Coisas que eu acho que eu acho sobre o Kickoff da temporada 2021 da NFL

Bruno Bataglin
Lombardia
Published in
5 min readSep 10, 2021

A NFL voltou! Essa liga que eu simplesmente amo de paixão voltou após uma longa ressaca sem bola oval. E que início de temporada que tivemos nesta noite de quinta-feira (9).

No placar, tivemos um 31 a 29 do atual campeão Tampa Bay Buccaneers sobre o Dallas Cowboys. Foi um jogo mais apertado do que muitos esperavam, mas deu a lógica no Raymond James Stadium. Os Bucs, com boa parte dos titulares que levaram o Super Bowl LV, em fevereiro, largaram com campanha 1–0.

Mas, na estreia aqui no Lombardia (nome que eu mesmo criei, aliás), gostaria de fazer um post estilo “coisas que eu acho que eu acho”. Certamente, este estilo já é usado por mais pessoas, porém não vou inventar a roda. Só quero fazer um texto leve sobre esta partida.

Então, bora fazer algumas reflexões sobre a abertura da temporada 2021 da National Football League:

Tampa Bay Buccaneers 31 x 29 Dallas Cowboys — As cinco coisas que eu acho que eu acho

1- Tom Brady segue jogando pra car@#%o aos 44 anos de idade

É chover no molhado, mas eu ainda me surpreendo. Acompanho a NFL desde 2006 (e trabalhei diariamente com a liga desde 2012 com meu antigo site Quinto Quarto) e sigo estupefato com esse cara.

Tom Brady, QB do Tampa Bay Buccaneers (Crédito: Wikimedia Commons)

É a 22ª temporada do camisa 12 na liga e ele segue jogando em alto nível. OK, ele teve duas interceptações, mas mesmo assim acertou 32 passes de 50 para 379 jardas e quatro touchdowns. Incrível. E mais uma vitória pro currículo.

E ele ainda conseguiu conectar dois passes com seu tight end de estimação Rob Gronkowski. E chegou assim ao 100º passe para TD nesta ponte aérea de longa data. É o maior número para uma dupla de QB-TE na história da NFL.

Para o sete vezes campeão do Super Bowl, foi o 300º jogo de temporada regular de sua carreira. And counting…

2- Brady venceu, mas o grande destaque foi o QB do outro lado de campo

Dak Prescott foi o cara da noite, sem sombra de dúvidas. O quarterback do Dallas Cowboys, que não jogava desde a semana 5 da temporada 2020, quando sofreu uma grave fratura no tornozelo, fez parecer que nunca houve esse hiato.

Dak Prescott, QB do Dallas Cowboys (Crédito: All-Pro Reels / Joe Glorioso — Flickr)

O camisa 4 do Dallas Cowboys, que ainda por cima teve que lidar com uma lesão no ombro direito durante o training campo e a pré-temporada, jogou EXTREMAMENTE bem (ainda mais considerando as expectativas após 11 meses sem atuar).

Conectou 42 de seus 58 lançamentos para 403 jardas, três touchdowns e uma interceptação. Ele sofreu o único sack da noite, mas é totalmente perdoável, ainda mais considerando que Zack Martin, seu right guard titular, não pode jogar após testar positivo para a COVID-19.

3- As defesas não foram nada bem, mas a dos Bucs preocupa mais neste momento

As defesas de Buccaneers e Cowboys cederam mais de 400 jardas cada uma aos adversários. E isso em um jogo no qual os ataques terrestres foram basicamente inexistentes.

Mas, se a defesa dos Cowboys foi péssima em 2020 e a estreia não deixou o torcedor muito animado (apesar dos quatro takeaways), foi a defesa dos Bucs que preocupou na noite. Sobretudo a secundária.

Sem o safety titular Jordan Whitehead, o fundo da defesa de Tampa Bay já preocupava. Quando o cornerback Sean Murphy-Bunting saiu logo no começo do jogo com uma lesão no braço (muito feia por sinal), as coisas ficaram ainda piores. O resultado foi uma partida de mais de 400 jardas de um Prescott que estava voltando de duas lesões, basicamente.

O coordenador defensivo Todd Bowles terá que extrair MUITO do seu pass rush com Shaquil Barrett, Jason Pierre-Paul, Vita Vea e companhia se a secundária continuar assim.

4- É raro ver um time com tantos turnovers cometidos vencer. Mas os Bucs conseguiram…

Quando você comete quatro turnovers em uma partida da NFL e seu adversário comete apenas um, em 99,97% (segundo o DataBataglin) das vezes você perde um jogo. Deu um dos 0,03% nesta noite.

(Se você não entendeu a brincadeira, essas porcentagens foram tiradas da minha cabeça. Mas elas refletem a mais pura realidade).

Mesmo assim, pela sorte (e competência) que só os atuais defensores do Vince Lombardi Trophy possuem, esses turnovers não custaram a partida. Nem as duas INTs lançadas por Brady e nem os dois fumbles do running back Ronald Jones II e do wide receiver Chris Godwin foram capazes de tirar o W (de Win) dos Bucs.

Mas, certamente, tornaram tudo mais difícil do que poderia ser.

Destaque especial para o fumble de Godwin, que soltou a bola na linha de uma jarda dos Cowboys, quase marcando o TD, com pouco mais de 5 min para o final. Na campanha seguinte, os Cowboys viraram para 29 a 28 com um field goal de 48 jardas de Greg Zuerlein.

Mas Brady chamou a ‘responsa’ e comandou a campanha da vitória para os donos da casa com menos de dois minutos. FG preciso de Ryan Succop e… VAPO!

5- Chutador passa mal

Já diria o velho samba que “Falador Passa Mal”. Mas, na NFL, chutador passa mal. Greg Zuerlein que o diga.

O kicker dos Cowboys errou um field goal de 31 jardas no segundo quarto, errou um extra points no mesmo período e ainda perdeu outro FG de 60 jardas antes do intervalo (este último perdoável pela distância do chute).

Mas fato é que kicker na NFL tem uma carreira que dura o quanto dura a paciência do time que o emprega. E essa paciência para um cara que só entra em campo para chutar a bola costuma durar pouquíssimo.

Para sorte dele, ele acertou outros três FGs na partida, incluindo um de 48 jardas que teria dado a vitória a Dallas (se não houvesse um Brady do outro lado).

Porém, Sr. Greg ‘The Leg’, saiba que o senhor já está na corda bamba. Esteja ciente disso…

E para finalizar…

QUE DELÍCIA que é voltar a escrever sobre a minha amada NFL. Estava sentindo falta disso e agora será neste espaço que pretendo aparecer periodicamente (espero que, pelo menos, uma vez por semana durante a temporada) para fazer minhas reflexões sobre a bola oval.

Para quem não me conhece, sou Bruno Bataglin, um eterno escritor/jornalista e um louco por esportes. Formado na Cásper Líbero em 2013, fui um dos criadores do Quinto Quarto em 2012, ao lado do meu caro amigo Miguel Amado, mas hoje já não fazemos mais parte do projeto.

Eu e Miguel Amado ao lado do Troféu Vince Lombardi

Foi bom enquanto durou e me deu boa parte da bagagem de esportes americanos que eu tenho. Mas, agora, é hora de respirar novos ares.

Então, seja bem-vindo(a) ao Lombardia. Sinta-se em casa.

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Bruno Bataglin
Lombardia

Escritor, apaixonado por esportes e jornalista, não necessariamente nesta ordem.