Café e Sonhos Efêmeros
O burburinho sobre a xícara de café quente ao som de Lenny Kravitz era confuso e reconfortante ao mesmo tempo.
Ela chegara ali sem interesse, sem expectativa, sem plano, e se permitia ser
Ao seu redor, um balé de encontros casuais, flertes discretos, sorrisos compartilhados e latidos na mesa ao lado. Tentativas inúteis de se concentrar se perdiam nos aromas cítricos, no constante ir e vir das pessoas, como ondas que quebram à beira-mar.
O vai e vem
O olhar e o ver
Janelas emolduradas por tinta vermelha e fita adesiva, tijolos à vista desgastados pelo tempo.
Aquele burburinho que complementava uma tapeçaria de vida urbana, de ideias vibrantes, de sonhos efêmeros.
E no fim restava apenas o som, a visão, o café,
E nada mais.