma região fria? Com esta pergunta em mente lemos, assistimos vídeos, lemos mais ainda, entramos em grupos no Facebook e perguntamos para amigos que já foram para lá! Realmente não foi fácil definir quais as necessidades de vestimentas para o clima patagônico, e ainda fomos no verão, o que “facilitava” as coisas.

Para se pensar o que levar é preciso levar em conta alguns pontos: época do ano, o que se pretende fazer e sempre buscar referências de quem já foi (seja online ou pessoalmente).

Como fomos no verão a preocupação maior foi com as mudanças drásticas de temperatura (entre o dia e noite), vento e a chuva, que foram constantes, principalmente em Ushuaia. Além disso nossa intenção era realizar trekking em todas as cidades, nos deixando expostos ao tempo por muitas horas. Com estas definições fomos comprar algumas roupas para se preparar bem.

Recorremos quase que totalmente à Decathlon, aproveitando uma passagem que faríamos em Londrina/PR pouco antes da viagem definitiva. Por lá compramos calças de trekking, camisas dryfit, capa de chuva, algumas meias especificas para trekking e a Isa aproveitou para comprar uma bota resistente a água. Levamos poucos roupas casuais que já tínhamos, para não ficar com malas muito grandes.

Ao optar por fazer grandes caminhadas a escolha das vestimentas é fundamental para garantir que você curta o trajeto sem se machucar ou passar frio ou calor. A dica principal é adotar a estratégia de se vestir em camadas (tipo cebola), a medida que se vai esquentando é possível ir tirando algumas peças de roupa. As camisas em dryfit são importantes pq a medida que você vai transpirando dentro das camadas de roupa, o suor não permanece molhado, resfriando você mesmo usando roupas de frio. Eu acabei passando por um momento ruim por ter escolhido a roupa errada, estava com uma camisa de algodão que demora para secar, justo no trekking mais difícil em El Chálten.

Bom, isto foi um pouco dos preparativos que nos tomaram quase 6 meses de planejamento. Nos próximos posts irei descrever o ínicio da viagem e as experiências em cada uma das cidades.

Espero que continue acompanhando! Obrigado pela leitura ;)

Próximos capítulos:

  • Da Tríplice Fronteira (Foz/Puerto Iguazú) para Buenos Aires
  • A chegada na Patagônia — El Calafate e o glaciar Perito Moreno
  • El Chálten e o Fitz Roy
  • De El Calafate para Ushuaia
  • O retorno
E a viagem começa!!

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Ramon Fernandes Lourenço
Logo Ali

Relações públicas na UNILA, mestre em Ciência da Informação e curioso sobre as formas como estabelecemos relacionamentos mediados pelas tecnologias.