Crítica: “IT — Capítulo II” apesar de alguns erros, Pennywise retorna trazendo aquilo de mais assustador, o passado.

Lucas Almeida De Sousa
CRITTIQ
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3 min readSep 6, 2019

Quando seu antecessor foi anunciado, a primeira pergunta era se IT — Uma obra prima do medo (1990) precisava de uma nova versão e a primeira parte, daquilo que seriam duas, foi recebido de braços abertos pelo público fã de terror e também aqueles que são amantes do material fonte. Trazendo um novo respiro para o gênero misturando humor, aventura e um terror macabro e sanguinário. Dois anos após o seu antecessor “It — Capítulo II” retoma a história do clube dos otários vinte e sete anos depois para o último confronto com Pennywise, o palhaço assassino.

O primeiro acerto foi trazer um elenco forte e de bons atores para reviver as crianças do primeiro filme com alguns nomes bem conhecidos como James Mcavoy, Jessica Chastain e Bill Hader. A ideia era que os personagens em sua essência não mudassem, mas evoluíssem. Parcialmente isso acontece com alguns personagens, com outros, nem tanto. Trazendo o elenco mirim para o filme como recurso narrativo, o roteiro acerta com a volta das crianças cativantes do primeiro filme, mas traz aquilo que seja seu pior defeito, a sensação de ser longo demais. Com a mudança entre o elenco jovem e adulto, o filme se torna um pouco mais demorado do que realmente devia, levando ao espectador um ritmo que seja um pouco cansativo para alguns, mas por esse fator, traz um pouco mais de desenvoltura aos personagens e a história proposta. Mostrando que a ideia de fórmula do primeiro filme ainda funciona com um humor e terror bem equilibrado entre cenas, mas a ideia de que “estou vendo mais do mesmo” poderá passar pela sua cabeça, apesar de que o desenrolar da trama vá para um lado diferente.

Seguindo a linearidade do primeiro filme, o palhaço Pennywise retorna para reencontrar seus rivais. Em sua primeira parte, o filme quer mostrar como o palhaço assassino sobreviveu durante esses anos já que a ideia, era ele se alimentar do medo de crianças enquanto as devoram. O desenvolvimento do vilão na narrativa é um ótimo ponto positivo. Ao levarmos por uma questão lógica, as crianças do primeiro filme agora têm quase quarenta anos, do que faria mal um palhaço? Então, o monstro retorna com uma ameaça que ao observar de forma superficial não é grande coisa, mas explorando isso ao decorrer do filme se torna algo terrível, que é o passado. Isso faz com que Pennywise seja mais aterrorizante do que o primeiro filme, trazendo ótimas cenas práticas com Bill Skarsgård na pele do palhaço. Porém quando o filme arrisca demais em cenas CGI perde aquilo que é mais assustador, apesar do “elemento monstro” ser algo do material fonte.

Analisando o filme como uma evolução do seu primeiro, torna-se algo satisfatório. O desenrolar da narrativa, busca mostrar que aquelas crianças ainda possuem traumas, segredos e que elas precisam lidar com isso e em alguns determinados momentos do filme, elas não conseguem. Tornando as cenas seguintes imprevisíveis para aqueles que terão o primeiro contato com a história. Até o seu final, trazendo algo diferente do livro, com um fechamento cativante e até mesmo, triste para o grupo.

“It — Capítulo II” traz uma boa evolução mesclando humor, drama e terror de maneira eficiente como a primeira parte. Apesar de pecar em alguns momentos, o filme é de fato mais assustador que seu antecessor, trazendo um final cativante e emocionante.

Para aqueles que precisam de nota: 8/10.

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Lucas Almeida De Sousa
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18 anos, morador de São Paulo, Brasil. Sempre tive entusiamo para escrever e tirar fotos. Futuro jornalista e se tudo der certo, escritor também.