Crítica: 1917

Novo filme de Sam mendes em termos técnicos é impecável, mas perde um pouco de sua magia em uma narrativa rasa.

Lucas Almeida De Sousa
CRITTIQ
3 min readFeb 6, 2020

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Reprodução/Olhar Digital

Considerado um dos favoritos do Oscar para melhor filme, 1917 traz em sua trama uma historia fictícia sobre a primeira guerra mundial, dirigido e escrito pelo diretor Sam Mendes (007: contra Spectre; Beleza americana). No longa, acompanhamos a historia de dois soldados que precisam enviar uma mensagem até um pelotão para evitar que eles caiam em uma armadilha.

Assim como visto em outros filmes, Sam Mendes é um diretor de mão cheia. Não só conhecido pelas cenas de ação, mas também na sua criação em cima do drama. Aqui ele tentar encaixar os dois em um filme de 2 horas que nos resulta em um drama militar muito bem dirigido.

Quando o filme se inicia, não temos noção da grandeza técnica que vamos presenciar. Logo de inicio, sabemos da missão dos dois personagens que vamos seguir e também, sabemos que eles tem 8 horas para conseguir conclui-lá. Então, para pegar aqueles que forem ver o filme totalmente as cegas, não sabem que a narrativa se baseia em um inacreditável plano sequência.

1917 propõe uma missão ao telespectador, contar uma história em uma experiência de imersão para sentirmos que estamos no meio de um campo de batalha, por isso os grandes planos sequências são justificáveis. Para aqueles que assistirem um filme com atenção, é realmente impossível encontrar cortes durante a narrativa. Parece um documentário muito bem feito sobre a primeira guerra mundial e poucas vezes nos vemos duvidando do que acontece na tela.

Por esse aspecto, Sam Mendes precisa ser reconhecido. Ter controle de um filme ambicioso como esse, não é para muitos. Mas, quando tratamos da parte narrativa, o filme deixa a desejar. Quando analisamos 1917 em uma narrativa geral percebemos que o longa tem características bem parecidas de um videogame sobre a primeira guerra.

Reprodução/Palavras do Cinema

No início eles tem a missão principal e ao decorrer do filme, varias pequenas missões secundarias passando por vários cenários onde precisam resolver certos conflitos para ir a outro certo lugar. Reconheceu algum jogo com aspecto parecido? É evidente que o diretor precisou largar de mão alguns aspectos do filme pela forma que a narrativa é contada. Por isso, existe o motivo claro de uma historia rasa.

O que da mais espaço para os dois protagonistas principais mostrarem que conseguem entregar algo além de um show visual e o que vemos é algo realmente gratificante. Com poucos recursos a mão e certas dificuldades de roteiro, George MacKay (Capitão fantástico) e Dean-Charles Chapman (Game of Thrones) entregam personagens incrivelmente verdadeiros que entregam cenas emocionantes e muito tocantes. O filme também espalha certas surpresas em seu elenco que são muito bem vindas sem precisar forçar aparição ou trazer diálogos desnecessários.

Tentando trazer um olhar bonito e triste para uma guerra, 1917 é um feito único de direção. Ele entrega cenas emocionantes, lindas e incrivelmente bem feitas em seu épico de guerra. Apesar de pecar em alguns aspectos narrativos, o filme entrega uma incrível experiência de imersão que quando terminamos, sentimos que algo nos foi passado. E no final, apesar de tristes, um sentimento gratificante nos rodeia.

Nota: 8.5/10

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Lucas Almeida De Sousa
CRITTIQ
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18 anos, morador de São Paulo, Brasil. Sempre tive entusiamo para escrever e tirar fotos. Futuro jornalista e se tudo der certo, escritor também.