Histórias sobre ter resiliência em semanas estranhas

Como você responde quando tudo parece estar meio fora do eixo?

Luana Reis
Releituras da Vida
5 min readMar 15, 2020

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Alguma vez você já vivenciou uma semana estranha, com acontecimentos esquisitos e que te fizeram pensar:

É… eu não tô legal.

Sim, eu também lembrei da música do Renato Russo haha.

Como você reagiu a isso? Como isso te afetou?

Bem… minha última semana começou nesse estilo…

No domingo, um desentendimento familiar.

Na segunda, pela manhã, meu celular caiu no vaso e estragou (para de rir de mim, estamos em um papo sério, ok? HAHA)

Na segunda, à noite, chego em casa e descubro que minha caneca preferida havia quebrado.

Primeiro pensando que veio foi:

Lei de Murphy! Senhor! Será que dá pra reverter esse quadro?

Ciclo vicioso

Após passar as primeiras respostas emocionais… dor, frustração, tristeza, inconformismo, pessimismo, vitimização… iniciou em mim um primeiro pensamento de lucidez, trazendo mais tranquilidade.

É… já foi. Tá feito. Não tem volta. Resta-me aceitar.

Nem sempre é fácil aceitar alguns fatos em nossas vidas, você também se sente assim?

Diante de tudo isso, uma coisa eu percebi…

Se eu começasse a deixar o “bichinho da negatividade” me pegar, eu estava sujeita a um ciclo vicioso. Um ciclo que também pode ser chamado de ciclo de realidade (Como criar sua realidade | Geronimo Theml | TEDxSantos). Geronimo, nesse TEDx, diz assim:

Quanto mais você vê, mais você cria. E quanto mais você cria, mais você vê.

Sabe aquela pessoa no seu trabalho ou faculdade que você nunca tinha conhecido e, no momento que você a conhece, ela aparece em todos os lugares? HAHA

Ah… isso já rolou comigo demais. Isso é o nosso ciclo de realidade.

A partir dessas reflexões, percebo como a percepção e a interpretação da realidade é totalmente subjetiva e individual. Pois o que cada um vê, e o que cada um cria, diz respeito ao universo mental e às crenças de cada um.

Faz sentido?

Bem, voltando aos meus fatos desastrosos de início de semana…

Eu tinha algumas opções naquela segunda à noite.

Primeira delas — relacionada a minha primeira resposta de frustração — seria determinar que minha semana estava fadada ao fracasso. “Há! Que azar isso… aquilo…semana ruim…”

Uma segunda opção possível, seria assumir uma postura de maior aceitação.

“Ok! Aconteceram coisas desagradáveis… E ai? O que eu posso fazer com isso de agora para frente?”

Bem, cada um tem sua forma de enfrentar a vida, e na prática não existem apenas duas opções. Contudo, gostaria de compartilhar com você um pouco de como eu lidei, pois pude ter algumas reflexões as quais considerei muito valiosas.

Há diversos fatos e acontecimentos em nossa vida que não dependem de nós. Podem ser acidentes (como um celular no vaso), podem ser fruto de nossas imperfeições e características a serem aprimoradas (como brigas com pessoas que amamos), ou podem ser um evento fortuito e externo a você, ainda que ele te afete (como encontrar algo seu quebrado).

Sim… todos estamos sujeitos a diversos acontecimentos como estes, certo?

O que vai mudar então? O que poderá diferenciar um desfecho mais negativo de outro mais positivo?

Não sei o que você pensa sobre, mas, nesse momento, eu percebi que eu podia tentar responder a todos esses eventos de um outro modo. Eu poderia tentar ver a situação como alguém que se afasta e vê de fora. Reposicionar o foco em busca de uma outra análise.

Me afastei dos fatos, dentro da minha própria mente, e vi, de um jeito mais brando, como tudo poderia ser tão passageiro…

Isso também passa — como dizia Chico Xavier.

O tempo vai e vai, e leva com ele muitas coisas. E, afinal, o que fica?

Bem… canecas e celulares já sei que não ficam. Tudo o mais que for palpável se vai com o tempo. Como diz o famoso dito popular: “Caixão não tem gaveta”.

E as relações? Os afetos? Os aprendizados? Os momentos de alegria… ou de tristeza? A nossa trajetória.

Esses sim, ficam aqui, impressos em nós. Na nossa impressão digital da alma. Constroem quem somos. Formam nosso caráter. Moldam nossas imperfeições. Lapidam nosso ser.

Veio então… a serenidade. E com ela veio uma nova perspectiva sobre tudo aquilo.

Sobre as desavenças interpessoais, o tempo e as posturas mais humildes trariam a pacificação. E trouxeram.

Sobre celulares. Eu tinha um aparelho mais antigo, sobressalente, que eu poderia usar até poder comprar um novo. Ele é bem mais limitado. Mas… que bom que posso ter essa alternativa para resolver essa questão com mais calma!

Sobre canecas… acho que quase não seria digno de nota haha. Existem tantas outras aqui em casa. Fico feliz que ela tenha me sido útil enquanto esteve íntegra. Sim… essa parte parece de menor importância. Contudo, se buscarmos transcender o termo “caneca” para outros itens em nossa vida, acho que a reflexão fica mais profunda. Sobre o nosso apego a esses tais objetos.

Todos esses bens materiais terão a exata importância que nós atribuirmos a eles.

Foi nesse ponto que, ao mudar a minha forma de ver, eu comecei a criar outra percepção da realidade, acredito que meu ciclo deixou de ser vicioso, e passou a ser virtuoso.

O sofrimento diante daqueles acontecimentos, que em dado momento havia existido em mim, começou a se dissolver em meu peito… se esvazia…. e ia…e ia…até que se foi, quase que por completo.

Resquícios ficaram. Poucos, resistentes. Marcas de tantos elementos em mim que ainda precisavam ser aprimorados.

Haviam instantes de recaídas, de angústia, os quais se tornavam cada vez mais breves. Até que quase não me afetavam mais. Estava tudo bem, tudo estava melhor, o quanto podia estar. Dentro daquilo que eu dava conta.

O tempo seguia fazendo seu trabalho. Tempo no seu tempo. Tempoterapia.

A semana se seguiu e pude desfrutar de diversos momentos de alegria, de prazer, de diversão, de bem estar legítimo e genuíno.

Agora, eu me questiono:

Será que a semana teria tido esse desfecho se eu tivesse interpretado aqueles fatos de forma mais resistente, mais negativa?

Difícil dizer… mas meu palpite é de que teria sido ao menos diferente. Talvez eu não tivesse me dado conta das bençãos que surgiram a seguir. Das dádivas e dos presentes dispostos pelo caminho.

Pois então, minha amiga/ meu amigo, pergunto a você:

Com que olhar você tem lidado com os acontecimentos mais turbulentos em sua vida? Haveria possibilidade para uma nova perspectiva? Para um novo ciclo de realidade?

Mandala da Resiliência — Fonte: https://www.inspirarte.art.br/post/61651

Bem, isso são apenas algumas reflexões baseadas em minhas vivências. E você? O que pensa sobre?

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Luana Reis
Releituras da Vida

Releituras da vida. A arte da busca pelo equilíbrio entre o que importa e o que é necessário.