Projeto Patagônia — Da Tríplice Fronteira (Foz/Puerto Iguazú) para Buenos Aires

Ramon Fernandes Lourenço
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7 min readApr 21, 2019

Bom, durante os longos meses de espera para a viagem consultamos diversas fontes de informações que nos auxiliaram bastante, vou citar as principais rapidamente antes de contar as primeiras experiências da viagem:

Brasileiros em Ushuaia

Brasileiros em Ushuaia é uma empresa de turismo especializada nos principais passeios de Ushuaia, mas recentemente estão ampliando sua atuação para outras partes da Patagônia, como em El Calafate. O pessoal é realmente muito atencioso e eles mantém um dos grupos no Facebook mais interessantes para se obter informações de outros viajantes, antes de ir vale muito o contato e a visita ao grupo.

Dica: deixe para comprar os passeios diretamente na agência em Ushuaia, pois sai mais barato. Só tome cuidado com os passeios mais concorridos, pois podem não sobrar vagas no dia em que for comprar.

Canal Um Viajante

Certamente uma das fontes de informações que mais nos cativaram foi o canal no Youtube “Um Viajante”, que produz fotos e vídeos incríveis sobre os locais ele visita. O canal é tocado por um simpático curitibano que também é proprietário de um Café na capital paranaense, ainda precisamos dar um pulo lá para conhecer. Abaixo destaco a playlist que foi definitiva para nos colocar em sintonia com a viagem.

Além destes dois importantes canais, deixo estes outros links com detalhes sobre o roteiro:

A saída

Nosso voo estava marcado para às 16 horas de uma terça-feira, e como antecipei antes saímos do Aeroporto Internacional Cataratas del Iguazú, que fica em Puerto Iguazú/AR, distante cerca de 32 kilometros de minha casa. Para cruzar todo este trajeto contamos com o apoio de um amigo que gentilmente nos levou e nos buscou na volta. Mas, se você não tem amigos por aqui, ou um tão gente boa como este, você pode optar por táxi (mas prepare-se para desembolsar uma boa grana pq em Foz este serviço é bem caro), ou utilize os aplicativos. Se a opção for Uber se programe, pois em alguns horários é bem difícil entrar motoristas disponíveis.

Ao cruzar a aduana Argentina os brasileiros não precisam de passaporte para acessar os países membros do Mercosul (uma das várias vantagens em se potencializar políticas de integração regional amiguinhos!!!), basta informar que irão embarcar no aeroporto para o interior do país e apresentar o RG (um documento em boas condições e com foto atual). Assim você receberá uma permissão, um documento impresso que deverá ser apresentado no momento da saída do país. Em hipótese alguma perca ou rasure este documento!!!

Feito isso, passamos para o lado argentino e como moramos aqui nem consideramos este o começo da viagem. Depois de rodar bastante, aproveitando o belo caminho que passa pelo Parque Nacional Argentino, chegamos ao aeroporto e embarcamos com tranquilidade. E a viagem realmente começa…

Chegada em Buenos Aires

Fomos recebidos com um belo fim de tarde em Buenos Aires e do aeroporto seguimos direto para o hotel. Ficamos no Duomi Plaza Hotel, um hotel antigo mas com bons quartos, na verdade deixamos para caprichar na hospedagem na Patagônia. O bom dele foi a localização, de lá conseguimos chegar caminhando aos passeios que queríamos fazer. Mas logo quando chegamos só procuramos um lugar perto do hotel para comer e beber algo.

Na manhã seguinte começamos os passeios. Do hotel fomos caminhando até a Praça de Maio e logo de cara Buenos Aires surpreende como uma cidade muito vertical, a medida que caminhamos em ruas menores vemos somente uma pequena faixa de céu (pequenas percepções de um morador de cidade pequena!!).

Mas a medida que abandonamos as ruas menores damos de cara com mega avenidas, dignas das maiores capitais de nosso continente. Assim chegamos na Avenida 9 de Julho, uma belíssima avenida que dá acesso ao Obelisco e também tem ligação com a Avenida de Maio, famosa por seguir direto até a Praça de Maio e dar acesso ao nosso primeiro ponto de parada, o lendário Café Tortoni.

Que lugar fantástico, de uma atmosfera acolhedora. É realmente uma parada obrigatória para quem gosta de um bom café e medias-lunas. Dá para ficar por lá um bom tempo, batendo papo e provando as delícias do cardápio. Mas como só tinhamos este dia para explorar BA tivemos de correr, porque além do Café tinhamos de comprar os chips de telefone para garantir o restante da viagem também visitar a Praça de Maio, a Casa Rosada, o Rosedal e o Jardim Japonês, tudo na mesma tarde.

De lá seguimos caminhando e acabamos por fazer um caminho meio estranho, fomos para o Obelísco, ao invés na Praça de Maio, que era logo perto do Café…

Mas o erro de trajeto virou uma oportunidade de conhecer um pouco mais daquele pedaço da cidade. Ficamos por um tempinho ali e logo seguimos conhecendo outras partes de San Nicolás, que é um grande centro financeiro da cidade. Assim chegamos na Praça de Maio e na famosa Casa Rosada. A praça é realmente muito bela, imponente como boa parte de Buenos Aires por seus belos prédios históricos. Ali os turistas ficam por um bom tempo tirando fotos com a guarda e aproveitando o gramado nas sombras das palmeiras imperiais.

Com o dia avançando, seguimos para os dois outros pontos que queríamos conhecer, o Rosedal e o Jardím Japonês. Como estes eram mais longe, pegamos um Uber dirigido por um simpático professor da Universidade de Buenos Aires (sim, um professor de uma das mais importantes universidades de nosso continente dirigindo Uber, sinal da grande recessão vivenciada pela população Argentina). Com o simpático professor conversamos sobre o cenário político bizarro que passam nossos países, e lá vivi o quanto nossa recente escolha refletiu internacionalmente como uma bomba. Foi muito legal trocar uma ideia com alguém de fora da nossa bolha, e ver como passamos pelos mesmo problemas!

Bom, voltando para a viagem, ficamos em um dos lados do Rosedal, mas aqui novamente tomamos a decisão “errada” e decidimos ir primeiro ao Jardim Japonês, porque ele fecha mais cedo. Pela decisão acabamos caminhando um bom tanto embaixo de um sol de 40 graus que fazia naquele dia. Por fim chegamos ao Jardim, que lugar incrível. A entrada é paga por pessoa (150,00 pesos) e vale cada centavo.

Ali ficamos um tempinho também, aproveitamos para reidratar e seguir novamente para o Rosedal, o último ponto antes de voltar ao hotel. O Rosedal é um imenso jardím situado em um parque urbano bem no meio da cidade. Neste parque há ciclovias, pistas de corrida e um lago onde o povo da cidade se encontra no final do dia para seus exercícios ou para passar um tempo aproveitando.

O Rosedal é também surpreendente, é muito grande e tem imensos jardíns de rosas. No lago você pode alugar um pedalinho para passear um pouco, mas com o sol que estava não estava nada convidativo!

Depois de um longo dia de passeios acabamos por estrear as caminhadas em Buenos Aires, mas foi em nosso próximo destino que colocamos em prática todo o pouco conhecimento que tínhamos sobre esta atividade em dia. Ao fim deste dia seguimos para o hotel rumo ao verdadeiro destino desta viagem, a sonhada Patagônia e o Fim do Mundo.

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Ramon Fernandes Lourenço
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Relações públicas na UNILA, mestre em Ciência da Informação e curioso sobre as formas como estabelecemos relacionamentos mediados pelas tecnologias.