Você tem dado o adequado valor às suas prioridades?

Trabalho X vida pessoal. Uma constante busca de equilíbrio.

Você já enfrentou algum impasse na escolha e definição das prioridades em sua vida?

Quanto tempo e esforço dedicar ao trabalho?
Quanto tempo e energia reservar à família e aos amigos? Ao lazer? E ao descanso?

Como equilibrar todas as áreas e suas demandas?

Na última semana passei por um conflito interno relacionado a esse tema. Recentemente, optei por aumentar um pouco minha demanda de tempo e energia dedicada ao trabalho. Assim como tudo na vida, quando mudanças acontecem, é necessário buscar por um novo equilíbrio.

Até então eu estava trabalhando apenas durante a semana, como médica em um posto de saúde. Porém, a fim de ampliar meus aprendizados e experiências profissionalmente, resolvi ampliar e incluir alguns plantões aos finais de semana.

Sem mencionar toda a parte emocional, envolvida em trabalhar na linha de frente em tempos de pandemia, uma das primeiras indagações internas que precisei lidar foram:

Quantos plantões por mês seriam viáveis e adequados para mim?

Como eu poderia organizar as outras atividades essenciais em minha rotina, especialmente, nos finais de semana em que estivesse de plantão, de modo a não sacrificar nenhuma área importante da minha vida pessoal?

Você já se sentiu assim diante de algum conflito de vida? Como você conduziu suas escolhas? Como essas decisões têm impactado sua vida atualmente?

De forma mais específica: você sabe quais são as suas prioridades?

Acredito que não há uma resposta pronta ou permanente para essa pergunta. E talvez, por essa mesma razão, deveríamos estar sempre nos questionando sobre isso.

A medida que a vida flui, e novos movimentos acontecem, as nossas prioridades, necessidades e demandas naturalmente também mudam.

Você já se pegou dizendo:

Eu não tenho tempo para isso!

Será que, ao dizer isso, o que estamos realmente querendo dizer não seria:

Isso não é uma prioridade para mim, o meu tempo está sendo investido em outras coisas!

Deixe-me compartilhar com você como eu vejo tal questão. Para mim, o tempo funciona como uma massinha modelável, moldável, adaptável. Como um fluido capaz de assumir a forma do recipiente em que o colocamos.

A medida que organizamos a distribuição de nossos afazeres ao longo do dia, nosso tempo pode se expandir ou se contrair. Pode ficar mais bem aproveitado ou menos.

Há quem diga que precisaria de um dia de 48h para fazer tudo que é importante. Eu então pergunto: será que se dermos 48h para essa pessoa ela não continuaria precisando de mais e mais horas? Seria uma questão do número de horas que temos disponíveis, ou uma questão de gestão de prioridades ao longo do tempo que temos?

Gostaria de te convidar a essa reflexão, questione também a si mesmo:

Como eu tenho organizado o meu tempo? Quais são as atividades que tenho priorizado? Eu tenho dado tempo adequado aquilo que realmente importa para mim?

Já faz algum tempo que eu tenho tido reflexões relacionadas à gestão do tempo. A cada mudança no fluxo da minha vida, essas indagações retornam, recorrentemente, trazendo novos aprendizados, aprimorando novas estratégias. A partir disso, talvez eu consiga destacar um aprendizado que se tornou o mais elementar para mim nesse contexto:

É preciso dizer NÃO para aquilo que não importa, para que possamos dizer verdadeiramente SIM para aquilo que realmente importa.

Como na música Paciência, do Lenine:

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara

E para que não tenhamos que dizer, em nosso Epitáfio:

“Queria ter amado mais, ter sonhado mais, ter visto o sol se por”

Bem, isso são apenas algumas reflexões baseadas em minhas vivências. E você? O que pensa sobre?
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