O rock cristão no Dia Mundial do Rock

Tiago Abreu
LOUVE
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3 min readJul 13, 2018
Uma das edições do Live Aid, ocorrido em julho de 1985. Imagem: Squelle/Wikimedia Commons

É comemorado, aqui no Brasil, o Dia Mundial do Rock em 13 de julho. A data foi escolhida por causa do Live Aid, um evento beneficente que reuniu vários artistas da música popular britânica e norte-americana em torno de causas humanitárias. E entre as performances, ocorreu a apresentação mais elogiada da história do rock: A da banda Queen, que fez um público misto de 60 mil pessoas cantar e coreografar suas canções.

Naquela época, em 1985, o rock já estava desenvolvido em várias ramificações, entre elas o chamado rock cristão. Até a década de 1970, vários artistas utilizaram o gênero tanto para fazer críticas sociais e políticas, mas também para transmitir discursos de fé. Entre esses nomes, podemos destacar a banda Petra e o cantor Keith Green.

Petra e Green seriam influências diretas para alguns cristãos no Brasil, incluindo para a banda evangélica de maior sucesso durante as décadas de 1980 e 1990, o Rebanhão. Além de nomes não-religiosas como Beatles, Clube da Esquina, Pink Floyd e Genesis, a música do grupo mergulhava no pop e na tropicália e fabricou sucessos até hoje cantados no país, como “Baião” (1981), “Primeiro Amor” (1988) e “Palácios” (1990), regravados por cantores como Aline Barros, Fernanda Brum, Paulo César Baruk, Damares, Arianne, Priscilla Alcantara, entre outros.

Gravação do álbum 35, do Rebanhão, em novembro de 2016. Imagem: Reprodução

A partir da popularidade do Rebanhão, o rock cristão explodiu no país. No final da década de 1980, surge cinco nomes fundamentais para o gênero no Brasil: Catedral (“Contra Todo Mal”, “Quando o Verão Chegar”), Katsbarnea (“Extra”, “Gênesis”), Fruto Sagrado (“Amor de Deus”, “Diferente dos Anjos”), Resgate (“5:50 AM”, “Em Todo Lugar”) e Oficina G3 (“Naves Imperiais”, “Espelhos Mágicos”).

Os integrantes do Resgate, em 2012, na sessão do álbum Este Lado para Cima. Imagem: Divulgação

Maior parte destas bandas lançaram sucessos com diferentes formações entre os anos 90 e 2000, e o próprio movimento brasileiro tomou outras ramificações, seja com bandas, ou carreira solo. Por exemplo, Brother Simion deixou o Katsbarnea e lançou, em carreira solo, músicas como “Redenção” e “Johnny”. PG deixou o Oficina G3 e fez sucessos pop e também rock.

Os gaúchos da banda Tanlan, em 2016. Imagem: Reprodução

O movimento mais recente do meio cristão, em termos de rock, foi o chamado Novo Movimento, uma ideia de fazer rock alternativo sem a necessidade de falar somente de temas cristãos ou com a linguagem evangélica. Inspirado em bandas estrangeiras como o Switchfoot, esse movimento reuniu bandas como a Tanlan. Esta e outras bandas e músicas você pode ouvir no Louve, com a playlist Dia Mundial do Rock.

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Tiago Abreu
LOUVE
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Jornalista e curador musical do Superplayer.